Análise do inimigo: Os Mangalores

Acho que ainda não nasceu (?) uma raça alienígena mais atrapalhada e rude que os Mangalores, do filme O Quinto Elemento, que por algum motivo muito misterioso foi tão mal visto e recebido quando foi lançado. Eu me divirto muito com esse filme ainda hoje, mesmo depois de ter assistido 500 vezes, pois acho uma ficção científica divertida e muito bonita visualmente.

Análise do inimigo: Os Mangalores



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O Quinto Elemento, de Luc Besson, não foi bem recebido quando foi lançado. E assim como muita coisa na ficção científica e no entretenimento, hoje é um filme cult, visualmente marcante (tendo seu design elaborado por ninguém menos que Jean Giraud, ou Moebius), com um enredo bacana e com ótimas atuações. O figurino foi assinado por Jean-Paul Gaultier. O filme conseguiu sair da mesmice ao mostrar uma FC colorida, não o padrão monocromático que geralmente é usado, com alienígenas diferentes e caricatos e utilizando o velho clichê de fim do mundo e do domínio do mal de uma maneira bem original.

Korbeeeeeeeeeeeeeeeeeen Daaaaaaaaaaaaaaaaaaaaallas!


Passe múltiplo!
Os Mangalores são uma raça alienígena humanoide de guerreiros, buscando a supremacia sobre seus inimigos na base da força bruta. Possuem feições grosseiras, não têm cabelos e tem voz forte e profunda, difícil de disfarçar. Costumam atacar e dominar raças menores para saques e escravização, tendo aparecido no enredo do filme ao serem contratados por Jean-Baptiste Emanuel Zorg, que queria as quatro pedras sagradas dos Mandoshowans, cuja missão era salvar o mundo. Literalmente.

A nave dos Mandoshowans é atacada pelos Mangalores quando retorna à Terra em 2214, pois o Mal está para se erguer novamente e somente o Quinto Elemento, aliado aos outros quatro elementos primordiais do universo, podem pará-lo. Com o ataque, os Mangalores conseguem pegar a mala das pedras dos destroços, destroem o Quinto Elemento e levam para Zorg, seguindo o acordo de entregá-las em troca de armas.

Qual não é a surpresa de Zorg ao abrir a mala e perceber que ela está vazia? Entra aí a lógica dos Mangalores:

_ Uma mala com quatro pedras dentro! Não uma, ou duas, nem três, mas quatro! Quatro pedras! O que diabos eu vou fazer com uma mala vazia?!
_ Nós somos guerreiros, não comerciantes.
_ Mas você ainda sabe contar. Olha, é fácil! Veja os meus dedos, quatro pedras, quatro caixas, zero pedras, zero caixas! Empacotem tudo e vamos embora!

Aknot aponta a arma para Zorg e diz:

_ Arriscamos nossas vidas. Acho que merecemos uma compensação.
_ Ahhh. Quer dizer então que agora são comerciantes. Levem uma caixa, pela causa.

Zorg só não falou nada sobre o botão vermelho.

A principal reclamação de Zorg é justamente o fato de guerreiros não serem sutis nem diplomáticos. Tampouco muito inteligentes, pois assim que sai do galpão e deixam os Mangalores com as armas, eles conseguem explodir tudo em seguida. Essa falta de uma lógica mais óbvia traz muitos prejuízos a eles, pois acabam operando por si próprios na tentativa de reaver as pedras perdidas e assim conseguir o restante das armas, coisa que teria sido muito mais fácil se tivessem aberto a mala logo de cara.

Durante o filme, vemos apenas Mangalores machos, não vemos fêmeas, apesar de eles serem capazes de imitar com perfeição a forma humana, inclusive de uma mulher. Podemos supor que elas não são guerreiras, ou que os Mangalores sejam todos hermafroditas. Mas se estão sob grande tensão, parece que a transmutação não funciona direito, pois na tentativa de se passar por Korben Dallas para embarcar para o Paraíso Phloston, onde estão as pedras, um deles quase se transforma no espaçoporto.

As táticas deles são bem simples. Chegam, atiram em todo mundo, se der fazem uns reféns e acham que assim conseguem o que quiserem. São bem armados, possuindo força física bem superior à humana e sempre lutam com um líder. Tirando o líder, a hierarquia e a ordem deles cai rapidamente. Foi assim que eles invadiram o hotel, disfarçando-se de garçons, para tentar recuperar as pedras perdidas. Apenas não tinham noção que Zorg teve a mesma ideia.

Invasão ao hotel. 

Como buscam ser superiores o tempo todo diante de seus inimigos, eles não veem problemas em entrar em missões potencialmente perigosas, inclusive atacando naves em espaços alheios, o que pode trazer uma guerra que certamente será difícil de lutar. Como estão acostumados a trabalhar como mercenários, os riscos inerentes às missões devem ser bem pagos. Se fossem um tiquinho mais inteligentes, poderiam conseguir qualquer coisa, devido à capacidade de imitar outros humanoides com perfeição e pela força. Mas né?

Pontuação
O que mais dizer dos Mangalores? Uma raça beligerante, agressiva e muito forte, com grandes chances de dobrar seus inimigos, não fosse o fato de serem tapados demais da conta. São mais piratas espaciais trabalhando para quem pague mais e que expliquem bem direitinho os objetivos do que uma raça organizada para a dominação do universo. Tanto são atrapalhados, que fazem parte do plano de destruição de toda a vida conhecida e nem se dão conta. São pouco organizados, sempre trabalham na base da força bruta e ignorância e com isso só se ferram. Não são um inimigo tão temível, apesar de carismáticos. Só dois vilõezinhos para os Mangalores.



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