A Aleph não perdeu tempo e trouxe o terceiro volume da saga do robô-assassino, agora também uma série de sucesso da Apple TV! O robô-assassino mais querido e rabugento do universo, retorna em uma nova aventura enquanto tenta descobrir mais sobre seu passado, apagado pela empresa.
O livro
Pra quem pegou o bonde agora, nosso robô-assassino é uma inteligência artificial, feita de materiais sintéticos e material biológico clonado, que conseguiu hackear seu módulo de controle. Assim, ele consegue pensar por si próprio, nem pode mais ser submetido a ordens, principalmente as ilegais. E ao invés de usar essa habilidade para sair matando as pessoas, ele a usa para baixar séries de TV, filmes, livros e ficar horas desconectado do ambiente ao redor. Ele também usa esse material de maneira a entender, ou tentar entender, porque os seres humanos fazem tanta burrada.
Nunca se refira aos clientes como alvos; você não quer acabar se confundindo no momento errado.
Lá em Alerta vermelho, somos apresentadas à GrayCris, uma companhia no estilo Weyland-Yutani, que quer muito botar as mãos no robô-assassino que, por sua vez, quer reunir provas suficientes para desviar novamente a atenção para a GrayCris. E, claro, ajudar a Dra. Mensah, porque, bem… talvez ele se importe mais do que gostaria de admitir.
Assim, ele segue para Milu, uma instalação de terraformação abandonada que pode ter servido de fachada para as verdadeiras atividades da GrayCris: a recuperação de artefatos alienígenas. Ao chegar, ele descobre que uma pequena equipe de pesquisa também está a caminho do local para inspecionar as instalações. Entre eles está Miki, um robô em forma humana, alegre, ingênuo e surpreendentemente otimista. Como todos estão indo na mesma direção, não faria mal ficar de olho neles. Né??
É claro que a equipe acaba enfrentando algumas tentativas de assassinato e o robô-assassino precisa intervir para salvá-los. Aqui entra a parte mais legal de toda a saga do robô: ele reluta em ajudar, mas vai lá e faz acontecer, porque ele sabe que pode sobrar pra ele também. E talvez, quem sabe, ele se importe um pouco com as pessoas. Esse é um dos motivos para os livros da série funcionarem tão bem, porque há sim uma grande empresa capitalista ferrando a vida das pessoas e tem esse robô que tá pouco se lixando pra quem quer que seja que acaba interferindo pra ninguém morrer.
Assim como seus antecessores, Protocolo rebelde é uma história enxuta, envolvente e capaz de levantar questões éticas, existenciais e filosóficas sem jamais se tornar pesada. A narrativa é fácil de acompanhar, pois é muito amigável, até para quem não é muito fã de ficção científica porque acha que vai ser difícil de compreender. Há diversos termos típicos do gênero, mas você não precisa se preocupar com eles para entender perfeitamente a trama.
O livro funciona em vários níveis: é engraçado, é tenso, é cheio de ação (com o robô-assassino exibindo algumas de suas manobras mais criativas) e, inevitavelmente, provoca emoções. A impressão é que Martha Wells lapidou os poucos e mínimos tropeços das duas primeiras novelas e entregou uma experiência quase perfeita dentro do universo do robô-assassino.
Os personagens humanos são interessantes, mas as melhores interações são entre o robô e Miki, um robô gentil, quase fofinho, completamente despreparado para o perigo ou para o combate. Miki é inteiramente metálico, sem partes orgânicas, uma inteligência artificial pura que só conheceu bondade e amizade por parte dos humanos, o que o torna um grande contraponto ao protagonista. Para manter aqueles humanos vivos, o robô-assassino, tratado durante toda a sua existência como um objeto perigoso, precisa cooperar com Miki, que sempre foi tratado como um amigo precioso. Essas interações me arrancaram boas risadas ao longo da leitura!
Se não fosse pelas séries que eu baixava no canal de entretenimento, ficaria achando que o único jeito de os humanos se comunicarem era apontando dedos e gritando.
O livro está bem traduzido por Laura Pohl e não encontrei problemas de revisão ou diagramação.
Obra e realidade
Acredito que a inteligência artificial seja essencial para o desenvolvimento de uma ciência espacial segura. Mas no atual estado das coisas, com IA roubando arte dos outros, sinto que estamos desperdiçando um grande potencial. Há muita coisa que as IAs podem fazer e não estão fazendo, sendo apenas sugadoras de criatividade humana, água e eletricidade. Atualmente, elas estão aí como parasitas, quando poderiam refinar dados científicos, por exemplo.
Martha é uma escritora norte-americana prolífica, tendo escrito uma série de fantasia, romances young adult, ensaios e críticas de ficção especulativa e a série Murderbot. É ganhadora das vários prêmios, enre eles o Hugo Awards de Melhor Novela por All Systems Red.
PONTOS POSITIVOS
Miki e robô-assassino
Bem escrito
Uma máquina que não tá nem aí pra ninguém
PONTOS NEGATIVOS
Muito curto!
Miki e robô-assassino
Bem escrito
Uma máquina que não tá nem aí pra ninguém
PONTOS NEGATIVOS
Muito curto!
Avaliação do MS?
Imagine um androide que não é nem servil, nem uma máquina aniquiladora da raça humana, que só quer ficar de boa vendo séries? É praticamente minha descrição se eu fosse um androide. Os livros dessa saga não apenas bem escritos e de ficção científica de primeira qualidade, como também são muito divertidos. Quatro aliens para ele e uma forte recomendação que você leia também!
Até mais! 🤖
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