Análise do inimigo: Khan

Khan Noonien Singh, ou apenas Khan para os íntimos, é aquele inimigo detestável que todo mundo adora odiar e que celebra quando aparece pela franquia de Jornada nas Estrelas. Determinado, vingativo, sedento por poder, um tanto pirado, mas ainda assim cativante, como muitos vilões que temos por aí.




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KHAAAAAAAAAAAANNNN!!!

Khan é um exemplo de preocupação com o futuro que aparece em Star Trek. Resultado de manipulação genética, ele é considerado um super-humano, um ser dotado de força e inteligência além da conta, que aliado aos seus sentimentos de busca incansável por poder, o tornaram um inimigo admirável e escorregadio ao longo do tempo.

Interpretado por Ricardo Montalbán (e depois por Benedict Cumberbatch), Khan primeiro apareceu na série clássica no episódio Space Seed (1967), depois em 1982 no grande A Ira de Khan e, recentemente, em Into Darkness, interpretado por Benedict Cumberbatch. Nos anos 90 (seguindo a cronologia da franquia), Khan dominou mais de 1/4 da Terra durante as chamadas Guerras Eugênicas. Nela, os humanos geneticamente modificados e melhorados, teriam iniciado um conflito que acabou com exílio de todos eles no espaço na DY-100.

O desenvolvimento destes super-humanos remonta ainda no século XX, à Doutora Sarina Kaur, cientista indiana, bióloga e geneticista que visava melhorar o metabolismo e o organismo humano na tentativa de levar a raça humana ao próximo estágio evolutivo. Ela própria se insemina para ser mãe destes novos seres. Muitas intrigas políticas se sucedem, ações de inteligência, joguetes, até que chegamos ao ponto em que Khan é derrotado e exilado.

Khan tem um porte imponente, uma presença forte em tela (que acredito tenha sido perdida com Cumberbatch, apesar de ter gostado de sua atuação). Ele é indiano, tem um ar exótico no modo de vestir e de agir. Ele representa uma classe de inimigos conhecidos em Star Trek. Já vimos as aparições de seres geneticamente modificados em várias séries da franquia, da série clássica a Enterprise. Inclusive é nesta série que temos um vislumbre da inspiração que nos trouxe Khan: o "Übermensch" (Superhomem), de Friedrich Nietzsche. Malik, no episódio "Borderland", diz que a "humanidade é algo para ser superada", sendo ele mesmo fruto de engenharia genética.


É interessante notar como Khan é charmoso e carismático, sendo essas características bem exploradas na série clássica. Mas em A Ira de Khan vemos um inimigo que sofreu agruras no planeta sem a menor estrutura para sustentar uma vida digna. Suas roupas parecem ter saído do estofamento da nave. Os cabelos são mal cortados. E Khan reflete isso em sua gana para sair tanto daquela condição, quanto para pegar Kirk. Como ele e seus companheiros são perfeitos, ao menos geneticamente, eles são também difíceis de matar.

Em Into Darkness, seguindo ao sucesso do filme de 2009, temos um vilão que, apesar de seguir a velha fórmula bem sucedida do ser humano superior, temos um pouco menos da postura forte dada por Montalbán. Cumberbatch, se valendo de sua voz poderosa, dá a Khan um jeito mais calado e contido, mas não menos mau do que estávamos acostumados a ver. Mas ele continua carismático, cativante, mantendo uma aura respeitável, o que oculta sua verdadeira motivação: a busca por poder.


Em Into Darkness, diferente da linha original da franquia, Khan é obrigado pelo Almirante Marcus a produzir armas de destruição em massa, já que todos temem uma guerra contra os Klingons. Para convencê-lo, ele mantém a tripulação de Khan como reféns, até que a Enterprise, Kirk e companhia aparecem na parada.

Pontuação
Khan tem as características de um vilão que costuma se dar bem em todas justamente por ser inteligente, carismático, charmoso e quase indestrutível. Mas ele acaba sendo vencido toda vez. No entanto, quando você tem um inimigo que é difícil de vencer e que ainda é física e mentalmente superior a você, é capaz que o encontre várias e várias vezes, e nada garante que seja fácil derrotá-lo mais uma vez. Aliás, o ego de seres assim, certamente, seriam seus principais obstáculos na busca pelo poder, já que ele poderia ficar auto-confiante em suas capacidades e poderia não enxergar o perigo. Um ser geneticamente modificado é um risco alto demais. Vemos como que o Dr. Bashir foi um dos poucos bem sucedidos. Desta maneira, cinco malvadinhos para Khan.



Até mais!



Para mais informações sobre as Guerras Eugênicas, veja aqui e aqui.

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