Adoro quando me mandam material para resenhar, ainda que não consiga resenhar todos tão cedo quanto gostaria. A Priscila, pelo Twitter, me perguntou se eu resenhava contos e, lógico, se deixar resenho até bula de remédio. E o conto dela, uma space opera, foi uma grata surpresa que indico fortemente para todo mundo.
Siga a @Sybylla_
O conto
Num futuro não muito próximo, Proto está muito puto com o pai. Mas não era por problemas em seu relacionamento com ele, seu pai sumiu, sem deixar rastro ou explicação. O arrimo da família os deixou na mão de uma hora para outra. Desta forma, ele teve que assumir a nave e o antigo trabalho do pai, fazendo entregas e levando pessoas de um planeta para outro. Ele é acompanhado por Wardan, seu elegante co-piloto robô, guia e companheiro de viagens.Porém, Proto é um garoto. Ele tem só 14 anos, é inexperiente e apesar de conhecer bem o trabalho do pai, ele não tem experiência e a malícia necessária para o trabalho. Wardan tenta, da maneira que pode, orientar o menino no trabalho, o que irrita Proto várias vezes. Eles aguardam por uma carga, que exigiu máxima discrição. Megan, filha da embaixadora dos Planetas Unidos do Sistema Bisolar, precisa ir para Celadonne numa missão. Megan é jovem, 16 anos, mas logo há um atrito entre os dois. Proto não inspira muita confiança.
Mal Megan está a bordo e uma espaçonave militar os ataca com força mortal. Proto precisa ser rápido para sair dali o quanto antes. Megan alega que eles sejam terroristas que ameaçam sua mãe, apesar de parecer bem estranho que eles estejam numa nave como aquela. O único jeito de escapar deles é acionar a dobra espaço-temporal, correndo o risco de pifar o motor da nave. Mas é o jeito. Eles conseguem acionar a dobra, escapam da imensa nave militar, mas ficam à deriva, bem próximos de uma estrela que está prestes a entrar em supernova.
Apesar de alguns estereótipos (Megan, loira, bonita, etc.) o conto tem uma narrativa muito gostosa, atenta aos detalhes, desde o comportamento dos personagens até à tecnologia de dobra espaço-temporal. Priscila explica, logo no começo do conto, que ele é baseado na criação de seu marido, Rodrigo de Salles e de seu amigo Gilberto Tensai. Ela resolveu experimentar suas habilidades na ficção científica ao fazer um conto baseado no enredo deles e devo dizer que mandou muito bem!
Ficção e realidade
Uma das coisas que o conto trata é sobre seres híbridos. Descobrimos uma raça alienígena chamada megalo que pode cruzar com seres humanos, o que no conto é relatado brevemente. Desta junção originam-se os megalosapiens, que sofreram preconceito e tiveram na figura da embaixadora, mãe de Megan, alguém que lutou contra isso. Alienígenas sempre são uma alegoria fascinante para se tratar de temas como preconceito e xenofobia. A humanidade sempre temeu o diferente. A péssima relação entre alienígenas e humanos é uma forma de trabalhar o assunto de maneira elegante, embaralhando com a ficção.Pontos positivos
Aventura espacialMegalosapiens
Bem escrito
Pontos negativos
Acaba rápidoNão sabemos o que houve com o pai de Proto
Avaliação do MS?
Além de ser uma aventura muito gostosa de ler, de estar bem escrita e por ser nacional, o conto também é escrito por uma mulher. Tem muita coisa boa sendo feita e que não está no círculo mainstream de literatura. Leia mais mulheres, leia mais literatura nacional, você não vai se decepcionar. Cinco aliens para o conto e uma forte recomendação para que você também leia!Até mais!
Comentários
Postar um comentário
ANTES DE COMENTAR:
Comentários anônimos, com Desconhecido ou Unknown no lugar do nome, em caixa alta, incompreensíveis ou com ofensas serão excluídos.
O mesmo vale para comentários:
- ofensivos e com ameaças;
- preconceituosos;
- misóginos;
- homo/lesbo/bi/transfóbicos;
- com palavrões e palavras de baixo calão;
- reaças.
A área de comentários não é a casa da mãe Joana, então tenha respeito, especialmente se for discordar do coleguinha. A autora não se responsabiliza por opiniões emitidas nos comentários. Essas opiniões não refletem necessariamente as da autoria do blog.