Outros 5 escritores brilhantes que escreveram apenas um livro

Em um post distante, fiz uma lista com autores que publicaram apenas um livro em vida (e alguns ficaram super famosos depois disso). Enquanto alguns autores são bastante prolíficos, publicando dezenas de livros, como Nora Roberts e Stephen King, outros escreveram uma grande obra e mais nada. Aqui tem mais cinco escritores com apenas um grande romance em seu currículo.

Outros 5 escritores brilhantes que escreveram apenas um livro

Tal como bandas e artistas que só fazem sucesso com uma única música, muitos autores só se tornaram um fenômeno depois da publicação de seu único romance.
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Margaret Mitchell: E o Vento Levou
Margaret Mitchell
O longa de Hollywood é um dos grandes clássicos das telonas, representando uma era de ouro da indústria. Ele conta a história da mimada Scarlett O'Hara, uma jovem sulista que viveu na época da Guerra Civil e, posteriormente, da Reconstrução. Publicado em 1936, ganhou o Prêmio Pulitzer de Ficção no ano seguinte. Foi adaptado em filme em 1939 e quando ajustado pela inflação, ainda é o filme de maior bilheteria de todos os tempos.

No entanto, o livro e o filme não envelheceram bem, devido à linguagem racista, personagens estereotipados e sua romantização do Sul dos Estados Unidos e da escravidão. Mitchell optou por ignorar os horrores da escravidão em sua própria narrativa. Numa entrevista de 1936, ela disse sobre a sua educação: "Ouvi tudo no mundo, exceto que os confederados perderam a guerra. Quando eu tinha 10 anos, foi um choque violento saber que o General Lee tinha sido derrotado. Não acreditei quando ouvi pela primeira vez e fiquei indignada. Ainda acho difícil de acreditar, tão fortes são as impressões da infância."

Mitchell escreveu o livro enquanto se recuperava de uma lesão no tornozelo. Ela morreu em 1949, após ser atropelada por um motorista bêbado. Em 1996, 47 anos após sua morte, um manuscrito foi descoberto. Foi publicado como "Lost Laysen", uma novela ambientada no Pacífico Sul.

Emily Brontë: O Morro dos Ventos Uivantes
Emily Brontë
Brontë morreu em 1848, apenas um ano depois de escrever seu primeiro e único romance, O Morro dos Ventos Uivantes. Todas as irmãs Brontë tiveram mortes prematuras, e com Emily não foi diferente. Ela morreu de tuberculose aos 30 anos, mas não antes de publicar O Morro dos Ventos Uivantes, um clássico da literatura inglesa sobre dois amantes infelizes, Catherine e Heathcliff, que atravessa gerações. O livro apresenta uma história fantasmagórica de obsessão, vingança e paixões intensas.

O livro foi aceito pelo editor Thomas Newby junto com Agnes Gray de Anne Brontë antes do sucesso do romance Jane Eyre de sua irmã Charlotte Brontë, mas foram publicados mais tarde. Após a morte de Emily, Charlotte editou uma segunda edição do livro da irmã, que foi publicada em 1850. A obra inspirou uma série de adaptações em diversas mídias, incluindo a canção de mesmo nome da cantora e compositora inglesa Kate Bush.

Agora considerado um dos maiores romances já escritos em inglês, as críticas da época foram polarizadas. Foi controverso por suas representações de crueldade física e mental, incluindo violência doméstica, e por seus desafios à moralidade, à religião e ao sistema de classes vitorianos.

J.D. Salinger: O Apanhador no Campo de Centeio
J.D. Salinger
Salinger escreveu várias novelas e contos, mas O Apanhador no Campo de Centeio foi seu único romance. Considerado um dos romances mais revolucionários do século XX, O livro é a representação definitiva da juventude na literatura. Com mais de 70 milhões de cópias vendidas desde seu lançamento em 1951, o livro influenciou e marcou gerações de leitores com sua visão crua da adolescência, sua prosa ágil e desbocada e seu humor feroz e anárquico.

Holden Caulfield é um estudante do ensino médio que enfrenta depressão e dores de crescimento. Foi o primeiro trabalho independente de Salinger, que já havia publicado vários contos em revistas e periódicos. Conhecido por sua reclusão, Salinger nunca mais escreveu um livro. Em 1961, ele publicou "Franny and Zooey", duas novelas relacionadas, e dois anos depois "Raise High the Roof Beam, Carpenters and Seymour: An Introduction", outra coletânea de novelas.

O sucesso do livro e o status de livro cult, além de todas as polêmicas e críticas da época, serviram apenas para deixar Salinger cada vez mais recluso, escrevendo cada vez menos.

Ralph Ellison: Homem Invisível
Ralph Ellison
O único romance de Ralph Ellison publicado em vida foi Homem Invisível. E ele lutou para completar um segundo. Ele conta a história de um jovem negro que sai do sul racista dos Estados Unidos e vai para o Harlem, em Nova York, nos primeiros anos do século XX. Com o passar do tempo, entre experiências frequentemente contraditórias, o protagonista conhece um mundo muito diferente daquele que idealizara. Invisível para brancos racistas, e também para negros radicais, ele deseja apenas ser como é, e não um “homem invisível”, onde todos veem o que o rodeia e não a ele próprio.

Publicado em 1952, o único outro trabalho publicado durante a vida de Ralph Ellison foi "Shadow and Act", uma coleção de contos e ensaios. Ellison passou os 42 anos seguintes escrevendo um segundo romance. E embora tenha dito que escrevera 2 mil páginas ao morrer, em 1994, Ellison nunca conseguiu transformá-las em um romance. Em 1999, uma condensação de 368 páginas dessas páginas foi publicada chamada "Juneteenth". Uma versão mais longa chamada Three Days Before the Shooting foi publicada em 2010. No entanto, é impossível dizer como seria a história se Ellison tivesse conseguido terminá-la sozinho.

Mary Ann Shaffer: A sociedade literária e a torta de casca de batata
Mary Ann Shaffer
O romance é sobre Juliet Ashton, uma autora britânica da década de 1940 que fica intrigada ao saber sobre um grupo chamado Guernsey Literary and Potato Peel Society, que foi formado como disfarce durante a ocupação alemã da ilha. À medida que Juliet aprende mais sobre o grupo e seus membros, ela se aproxima de um membro em particular. Começa aí uma intensa troca de cartas a partir da qual é possível identificar o gosto literário de cada um e o impacto transformador que a guerra teve na vida de todos.

Antes de escrever o livro, Shaffer trabalhou como editora, bibliotecária e em livrarias. Ela visitou pela primeira vez a ilha britânica de Guernsey nos anos 1970 e décadas depois voltou ao cenário de seu romance. Shaffer ficou doente e pediu à sobrinha que a ajudasse a editar e reescrever partes do livro antes de morrer, por isso sua sobrinha Annie Barrows é creditada como coautora.

O romance foi adaptado em filme da Netflix em 2018, estrelado por Lily James e Michiel Huisman, uma década depois de ter sido publicado em 2008.

Lembrou de mais algum??

Até mais!

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