Viagens interestelares: telerobótica

Viajar até uma estrela próxima do nosso sistema solar é um dos objetivos de vários projetos pelo mundo, com cientistas engajados em desenvolver as tecnologias necessárias para tal missão. Propulsão, combustível, habitat, psicologia, entre outros elementos estão sendo levados em conta para uma viagem dessas. Existem várias abordagens para ela. Nós já vimos:


Hoje veremos uma das abordagens mais seguras, o uso de robôs para a exploração do espaço.





Robôs estão cada vez mais presentes na sociedade. A indústria se aproveita deste trabalho de precisão, robôs são utilizados por médicos para realizar cirurgias a quilômetros de distância, componentes cibernéticos estão cada vez mais presentes no cotidiano e a busca continua por um robô ou um androide semelhante a nós.

Cada vez mais humano.

Esta seria uma missão praticamente segura para os humanos. Digo praticamente, pois ao contrário do que fazemos na Terra, onde controlamos os robôs em Marte por exemplo através de computadores na superfície, caso ocorra a colonização de um planeta fora do sistema solar, para que haja uma resposta rápida dos equipamentos, teria que existir uma tripulação por perto. Em órbita, por exemplo. Todos poderiam ser mandados em estase - os robôs desligados, os humanos em animação suspensa. O problema é a latência, pois o robô precisaria responder em no mínimo meio segundo, portanto teria que ter uma tripulação próxima para isso.

Mas e se mandássemos uma missão com robôs e androides totalmente capazes de tomar decisões e de trabalhar por nós? Isso economizaria muito numa viagem tão cara. Não haveria a necessidade de um habitat seguro, nem suporte de vida, gravidade artificial, alimentos. Eles permaneceriam desligados durante os anos, décadas ou séculos de viagem, mantendo talvez um ou dois ativos para a manutenção da nave e o restante seria ligado ao se aproximarem do destino. Poderiam começar a construir uma colônia, terraformar o planeta, manter um ambiente estável para o próximo passo da colonização, que é mandar uma tripulação humana.

Meio humano, meio máquina.

Precisamos então pensar se é sábio dar às máquinas o poder de decisão. Para se manter em um ambiente possivelmente hostil, estes robôs e androides precisam pensar e agir por si próprios. E ter o poder de decidir é perigoso se eles não souberem distinguir o que é certo e o que é errado. Seremos capazes de programar os cérebros artificiais deles para que ajam da maneira que achamos correta? Poderão existir conflitos em seus cérebros que os joguem uns contra os outros ou contra humanos? Afinal, ele precisam ser programados para agir como nós... São questões difíceis de responder, pois não chegamos neste estágio ainda.

A ficção científica se vale deste artifício. A rebelião das máquinas, o erro de dar à elas o poder de pensar. Mas não poderíamos deixar robôs e androides sozinhos em um ambiente fora da Terra se eles não souberem se virar, se não forem capazes de tomar decisões rápidas. Também não podemos confiar uma tripulação humana a eles sem termos certeza de que não se voltarão contra ela. Ou até mesmo o contrário, que os humanos tentarão eliminar a concorrência robótica, mais resistente, mais forte e quem sabe mais ágil.

Nossos astronautas? Arte de Donato Giancola.

É sem dúvida uma opção tentadora. Mas envolve um avanço tecnológico que vai ainda demorar. Até mais!

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