Resenha: 3001, A Odisseia Final, de Arthur C. Clarke

E chegamos ao final da odisseia! O último livro, 3001, foi o primeiro de toda a série que li, mas deixei sua resenha para quando lesse todos os outros. Admito que não entendi algumas colocações do autor por não ter lido os outros primeiro, mas arrisco dizer que ele não dá grandes respostas aos eventos da saga inteira. Se é o que você estava procurando... FUÉN!



O livro
Mil anos depois dos eventos de 2001, em que Frank Poole foi desconectado da Discovery I e morto por HAL 9000, o corpo do astronauta é resgatado da profunda criogenia a que foi submetido pelo espaço e reanimado. Clarke disse que depois de ter escrito a cena de HAL soltando Poole, foi que ele percebeu que Poole não teria sido morto simplesmente, mas teria sido congelado e preservado pelo espaço, sendo que no ano 3001 já existiriam as condições médicas de reanimá-lo.

Resenha: 3001, A Odisseia Final, de Arthur C. Clarke

Frank acorda cercado de pessoas totalmente carecas. As pessoas usavam toucas cerebrais, onde era possível ler os pensamentos uns dos outros e os cabelos eram algo que atrapalhava. O choque entre culturas e modos de vida é imediato. Poole se sente um estranho numa terra estranha. O livro então discorre sobre isso, o modo como Poole teria que se adaptar ao novo mundo em que acordou (atenção para o fato de haver pouca lamentação da parte de Poole por ter perdido tudo o que já conhecera).

Além disso, a sociedade, que já aprendeu a conviver com Lúcifer e com os três monólitos alienígenas, ainda tem muito o que descobrir sobre eles. Nenhuma outra tentativa de pousar em Europa foi feita desde 2061 e agora a curiosidade sobre os eventos ressurge com o retorno de Poole. A ideia agora é tentar um contato imediato com o monólito ou com as forças por trás dele. E só. O livro acaba girando em torno destes eventos e com uma tentativa bem mal feita de se infiltrar um vírus no gigante monólito de Europa.


É uma pena que a saga da Odisseia no espaço tenha sido conduzida de maneira tão desastrada depois de 2001. Era para ser uma série fantástica de livros que, no final, deixou várias perguntas em aberto. O desenvolvimento dos personagens é bem pobre, assim como em todos os livros de Clarke, já que a tecnologia e a ciência eram o mais importante de se desenvolver. Mas mesmo assim, deixar os personagens quase como totalmente rasos foi um erro do escritor.

Ficção e realidade
Tenho uma grande dificuldade de imaginar como será o mundo em 3001. Acho que o que é importante e básico nunca muda, então algumas coisas que eram iguais 1000 anos atrás, vão permanecer em mil anos no futuro. O modo de se fazer essas coisas pode mudar - comer, dormir, fazer sexo, morrer, ter filhos - mas elas permanecem como coisas importantes para a raça humana. A falha de Clarke neste livro foi ter sido extremamente conservador no que envolve sociedade e até mesmo de tecnologia. Ele poderia ter explorado muito mais e viajado mais na maionese, afinal estamos falando de mil anos no futuro.




Pontos positivos
Exploração espacial
Frank Poole

Pontos negativos
Nenhuma pergunta respondida
Enredo forçado
Baixa representatividade feminina

Título: 3001, A Odisseia Final
Título original: 3001: Final Odyssey
1. 2001, Uma Odisseia no Espaço
2. 2010, Uma Odisseia no Espaço 2
3. 2061 Uma Odisseia no Espaço 3
4. 3001, A Odisseia Final
Autor: Arthur C. Clarke
Tradutora: Vera L. Ribeiro
Editora: Nova Fronteira
Ano de lançamento: 1997
Páginas: 297
Onde comprar: fora de catálogo há muito tempo, mas você acha no Estante Virtual

Avaliação do MS?
Depois que li todos os livros foi que percebi que Clarke respondeu poucas perguntas levantadas pelos monólitos, seja sua existência, sua razão de ser, quem os vez, sua força. Sim, temos demonstrações disso nos livros, mas nunca temos uma visão do seu funcionamento ou ao menos alguma explicação para certos eventos. Este último livro acaba forçado e pouco elucidativo, pouco criativo e até mesmo chato. Uma pena, realmente. Três aliens apenas.




Até mais!

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