5 livros de ficção científica preferidos dos cientistas

Quando se fala em ficção científica, muita gente acredita que os cientistas querem apenas os livros que são precisos cientificamente, que não viajem muito na maionese. Mas não é bem assim. Há, sim, bons exemplos de livros de FC que se baseiam em ciência real, mas todos são trabalhos ficcionais. E por uma ou outra razão, cientistas sempre escolhem essas leituras!

Solaris, de Stanisław Lem

Esta é uma obra que me assombra há muito tempo. Sempre fico pensando em quem o oceano inteligente e senciente de Solaris me enviaria numa tentativa de contato. Mas um motivo pelo qual os cientistas adoram este livro é justamente sua estranheza. Na ficção científica, há muitas espécies alienígenas semelhantes aos seres humanos. E é claro que existem motivos como orçamento e maquiagem, para se fazer isso. Mas Solaris nos mostra como o universo pode ser estranho fora do nosso cantinho no cosmos. Talvez um contato alienígena seja tão improvável e estranho, confuso e potencialmente enlouquecedor quanto o que vemos em Solaris.

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Perdido em Marte, de Andy Weir

A saga do astronauta Mark Watney, perdido no planeta vermelho, se tornou um livro e um filme de sucesso, dirigido por Ridley Scott. Tem algumas coisas exageradas na obra? Tem, mas o autor já disse que mais de 90% do livro é factível. A própria NASA classificou o livro como uma obra muito realista do ponto de vista da exploração espacial. Seria possível cultivar batatas em Marte com a técnica (nojentinha) de Mark. Seria possível se comunicar com a Terra usando as sondas desativadas no planeta. Além disso, é uma história de superação, uma história otimista, mostrando que é possível se valer da ciência e do raciocínio lógico para resolver problemas.

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Floresta é o nome do mundo, de Ursula Le Guin

Depois de esgotar toda a madeira da Terra, uma empresa vai para o espaço e começa a extrair o material de um planeta coberto por um oceano se com ilhas cobertas por florestas. Acontece que o planeta é ocupado por uma espécie alienígena que convive de maneira sustentável com seu ambiente. E o que os humanos fazem? O mesmo que fizeram na Terra: escravizam e exploram essa população de maneira cruel. Sem conhecer o conceito de violência, a população nativa acaba a incorporando em seu modo de vida e expulsa os humanos. O enredo nos é familiar, porque é um espelho para as situações que já conhecemos. É uma visão de como os colonizadores e especialmente as empresas, abusam da Terra e como essa atitude é prejudicial.

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A parábola do semeador, de Octavia Butler

Se tem um livro distópico que conseguiu imaginar um futuro de maneira brilhante e assustadora, é esse aqui. Num futuro próximo (ou na época atual?), vive uma jovem que cresce neste lugar onde um apocalipse climático está acontecendo. Os Estados Unidos estão desmoronando e seu povo está lutando para sobreviver, em meio a populistas perigosos de discurso fácil sendo eleitos. Mas essa jovem olha para as estrelas em busca de respostas, de uma nova vida, e acaba criando uma nova religião, onde argumenta que nosso destino é sair do planeta e colonizar as estrelas. Não é difícil pensar nos motivos para buscar um futuro no espaço quando olhamos para as coisas que estão acontecendo. Mas será que devemos investir tanto em ocupar planetas além da Terra quando ainda há tanto a se fazer aqui?

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Alerta vermelho, de Martha Wells

Em meio a tantas histórias apocalípticas envolvendo inteligências artificiais que se tornam conscientes e querem nos matar, é bastante revigorante encontrar histórias que vão no sentido contrário. O murderbot é uma unidade de segurança, designada para proteger seres humanos em operações no espaço e em planetas distantes, que acabou consciente. E ele até teria condições de se revoltar contra os humanos, mas dá trabalho demais... Tudo o que ele quer é ficar em seu canto, assistindo novelas e séries de TV, ainda que tenha que ajudar os humanos que vivem se metendo em confusão. Uma coisa que a ciência ainda discute é se a inteligência artificial poderia um dia se tornar consciente. Mas também é preciso se perguntar: se ela se tornar, será que vamos perceber?

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