Resenha: 2061 Uma Odisseia no Espaço 3, de Arthur C. Clarke

O terceiro livro da série Odisseia, 2061, não apresenta grandes respostas para as questões levantadas no primeiro e segundo livro. Ele tem eventos interessantes, com um incrível paralelo com a ciência atual e pode ser uma leitura agradável para aqueles que queiram continuar na caminhada iniciada por um dos personagens principais da trama, o Dr. Floyd.



O livro
Cinquenta anos depois dos eventos de 2010, o Dr. Heywood Floyd, membro da equipe que descobriu o monólito na Lua e que acompanhou os eventos em Júpiter em 2010, ainda está vivo. Já bastante velho, com 103 anos e vivendo em órbita por causa da saúde, ele está sozinho, com um relacionamento pouco amistoso com os poucos parentes que lhe restaram. Seu neto também é um explorador espacial, apesar de não terem muito contato. Floyd está de partida para uma missão que descerá no Cometa Halley.


Enquanto isso, uma nave cai em Europa, violando a proibição emitida cinquenta anos antes de nunca pousar lá. Nesta nave, vítima de uma sabotagem pouco explicada pelo autor, está o neto de Floyd. A nave mais próxima e com capacidade de resgate para atender à emergência em Europa é a nave que está no cometa. Ela logo é despachada para Europa. Todos temem o que pode acontecer à tripulação à deriva no satélite, já que todos sabem da proibição e da poderosa força alienígena por trás do monólito.

Clarke, como sempre, é bastante preciso em suas descrições sobre tecnologia e ciência. O ano 2061 é o ano do retorno do Cometa Halley, por volta do fim de julho. O autor também explica que, originalmente, ele queria esperar para publicar 2061 até que os dados da missão da sonda Galileo chegassem. Porém, com a tragédia do ônibus espacial Challenger, a missão sofreu atraso, sendo lançada somente em 1995. Por não querer esperar, Clarke se inspirou na aproximação de Halley em 1986, colocando uma missão espacial no seu retorno em 2061.

No entanto, este não é um livro essencial para a trama que começa com o livro 2001. Não há nenhuma resposta para nenhuma pergunta, apesar de podemos ver o que tem acontecido na superfície de Europa depois dos eventos do segundo livro. Os personagens são caricatos, poucos profundos. Os problemas de família de Floyd praticamente não são comentados, apenas superficialmente. É aquele tipo de livro que passa em brancas nuvens e você só lembra de ter lido porque marcou no Skoob.


Ficção e realidade

O mais legal de ter lido esse livro este ano foi o paralelo que podemos fazer com a missão da Rosetta, que levou uma sonda para pousar no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, que viaja entre as órbitas da Terra e de Júpiter. Ou seja, vemos mais uma vez uma ficção prevendo eventos científicos e avanços tecnológicos. E nem precisamos esperar o cometa Halley voltar em 2061, pudemos fazer isso em 2014 mesmo. Acho que isso é o mais legal do livro. E também a única coisa legal do livro todo.



Pontos positivos
Exploração espacial
Cometa Halley
Europa

Pontos negativos
Nenhuma pergunta respondida
Capítulos arrastados
Baixa representatividade feminina


Título: 2010, Uma Odisseia no Espaço III
Título original: 2001: Odyssey III
1. 2001, Uma Odisseia no Espaço
2. 2010, Uma Odisseia no Espaço 2
3. 2061 Uma Odisseia no Espaço 3
4. 3001, A Odisseia Final
Autor: Arthur C. Clarke
Editora: Nova Fronteira
Ano de lançamento: 1988
Páginas: 186
Onde comprar: usado na Amazon


Avaliação do MS?
Se você quer ler toda a sequência das odisseias de Clarke para realmente ficar por dentro de todos os eventos, vá fundo neste livro. Caso tenha leituras mais interessantes, pode passar por este aqui, pois ele em nada acrescenta nos enredos de Clarke. Pode até pular de 2010 para 3001 que este livro não faz falta alguma. Apenas três aliens para ele.




Até mais!


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