A cada livro de Sarah que eu leio, mais fico convencida de que ela é, de fato, a rainha da fantasia. O universo que parecia tão tímido lá no primeiro Trono de Vidro, está se tornando cada vez mais complexo e vibrante, com personagens incríveis. Não consigo parar de ler a cada novo volume e já me preparo psicologicamente para o derradeiro fim!
Lembrando que pode haver spoilers dos livros anteriores!
Lembrando que pode haver spoilers dos livros anteriores!
O livro
Depois de um período de treinamento e intensas descobertas nas terras feéricas de Wendlyn, Aelin está de volta a Adarlan. Forte da Fenda continua sendo o mesmo lugar corrupto e populoso, governado com mãos de ferro pelo sombrio rei. Aelin sabia que ao retornar estaria sem sua magia, tão duramente conquistada e domada, mas precisava retornar para tentar resgatar seu trono e derrubar o rei.Você vai descobrir que ela costuma fazer o que quer, quando quer, sem pedir permissão primeiro.
Tal como Sarah fez nos livros anteriores, temos várias visões ao mesmo tempo, o que nos aprofunda no que cada personagem pensa, quer e faz. E eles fazem muita coisa nesse volume! Os diversos pontos de vista estão enriquecendo este universo que nem pensei ser possível quando li Trono de Vidro, que parecia tão pequeno e tímido quando comparado com este aqui. Mas também teremos novos personagens, alguns do passado de Aelin, que também farão grande diferença na narrativa.
Enquanto acompanhamos Aelin e seus aliados, alguns deles bem relutantes, como Chaol, acompanhamos também a jornada de Manon Bico Negro, que tem se destacado demais desde o final do livro anterior. Comecei a ganhar mais simpatia por ela e aqui ela cresce e se destaca, enquanto pensa sobre o que ela e suas bruxas estão fazendo para o rei sombrio de Adarlan. Seu arco tem sido bem interessante de acompanhar, porque Manon vem passando por uma transformação. Sentimentos e pensamentos que uma cruel Bico Negro como ela jamais teria começam a surgir e ela se vê questionando sua avó, a Matriarca, bem como as ações do rei.
Em Forte da Fenda, as coisas estão indo de mal a pior. O que antes tínhamos tido apenas um vislumbre no livro anterior aparece em toda a sua desgraça neste aqui. Demônios que podem possuir corpos humanos através de colares e anéis amaldiçoados estão se espalhando pela cidade nos corpos de guardas do castelo de vidro. Chaol se sente encurralado e sem amigos depois do que aconteceu no final do livro anterior e acaba ajudando os rebeldes, enquanto vaga pelas ruas, becos e esgotos da capital com Nesryn, capitã da guarda da cidade. Mas mesmo nos esgotos, coisas ruins pairam, seres malditos que jamais deveriam andar sobre aquela terra.
É possível sentir cada angústia e medo dos personagens conforme se deslocam por Forte da Fenda. Aelin sabe que não tem muito em mãos para montar um exército, então precisa ser esperta para conseguir reunir dinheiro e soldados antes que o mundo acabe em escuridão. A única maneira é se ela conseguir devolver a magia para o reino. Assim, não só ela, mas todos aqueles que possuam magia poderão se erguer e lutar. A questão é como fazer isso. Chaol é relutante em dizer o que sabe porque teme que ela possa fazer mal a Dorian. Ahh, Dorian... Ele é uma fonte constante de preocupação ao longo da leitura porque você não quer vê-lo daquela forma.
Muita, mas muita coisa acontece nesse livro. Aelin deixa de lado aquela jovem sarcástica, ácida e brutal do primeiro livro para se tornar uma estrategista, alguém que pensa e trama para depois surpreender a todo mundo. E aqui ela faz isso muito bem, sempre pensando um passo adiante. É preciso surfar nas intrigas políticas, aproveitar para tirar vantagem das batalhas porque Aelin sabe que o inimigo é muito mais sombrio e perigoso do que qualquer um que ela já tenha enfrentado.
