Resenha: A Página em Chamas, de Genevieve Cogman

Admito: sou fã incondicional da Biblioteca e de Irene, sua incansável agente e defensora fiel. Junto de seu assistente sedutor Kai, os dois varrem mundos paralelos em meio às mais variadas ameaças em busca de livros que botem ordem e equilíbrio em seus domínios. Mas nem tudo vai bem com a Biblioteca. Na verdade, uma grande ameaça se agiganta sobre ela.

Parceria Momentum Saga e Editora Morro Branco


O livro
Depois do final bombástico do último livro, eu estava bem curiosa com o destino de Irene. Ela está meio que de castigo, tendo que fazer trabalhos pouco atraentes como forma de punição por suas ações na Veneza da última aventura. Mesmo assim, ela mantém seu padrão, seu comportamento obstinado. Nada pode pará-la de fazer seu trabalho e assim ela e Kai estão em um mundo, com um novo livro para levar de volta à Biblioteca, fugindo de uma França Revolucionária. Mas ao tentar abrir uma passagem para a Biblioteca, ela pega fogo.

Resenha: A Página em Chamas, de Genevieve Cogman

Ela descobre rápido que o problema tem afetado vários mundos. Uma reunião de emergência tenta atualizar a todos sobre os eventos e que o grande inimigo da Biblioteca pode estar por trás disso: Alberich, alguém de quem Irene tem uma profunda repulsa, já tendo se deparado com ele em outra ocasião. Coppelia, sua mordaz superiora, dá uma missão a Irene que pode ajudar a restaurar a ordem. Ela deve ir para um Império Russo formidável reaver a obra.

Infelizmente a sombra de Alberich está em todos os lugares, Irene parece não ter um momento de paz. Gosto muito como a mente de Irene funciona. Ela sempre avalia com cuidado suas opções, pensando com rapidez e tendo ideias úteis que podem salvar a sua vida e dos outros. Mas outro ponto positivo é ver que ela não é perfeita, podendo cometer erros como qualquer pessoa.

O maior bem de um Bibliotecário era seu poder de remodelar a realidade.

Página 17

Irene terá que topar com alguns adversários conhecidos como lobisomens e feéricos e sair de situações inquietantes com nada mais do que a Linguagem e inteligência. Acho que é por isso que eu gosto tanto dessa série, Irene usa a cabeça. Busca saídas. Ela pensa antes de agir. E mesmo tendo pessoas bonitas e sedutoras ao seu redor, ela não sucumbe a qualquer ronronar romântico de alguém que atravesse seu caminho.

Dito isso, devo questionar um certo envolvimento romântico dela com um personagem que, sinceramente, nada tem a ver com ela. Aliás, sempre senti uma antipatia entre esses dois, mas por alguma razão a autora achou que seria interessante colocar um beijo e uma sedução ali. Sério, foi desnecessário. Não houve nenhum acréscimo para o enredo, adiantou nada de nada. Revirei os olhos fortemente, porque não é algo que Irene faria naquela situação.

Também questiono a necessidade de enaltecer Kai o tempo inteiro. OK, já sabemos quem ele é, sua capacidade, seu poder. Ele é charmoso, coisa e tal, mas a autora não precisa ficar comparando Irene com todo e qualquer personagem que aparece. Isso meio que cansou e Genevieve fez muitas vezes. Miga, menos. Até porque, pelo modo como a coisa terminou de maneira bombástica, teremos mais um volume vindo por aí.

A edição da Morro Branco está linda com essa capa com detalhes queimados e dourados. A revisão precisa melhorar para uma nova edição, pois pequei palavras e letras faltando ou sobrando. Tem um ou outro erro de tradução, mas esses problemas não chegam a impedir a leitura ou a compreensão.

Ficção e realidade
Já falei isso antes nas resenhas anteriores, mas curto muito a forma como um livro pode ser decisivo no balanço de poder de um mundo e como as histórias são contadas a ponto de tomarem forma nos mais variados lugares. Dependendo de quanto caos ou ordem um mundo tiver, mais efetiva ou não a história será. Ora, não é essa a função de um livro? Tornar-se um mundo paralelo e real na cabeça de toda leitora? Um mesmo livro lido por várias pessoas diferentes terá várias interpretações e formas de imaginar lugares, eventos e personagens. Genevieve usou esse poder para criar um enredo fascinante.

Afinal de contas, quando ela morresse, o que iria deixar? Um punhado de livros não lidos em um quarto usado. Uma nota de rodapé nas memórias de uns outros poucos bibliotecários.

Página 275

Genevieve Cogman

Genevieve Cogman é uma escritora britânica de ficção especulativa. Escreveu para vários jogos de RPG, como o GURPS Vorkosigan. Trabalha no Sistema Nacional de Saúde britânico e curte nerdices nas horas vagas.

Pontos positivos
Irene e Kai
Dragões, lobisomens e feéricos
Tem uma biblioteca interdimensional
Pontos negativos
Romance desnecessário
Pode ser lento em algumas partes

Título: A Página em Chamas
Título original em inglês: The Burning Page
1. A Biblioteca Invisível
2. A Cidade das Máscaras
3. A Página em Chamas
4. A Trama Perdida
5. A Palavra Mortal
6. The Secret Chapter (2019)
7. The Dark Archive (2020)
8. The Untold Story (2021)
Autora: Genevieve Cogman
Tradutora: Ana Death Duarte
Editora: Morro Branco
Páginas: 416
Ano de lançamento: 2018
Onde comprar: na Amazon!

Avaliação do MS?
Se assim como eu você é fascinada por livros e histórias, precisa acompanhar as aventuras de Irene e Kai. Não apenas é uma espiã que trabalha para uma Biblioteca Invisível e transdimensional, como Irene é uma personagem fantástica. Bem escrita, inteligente, que está sempre no centro das ações e eventos dos mais variados mundos. Este é um universo para qualquer amantes dos livros. Quatro aliens e uma forte recomendação para você ler também!



Até mais! 📚

Já que você chegou aqui...

Comentários

Form for Contact Page (Do not remove)