Análise do inimigo: Os Borg

Falei num post passado sobre o inimigo perfeito e de algumas características que eles possuem para se tornarem aquele vil inimigo difícil de bater. Mas existem tantos deles espalhados pela ficção científica, que resolvi analisar alguns, puramente por gosto pessoal, pois os acho fascinantes e bizarros ao mesmo tempo. E o primeiro inimigo a ser observado é os Borg, de Jornada nas Estrelas.




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Os Borg foram retratados de maneiras diferentes ao longo da franquia de Jornada nas Estrelas, tendo aparecido pela primeira vez em Jornada nas Estrelas, A Nova Geração. Os produtores inseriram a nova ameaça aos poucos na série, falando a respeito de colônias desaparecidas dos dois lados da Zona Neutra e finalmente eles apareceram no episódio Q Who?. Já que o antigo inimigo, os Klingons, tinham basicamente se tornado aliados e a novela com os romulanos não terminava, entrou esta nova ameaça.

Resistir é inútil
Borg é o nome de uma coletividade que agrega milhares de raças alienígenas em uma espécie de colmeia que possui bilhões de indivíduos. Todos estão interligados por uma consciência coletiva e toda e qualquer individualidade e personalidade é suprimida em busca da perfeição, que é o principal objetivo a ser alcançado por eles enquanto civilização. Os Borg entendem que se assimilarem o máximo de culturas que lhes interessem, o máximo de tecnologia possível, poderão ser a raça mais perfeita que existe e assim superiores.

Os bilhões de Borg estão interligados à coletividade por um sinal subespacial. Seus corpos foram modificados ciberneticamente a partir de nanotecnologia inserida nos corpos dos capturados quando vão para a assimilação. Eles sequestram adultos e crianças e são capazes de colocar bebês em câmaras de maturação, junto de implantes, para que já nasçam Borg, sem qualquer traço de personalidade ou individualidade que possa atrapalhar a evolução da espécie, que busca uma unidade mecânica perfeita com o biológico. Para isso, eles invadem mundos, sequestram os habitantes, assimilam uma tecnologia que lhes seja interessante e partem para o próximo planeta. Uma vez assimilado, um drone Borg é mais uma máquina comandada do que um membro de uma civilização, sem poder algum de escolha. Eles inclusive se recarregam em alcovas ao invés de dormir.

tipos de Borg
Os tipos de drones.

A introdução deles na série não fornece muitas explicações logo que são apresentados. Não sabemos de onde vieram, nem qual a extensão de sua civilização. Guinan apenas explica que foram os Borg os responsáveis por espalhar seu povo pela galáxia, que eles se espalham por centenas de anos-luz e que são difíceis de enfrentar. O que fica claro é que os Borg não negociam, não dão razões para suas ações, querem apenas assimilar aquilo que lhes interessa. Se uma raça não apresenta nenhuma vantagem tática, eles simplesmente a ignoram, como os Kazon, de Voyager. É talvez uma das mais sérias ameaças à Frota Estelar, já que este é um inimigo que se adapta muito rápido à qualquer tecnologia ofensiva contra eles apresentada e suas fraquezas são poucas ou não são aparentes.

Guinan também dá algumas umas pistas a respeito dos Borg. Diz que ele são uma forma de vida biológica e ao mesmo tempo artificial, que vem se desenvolvendo dessa maneira por séculos. A Rainha, em Jornada nas Estrelas, Primeiro Contato, confirma que um dia eles foram orgânicos e fracos, mas que evoluíram para incluir o sintético e assim melhorarem a si próprios. Um aviso para nós, meros sacos de carne, para não nos empolgarmos com implantes corporais?

A assimilação de novos drones. 

Muito se especula que os Borg estariam por trás da nave V'Ger, retratada no primeiro filme da franquia. Existe também alguma sugestões que apontam que os primeiros drones dos Borg eram membros de uma raça chamada The Preservers, que no passado fora a responsável por espalhar o DNA humano pela galáxia e assim criar tantas raças diferentes. Spock sugere isso no episódio The Paradise Syndrome, da terceira temporada da série clássica, o que foi confirmado no episódio de A Nova Geração The Chase, de que realmente houve uma espécie que fecundou centenas de planetas com seu DNA, dando origem aos humanos, vulcanos, klingons, romulanos, bajorianos, cardassianos e por aí vai.

A presença da rainha é um certo ponto de discórdia entre alguns fãs. Se antes os Borg pareciam existir como se fossem a internet, sem um centro ou um polo de comando de informações, no filme Primeiro Contato já aparece a tal da rainha, figura presente nas temporadas finais de Voyager em seus embates com os Borg. A Rainha mesma diz que ela é os Borg, que traz ordem ao caos, aquela que é uma e é muitos. Ela serviria para filtrar as centenas de milhares de informações que chegam a todo instante pelos drones à coletividade, podendo assim separar o que lhe interessa do resto, orientando a todos os outros abaixo. É a única que não apresenta os complicados implantes oculares e seus braços são normais. Ela se refere ao mesmo tempo de maneira única tanto como no plural, nós. Se sua função é de fato a de filtrar as informações e agir como um regulador do sistema da consciência coletiva Borg, é de se supor que existam várias rainhas, devido à extensão do território Borg.

Sete de Nove, ainda Borg. Jornada nas Estrelas, Voyager.

É em Jornada nas Estrelas Voyager que vemos que não existe assim tamanha unidade dentro da coletividade como se imaginava. Sete de Nove é a expressão máxima de que é possível retirar alguém da coletividade e dar-lhe a chance de apresentar individualidade. Chakotay, segundo-oficial da nave, chega a descobrir uma população de ex-drones em um dos episódios. E descobrem que existe uma resistência passiva dentro da coletividade, onde alguns drones conseguem entrar quando estão no período de hibernação. É com a ajuda de tecnologia Borg que a Voyager sobrevive em seus últimos momentos no Quadrante Delta. No entanto, em nenhum momento a Federação se encontra em posição de atacar e efetivamente neutralizar a ameaça que eles representam. Podem apenas sobreviver.

Pontuação
Com tantas características fortes como essas, os Borg se apresentam como um inimigo único. Ele se adapta rápido, é tecnologicamente muito mais avançado e ao invés de destruir civilizações, eles as transformam e tiram destas culturas uma das coisas que mais valorizamos: a individualidade e a capacidade de evoluir a partir da daí. No nosso índice da maldade e superioridade, cinco vilões para os Borg.


Acha os Borg assim tão horríveis? Deixe seu comentário.

Até mais!

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