Alguns personagens novos aparecem neste livro, como a cortesã Lysandra, alguém que Aelin não gostava em seus tempos de assassina, mas que se mostra alguém não apenas de confiança, mas uma personagem muito forte para os planos do grupo. E Elide, uma jovem que pode enganar a todo mundo com seu jeito tímido e sua gagueira, mas que Manon Bico Negro enxerga de uma maneira diferente. O passado de Elide se entrelaça no de Aelin e estou torcendo muito para que elas se encontrem logo! Algumas das melhores cenas do livro eram os encontros de Manon com Elide, onde a jovem só falta chorar de tanto medo ao se ver diante da bruxa.
Porém, uma coisa que venho percebendo nessas leituras é que Sarah tende a inserir cenas ridículas quando precisa encher linguiça. Por exemplo, a chegada de Rowan leva a páginas e mais páginas de uma cena em que Aelin dá banho nele... Sim, Sarah descreve os sabonetes, os odores, a textura da banheira, enquanto Aelin banha seu "amigo" feérico. Não fica só nisso. Os dois dividem a mesma cama e Sarah perde tempo descrevendo a cor da renda da camisola que ela usa para dormir com esse "amigo". Pra que, Sarah? Na boa? E além disso, Rowan, que supostamente tem mais de 500 anos, pensa feito um adolescente, que só quer trepar. Isso me irritou muito e fiz leitura dinâmica em todas as vezes em que ele pensou com a cabeça debaixo.
Às vezes não haverá uma escolha certa, apenas a melhor de muitas opções ruins.
E o final... UAU. Eu estava esperando por aquele momento há muito tempo. E foi bombástico, doloroso e surpreendente. Sarah insere novas informações e nos mostra que ainda tem muita lenha pra queimar, que o mal e a escuridão ainda estão fortes no reino e que Aelin precisa se apressar. Se não encontrar aliados e tropas, se não impedir o que está acontecendo nas montanhas de Morath, não haverá um amanhã para nenhum deles.
A edição vem em capa comum e papel amarelo. Encontrei probleminhas bobos de revisão como alguns erros de digitação e até palavras faltando, mas é possível entender a frase pelo contexto. A tradução continua na mão de Mariana Kohnert e está ótima.
Obra e realidade
Assim que termino de ler um livro, procuro resenhas em outros lugares para saber o que as pessoas acharam, se deixei passar alguma coisa, o que elas acham de determinados momentos. Mas me entristece ver que em um cenário tão rico criado por Sarah, com personagens incríveis, cenários criativos e perigos sombrios, a única preocupação de quem leu é "quem vai ficar com quem".Gosto de uma boa cena de sexo, bem escrita e sensual, gosto de relacionamento bem construídos, como foi o caso de Rowan e Aelin no livro anterior, mas ao passar por cima de todo o enredo político, mágico e estratégico, sem contar as atrocidades e crimes que ocorrem no livro para apenas pensar no "ship" a pessoa perde um enredo incrível de se acompanhar. Tem tantas coisas em que se pensar nesse livro (e em outros), que romance definitivamente não é minha prioridade na história.
Também vou falar de como o universo de Sarah parece monotemático quando o assunto são seus personagens. São todos lindos, atléticos, magros, brancos, loiros, héteros... Percebe um padrão aqui? Sarah insere aqui e ali um personagem de cabelos escuros ou "pele dourada", mas são inserções bem tímidas e pouco expressivas diante do grande elenco de personagens que criou.
Sarah J. Maas é uma escritora norte-americana de fantasia para jovens adultos.
PONTOS POSITIVOS
Protagonista feminina
Suspense e ação
Universo bem construído
PONTOS NEGATIVOS
Rowan e seu tesão
Protagonista feminina
Suspense e ação
Universo bem construído
PONTOS NEGATIVOS
Rowan e seu tesão
Avaliação do MS?
Quando você acha que as coisas vão se resolver, Sarah mostra que ainda vai fazer as leitoras sofrerem muito! Estou surpresa com o quanto estou gostando de ler essa série e de como seu universo está bem construído, complexo e cheio de surpresas. Indico fortemente que você leia desde o começo e depois me conte o que está achando. Quatro aliens para o livro e uma forte recomendação para você ler também!Até mais! 🏰
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