Resenha: The Walking Dead - O Caminho para Woodbury, de Robert Kirkman e Jay Bonansinga

Demorei uma eternidade para pegar esse livro porque ele começa bem mais morno e se mantém morno no decorrer do livro conforme os protagonistas se aproximam de Woodbury. Ele realmente perde um bom tempo para engatar quando comparamos com o primeiro, A Ascensão do Governador, mas não achei de todo mal. É meio que um esquenta para o que está por vir nos outros livros.

O livro
Um pequeno grupo de sobreviventes está tentando organizar uma comunidade depois do apocalipse. Encontraram uma velha lona de circo, estão criando cercas e fincando estacas para fazer muros. Juntam suprimentos, cuidam das crianças. Mas eles não sabem que na floresta, logo do lado deles, uma horda se aproxima. Atraídos pelo barulho das estacas e martelos eles se aproximam.

Resenha: The Walking Dead - O Caminho para Woodbury, de Robert Kirkman e Jay Bonansinga

Nessa nova comunidade estão Lilly e sua amiga, Megan. Megan vive dopada, consumindo todo tipo de droga que pode, se relacionando com qualquer homem que cruze seu caminho, inclusive os caras casados. Lilly Caul é uma personagem que aparece brevemente nos quadrinhos de The Walking Dead, mas que vira a protagonista daqui em diante em todos os outros livros de Kirkman e Bonansinga. Ela se mostra amedrontada, assustada, incapaz de se defender sozinha, alguém que largou os confortos da vida moderna após assistir o pai sendo devorado por zumbis e agora tenta sobreviver neste arremedo de comunidade.

Infelizmente, depois de um ataque de uma horda no pequeno ajuntamento de barracas que chamam de comunidade, que estava desguarnecida de defensores, Lilly é culpada pela morte da filha de um dos líderes e decidem bani-la do grupo. Mas ela não vai sozinha. Josh, um grande amigo por quem tem sentimentos muito confusos, decide ir com ela. Bob, um ex-paramédico alcoólatra do Exército, mais Megan e o namorado decidem sair do lugar também. Estão sozinhos na estrada.

Eis então que o grupo encontra um Walmart na estrada e resolvem saqueá-lo para conseguir comida, água, quem sabe armas. É quando são abordados por cinco sujeitos que dizem haver uma comunidade segura não muito longe dali chamada Woodbury e os convida para conhecer. Com muita desconfiança, Josh acompanha o grupo estranho para o tal lugar e damos de cara com ele, o famigerado Governador.

Existem cenas muito fortes durante o livro todo. Tanto de zumbis atacando quanto de assassinatos. As pessoas aqui precisaram se adaptar para viver este novo mundo repleto de zumbis, onde qualquer um é uma ameaça em potencial. Lilly e seu grupo pensam em ficar alguns dias para descansar, mas o "alguns dias" acaba ficando permanente. Lilly não confia no Governador e acha que o modo como a cidade é controlada não é certo. Também tem todos os conflitos de sentimento sobre Josh e a preocupação com a amiga Megan, que começa a se prostituir em troca de comida e proteção.

Não existem aqui os velhos pensamentos sobre o mundo que foi deixado. É um relato cruel de uma realidade que é forçada a se adaptar, apesar de nem todos serem bonzinhos. Algumas pessoas se mostram cruéis, como se as amarras do mundo civilizado tivessem se rompido e agora, finalmente, pudessem ser o que sempre foram. O final do livro ganha o impulso que a obra não teve durante boa parte do livro, e para quem veio da adrenalina de A Ascensão do Governador, isso pode ser meio chato.

Obra e realidade
Se sou eu em um apocalipse zumbi, com toda a certeza, eu já teria morrido logo na primeira leva. Primeiro que não conseguiria sair de casa e sair correndo. Segundo que eu precisaria proteger minha mãe. Terceiro, meus gatos e meu cachorro. Sem carro, sou sincera em admitir: ficaria em casa, colocaria barricadas na porta e me aquartelaria ali. Como moro em cima de um mercadinho, já teria um lugar pra saquear nas primeiras semanas da infecção!

Muita gente esquece que os enredos de zumbis não são sobre morte. São sobre os seres humanos em sua mais crua e cruel personificação. Podemos ver que o inimigo é sempre o outro, a ponto de as pessoas vivas matarem, roubarem e enganarem umas às outras por uma lata de comida ou por uma arma. Pensando bem, não é tão diferente assim, não é? É uma das melhores formas de criticar a sociedade ao derrubá-la dessa forma. Não é bonito, tampouco é agradável, mas enxergar a nossa podridão também é necessário.

Robert Kirkman e Jay Bonansinga

Robert Kirkman é um escritor de história em quadrinhos norte-americano, conhecido por seus trabalhos para os quadrinhos The Walking Dead e Invencível. Jay Bonansinga é um escritor e cineasta norte-americano.

Pontos positivos
Woodbury
Lilly e seus amigos
Zumbis
Pontos negativos
Morno
Não se sabe a origem dos zumbis
Muita violência

Título: The Walking Dead - O Caminho para Woodbury
Título original: The Walking Dead: The Road to Woodbury
Série The Walking Dead
1. A Ascensão do Governador
2. O Caminho para Woodbury
3. A Queda do Governador Parte 1
4. A Queda do Governador Parte 2
5. Declínio
6. Invasão
Autores: Robert Kirkman e Jay Bonansinga
Tradutora: Joana Faro
Nº de páginas: 331
Editora: Record
Ano de lançamento: 2013
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Avaliação do MS?
O livro não é ruim, mas também está longe de ser maravilhoso. Ele é bem mediano quando comparado com o primeiro e com os outros, mas ganha ritmo perto do final. Cenas tensas, muitos conflitos de sentimentos e de personalidades, gente cruel e gente perdida, buscando ajuda. Uma análise muito boa que temos aqui. Três aliens para ele e, se você é fã de zumbis, é leitura obrigatória.


Até mais!

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