A Aleph não perdeu tempo e trouxe o segundo volume da saga do Murderbot, agora também uma série de sucesso da Apple TV! O robô-assassino mais querido do universo, retorna em uma nova aventura enquanto tenta descobrir mais sobre seu passado, apagado pela empresa. Ele poderia mesmo ter cometido alguma atrocidade?
O livro
Nosso robô-assassino é uma inteligência artificial, feita de materiais sintéticos e material biológico clonado, que conseguiu hackear seu módulo de controle. Assim, ele consegue pensar por si próprio, nem pode mais ser submetido a ordens, principalmente as ilegais. E ao invés de usar essa habilidade para sair matando as pessoas, ele a usa para baixar séries de TV, filmes, livro e ficar horas desconectado do ambiente ao redor. Ele também usa esse material de maneira a entender, ou tentar entender, porque os seres humanos fazem tanta burrada.
Eu estou acostumado com humanos querendo fazer coisas que podem causar sua morte. Talvez acostumado demais.
Levado para uma estação de transferência por um dos humanos da primeira missão, esse personagem lhe garante que ele não será usado ou controlado por ninguém. Assim, ainda sem saber muito bem o que quer da vida, ele resolve sair da estação e investigar seu passado, na tentativa de saber como tantas pessoas morreram sob sua guarda e até onde as memórias que está tentando recuperar são verdadeiras. Ele então embarca em uma nave que se dirigia para outra estação, fazendo amizade com sua inteligência artificial.
Nós já vimos muita inteligência artificial em naves espaciais, mas não igual a essa. Martha criou uma intensa interação entre o robô-assassino e a inteligência da nave onde ele embarca. Por mais que queira ficar quieto no seu canto, vendo suas séries, a nave não deixa o robô-assassino quieto e os dois começam a conversar e estabelecem uma amizade e cooperação divertidas, que se sustenta por boa parte da leitura.
Uma das coisas mais legais do murderbot (encurtando pra facilitar) é que ele não tem nenhum traquejo social. Afinal, ele foi feito para segurança, não para interagir. Já existem nesse universo de Wells robôs que foram feitos para lidar com gente, como aqueles voltados para sexo. Justamente por ser uma unidade de segurança, a presença do murderbot chama atenção mais do que deveria e ele decide fazer algumas mudanças para ser mais humano, o que leva a algumas passagens muito engraçadas.
Enquanto tenta chegar ao lugar onde supostamente os massacres aconteceram e que estão relacionados a ele, o robô-assassino se depara com humanos precisando de um agente de segurança. E é claro que sendo humanos típicos, eles farão cagadas que precisarão de sua intervenção. Enquanto age para salvar a vida de seus clientes, ele recebe ajuda da IA da nave em vários momentos. Gostaria muito de saber como essas IAs são construídas, porque elas apresentam um humor que não deve ser original de sua programação.
Esse livro aqui lida muito com a evolução do murderbot, seu passado e o que pode acontecer em seu futuro. As cenas de ação não são o foco, ainda que existam e em menor grau do primeiro livro. Novamente é um livro curtinho, com menos de 250 páginas, o que dá para ler em um dia. Outra coisa: a autora escreve excelentes personagens femininos, masculinos, não-binários. Inclusive cria termos para se designar a pessoas cujo gênero não foi definido ou é fluído. Quantas FCs por aí estão fazendo isso?
Eu já tinha passado muito tempo fingindo ser paciente quando humanos faziam perguntas idiotas. Meu autocontrole já devia ser melhor.
O livro está bem traduzido por Laura Pohl e não encontrei problemas de revisão ou diagramação.
Obra e realidade
Acredito que a inteligência artificial seja essencial para o desenvolvimento de uma ciência espacial segura. Mas no atual estado das coisas, com IA roubando arte dos outros, sinto que estamos desperdiçando um grande potencial. Há muita coisa que as IAs podem fazer e não estão fazendo, sendo apenas sugadoras de criatividade humana, água e eletricidade. Atualmente, elas estão aí como parasitas, quando poderiam refinar dados científicos, por exemplo.
Martha é uma escritora norte-americana prolífica, tendo escrito uma série de fantasia, romances young adult, ensaios e críticas de ficção especulativa e a série Murderbot. É ganhadora das vários prêmios, enre eles o Hugo Awards de Melhor Novela por All Systems Red.
PONTOS POSITIVOS
Unidade de segurança
Bem escrito
Uma máquina que não tá nem aí pra ninguém
PONTOS NEGATIVOS
Muito curto!
Unidade de segurança
Bem escrito
Uma máquina que não tá nem aí pra ninguém
PONTOS NEGATIVOS
Muito curto!
Avaliação do MS?
Imagine um androide que não é nem servil, nem uma máquina aniquiladora da raça humana, que só quer ficar de boa vendo séries? É praticamente minha descrição se eu fosse um androide. Os livros dessa saga não apenas bem escritos e de ficção científica de primeira qualidade, como também são muito divertidos. Quatro aliens para ele e uma forte recomendação que você leia também!
Até mais! 🤖
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