A saga dos sobreviventes de Woodbury continua neste livro que vai mexer com algo que ainda não tinha aparecido: o fundamentalismo religioso. A cidade de Woodbury conseguiu resistir à ira do Governador, mas será que conseguirá resistir à ira divina? E à ira dos fundamentalistas? Pensei que este seria o último livro de TWD quando o peguei para ler. Aí descobri que estava vindo mais um, Invasão. Depois que acabei esta leitura é que entendi o porque. O Governador caiu. Lilly agora é responsável pela cidade, apesar de achar que não tem cacife para esse tipo de coisa.
O livro
Com a queda do governador no livro anterior, a cidade de Woodbury vive uma calma tensa. Lilly Caul, a protagonista e uma excelente personagem que cresceu muito nos livros, desde O Caminho para Woodbury, lidera a pequena população assustada nos dias seguintes à invasão da prisão. Tendo perdido o namorado, seu bebê, Lilly se agarra à ideia de fazer Woodbury crescer, tornando-a segura para seus habitantes. Ela assume, meio que a contragosto, o cargo de governadora da cidade.Após acolherem um assustado jovem que conseguiu sobreviver do lado de fora, ele pede ajuda para salvar sua congregação, que está sitiada em uma igreja numa cidade perto dali. Ele saiu em busca de ajuda e acha que foi a providência divina que colocou Lilly e Woodbury em seu caminho. Lilly então organiza um resgate se utilizando de uma recém descoberta rede de túneis sob Woodbury.
Quem ela resgata é o reverendo Jeremiah James Garlitz, figura que parece ser simpática, um homem de Deus, alguém que consegue encantar multidões, porém o melhor amigo de Lilly, o paramédico Bob Stookey, não cai nessa conversinha fácil do reverendo. Ele sente que tem algo estranho nesse sujeito e resolve manter uma distância saudável dele, o que Lilly não entende.
Temendo cometer os mesmos erros do Governador, Lilly sente que não pode ficar sozinha na liderança de Woodbury e decide dividi-la com o reverendo Jeremiah. O grupo dele pareceu se integrar bem à rotina da cidade, mas Bob permanece sumido em sua enfermaria e pouco aparece nas reuniões dos cidadãos.
Depois de ler todos os livros de TWD percebi que muita coisa da série poderia ter apenas um livro. A queda do governador foi dividida em dois livros e era desnecessário. Aqui temos a mesma coisa. Declínio e o próximo livro, Invasão, poderiam ser uma obra só, pois falam basicamente da mesma coisa, a ascensão e queda de Jeremiah e a luta de Lilly para manter o grupo vivo. Foi desnecessário, sério.
O que realmente salva a obra inteira é a personagem de Lilly, que cresceu muito desde sua primeira aparição em O Caminho para Woodbury. E o reverendo Jeremiah, que é um antagonista um pouco diferente do Governador, mas igualmente perverso. A gente fica mesmo com uma pulga atrás da orelha quando esse sujeito fala e aparece. O livro não tem grandes cenas de ação, é meio parado, o que só reforça o fato de não precisar de um livro só para ele, poderia ser uma coisa só.
Obra e realidade
Temos visto constantemente nos noticiários o que o fundamentalismo religioso leva as pessoas a fazer. É uma bancada evangélica que quer espoliar minorias dos direitos que ainda têm, que querem impedir o avanço destas mesmas minorias, fundamentalistas explodindo sítios arqueológicos e arquitetando ataques terroristas.Em uma situação distópica como as que vemos em The Walking Dead, seria natural que esse tipo de comportamento surgisse. As pessoas estariam tão desamparadas pela situação caótica, que poderiam se voltar para o lado mais agressivo do ser humano, ainda mais se fosse estimulada por pessoas com lábia e condições de manipular a multidão. As consequências disso poderiam ser ainda mais desastrosas do que o próprio apocalipse zumbi.
Jay Bonansinga é um escritor e cineasta norte-americano.
Pontos positivos
WoodburyLilly Caul
Reverendo Jeremiah
Pontos negativos
DevagarMuita violência
Avaliação do MS?
O que me segura nesses livros de The Walking Dead é Lilly Caul. Comecei a ler a saga por curtir a série de TV, mas depois foi a personagem de Lilly a responsável por segurar os livros. Apesar de achar desnecessário dividir os livros - o que é uma decisão caça-níquel, nem tem o que questionar - Jay Bonansinga conseguiu segurar a narrativa sozinho e conseguiu um livro que se sustenta sozinho, mesmo não tendo grandes cenas de ação. O medo dos zumbis está lá, mas se tem algo que os livros sempre mostraram é que o perigo às vezes é imperceptível até que tudo exploda de vez. Três aliens para o livro.Até mais!
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