O futuro imperfeito

É muito comum as pessoas pensarem no futuro de maneira perfeita, quase utópica. Não acho errado. Não culpo ninguém por querer que as coisas saiam do jeito que a gente sempre quer. Mas muitas tentativas de se prever o futuro não deram certo. Na verdade, se revelaram incertas, impraticáveis, incorretas e totalmente fora da realidade. Na ficção científica então, aplicar datas é sempre muito complicado.

O futuro imperfeito

Por que eu chamo de futuro imperfeito? O que é o futuro? De maneira bem simplista é o que está por vir ou acontecer, com tempo indefinido. Desde que o mundo é mundo que as civilizações tentam prever o que virá pela frente, pois de uma maneira bastante peculiar e ancestral, o ser humano ainda teme as noites ao relento, teme a insegurança e a sensação de perigo. Teme estar só. Prever o futuro é uma garantia de sucesso.

Mas se tem uma coisa que a ficção científica faz muito bem é mostrar que datas são insignificantes. Elas são irrelevantes, pois o que contam mesmo são nossas ações. Quem assistiu De Volta Para o Futuro deve lembrar do futuro estranho que Marty McFly encontrou para si mesmo e o quanto ele ficou chocado com isso. Suas ações futuras acabaram por apagar o papel que o demitia que ficou na mão de sua namorada. Ou seja, alguma coisa ele fez para apagar aquele futuro esquisito que tanto repudiou.

É comum existirem dois mundos extremos na FC: os utópicos e os distópicos. O mundo utópico é o mundo de Jornada nas Estrelas, sem crimes, doenças, pobreza, onde o sistema é igualitário, todos têm as mesmas chances de serem pessoas melhores e crescer intelectualmente. Um mundo distópico é o mundo de Blade Runner, o caos, a tentativa de ordem, a luta pela sobrevivência, um lugar sujo, populoso, onde são todos reféns do sistema. A principal diferença, a meu ver, é que na sociedade distópica, a sujeira é aparente, enquanto sociedades utópicas varrem a sujeira para debaixo do tapete.

Não vamos nos enganar. O nosso presente é tanto utópico quanto distópico. Mas perfeito, ele nunca será. Bem como o futuro. Podemos e devemos idealizar um futuro perfeito, mas sabemos pela experiência humana que ele nunca foi assim. Na verdade existem aqueles momentos perfeitos, onde tudo consegue funcionar ao mesmo tempo e as ações parecem sempre apontar numa mesma direção. Contudo, são tantas variáveis, que fica difícil prever o final disso tudo. Se formos pensar bem, o que é importante nunca muda. Mudam os momentos.

E você, o que acha do futuro? Até mais!

A utopia está lá na linha do horizonte.
Aproximo-me dois passos, ela afasta-se dois passos.
Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos.
Por mais que eu caminhe, jamais a alcançarei.
Para que serve a utopia?
Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar...

Eduardo Galeano

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