Michio Kaku é um otimista incurável. Seus livros estão recheados de uma visão otimista para o futuro da humanidade baseado nas ciências e de como estamos caminhando para um mundo que passará por uma revolução social e tecnológica nunca antes vistas. Infelizmente sabemos que o ser humano nem sempre escolhe o que é bom para toda a sociedade e despreza a ciência que tanto nos deu. Neste livro, ele especula sobre a humanidade deixando a Terra e conquistando o espaço.
O livro
A humanidade está sempre à beira de uma grande catástrofe. Ainda que sejamos muito numerosos no planeta, cerca de 75 mil anos a humanidade quase foi extinta com a erupção de um vulcão. Um fato inegável é que estaremos diante de um evento como esse em algum momento de nossa história, um que coloque em risco toda a nossa espécie. O que fazer para garantir a sobrevivência do ser humano?A grandiosa história da vida na Terra nos mostra que, em face de um ambiente hostil, é inevitável a qualquer organismo um entre três destinos. Pode-se abandonar aquele ambiente, adaptar-se a ele ou morrer.
Página 11
Se uma ameaça se avizinhar, talvez a raça humana não tenha outra opção além de abandonar a Terra. Este livro trata de um futuro que se perde no tempo e apenas faz especulações, pois não há como dizer o que acontecerá. Kaku extrapola ideias e tecnologias atuais, sempre baseado na ciência, para tentar mostrar caminhos para a sobrevivência do ser humano.
Kaku nem é o primeiro a abordar o tema. Carl Sagan e Stephen Hawking já trabalharam com o assunto em outras obras excelentes, também baseando-se na ciência. Pode parecer que estamos seguros para uma série de riscos, mas como dizia Sagan, estamos no meio de stand de tiro cósmico. Daqui 5 bilhões de anos, nosso Sol esgotará seu combustível e se tornará uma gigante vermelha. Se estivermos vivos até lá, o Sol se encarregará de acabar de uma vez com tudo.
Sempre mencionando trabalhos memoráveis da ficção científica (dessa vez traduziram Star Trek direito!), o autor se vale dos exemplos de séries, livros e filmes para mostrar sua aplicabilidade e o que podemos usar para nos inspirar na atualidade. Na introdução, ele trabalha com a ciência de encontrar planetas e alguns exemplos de como podemos ser extintos caso não encontremos um novo lar no futuro.
Em seguida ele começa um capítulo em que deixamos a Terra. Relembrando grandes nomes da tecnologia de foguetes, como Robert Goddard que chegou a ser ridicularizado pela mídia por suas ideias estapafúrdias de colocar pessoas em foguetes e mandá-las ao espaço, Kaku nos leva por uma viagem onde relembra os grandes feitos da ciência espacial nos seus primórdios e as grandes ideias que vários autores já tinham nessa época, por mais que a tecnologia parecesse improvável. Há todo um capítulo dedicado a Marte e a possibilidade de ser terraformado.
Gostei muito do livro, mais até do que o livro anterior de Kaku que li, A física do futuro. É uma fonte de inspiração para escritoras de ficção científica, pois trata de assuntos pertinentes, além de extrapolar para o futuro, exercício este bem complicado e impossível de prever. Não podemos prever o futuro, mas podemos influenciá-lo.
Quando chegamos na parte da viagem entre as estrelas, há muita tecnologia experimental, como a propulsão de Alcubierre e várias referências à cultura pop, um deleite para qualquer fã de FC. Na parte três, a vida no universo é abordada, novamente com especulações bem assentadas na ciência e com tendências para os próximos anos para o que a ciência que busca por vida extraterrestre. Se eles existirem, como podem ser? E nós? Como seremos no futuro?
Foi uma leitura muito gostosa. Por mais que algumas coisas para nós pareçam distantes e muito especulativas, o exercício de imaginá-las vale qualquer esforço. A edição foi traduzida por Jaime Biaggio e está ótima. Encontrei alguns errinhos aqui e ali, mas nada que atrapalhe a leitura como no caso do livro da Rocco. Capa macia e comum e papel amarelo no miolo, com algumas imagens em preto e branco pelos capítulos.
Obra e realidade
Gostei muito do capítulo sobre civilizações avançadas, onde há uma discussão sobre a espécie humana se tornar outra espécie caso viaje pelo universo. Quais as possibilidades de nos subdividirmos em várias sub-espécies humanas derivadas da Terra? Os dados mostram que o DNA humano muda a uma taxa de 1% a cada 1,5 milhão de anos. Ou seja, para alterar 1% do nosso código genético, teríamos que esperar 1,5 milhão de anos e ainda assim continuaríamos com a mesma aparência. Parece que somos mais resistentes à mudança do que achávamos.Michio Kaku é um físico teórico, futurista e divulgador científico norte-americano. Autor de vários livros, é professor do City College, em Nova York.
PONTOS POSITIVOS
Otimista
Pesquisa
Bem escrito
PONTOS NEGATIVOS
Problemas de revisão
Preço
Otimista
Pesquisa
Bem escrito
PONTOS NEGATIVOS
Problemas de revisão
Preço
Avaliação do MS?
Se conseguirmos evitar a destruição que um dia se abater sobre nós, temos aí uma série de opções para o futuro. Pode parecer tudo muito distante por enquanto, mas voar também era algo distante na virada do século XIX. Não sabemos que tipo de descobertas podem vir e nem como vamos nos comportar diante delas. Vale a leitura e o exercício de especulação, sem contar o otimismo de Michio Kaku. Quatro aliens para o livro e uma forte recomendação para você ler também!Até mais!
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