A segunda temporada de Os Aneis de Poder terminou, para a minha grande tristeza. Sou uma grande fã da série e até quero reler a trilogia e O Silmarillion por causa dela, enquanto nerdolas por aí relincham que a série "não é Tolkien de verdade". Lamento dizer que não existe realmente um cânone em Tolkien porque o autor pensava constantemente em ajustar a linha do tempo dos eventos que criara, mesmo depois de seus livros serem publicados. Então, chora na cama que é um lugar quente, porque aqui nós servimos aos Anéis de Poder!

Leia também: O que esperar de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder?
Milhares de anos antes dos eventos em O Hobbit e o O Senhor dos Anéis, a série se passa em um momento de relativa paz e vai cobrir os principais eventos da Segunda Era da Terra Média: a confecção dos Anéis de Poder, a ascensão de Sauron, a queda de Númenor e a última aliança entre os humanos e os elfos. O enredo foi condensado e adaptado para caber nos episódios, é claro, e contará com personagens que lembram aqueles que conhecemos nos filmes de Jackson, mas numa roupagem e atitudes totalmente diferentes, além de personagens totalmente novos, como Adar.
A gritaria na creche começou assim que a produção começou a soltar o elenco. Mas o mais engraçado é que a galera que hoje reclama da série e toma os filmes de Peter Jackson como "cânone", são os mesmos que reclamaram das liberdades criativas de Jackson com a trilogia na época de seu lançamento. Nada de novo sob o sol, porém é sempre bom lembrar dessas coisas.
Quem acompanha o blog ou me segue pelas redes sociais, sabe que estou adorando a série. Não consigo enxergar nem metade dos defeitos que a galera aponta nos episódios, no enredo ou nos personagens. Adorei a primeira temporada e estava ansiosa para a segunda, é claro. Achei que o ritmo desta segunda parte foi mais devagar, o que não quer dizer que foi ruim, apenas diferente da primeira.
Na primeira temporada tivemos uma apresentação geral da situação na Segunda Era, mas acredito que a protagonista tenha sido Galadriel, que precisou deixar de lado seu desejo de vingança por um bem maior. Ela foi ludibriada por Sauron porque enxergava apenas sua própria vendeta, por isso embarcou com ele desde Númenor, sem enxergar que o verdadeiro mal estava ao seu lado o tempo todo. Também foi ótimo conhecer Númenor, mesmo sabendo sobre seu destino tenebroso. Mas na segunda temporada temos a magia dos anéis agindo e como Sauron é capaz de destruir qualquer coisa pelo conhecimento da forja.

Acredito que nesta segunda temporada, o protagonista tenha sido Sauron, que fez as rodas do enredo girarem ao seu redor. Queria ter visto mais eventos em Númenor, ainda que o pouco que vimos tenha sido de deixar qualquer um puto da vida, mas beleza, imagino que teremos mais Númenor nas temporadas seguintes e sua inevitável queda (aliás, torço por esse momento!). O destaque dessa temporada é para Sauron/Annatar, brilhantemente interpretado pelo ator Charlie Vickers.
A parte que mais me angustia enquanto assisto à série é saber que muitas coisas vão acontecer e não posso fazer nada para impedir. Por exemplo, toda a manipulação mental de Annatar com Celebrimbor, a maneira insidiosa com que ele manipula os anseios do elfo e destrói toda uma cidade apenas para obter os segredos da forja dos anéis. É exasperador ver o estado lastimável de Celebrimbor no final ou o que a manipulação de Annatar fez com os outros elfos de Eregion. Se na primeira temporada vemos um Sauron quase inofensivo, aqui começamos a ter uma boa ideia do motivo de ele ser chamado de Senhor do Escuro.
É preciso lembrar que as mídias tem formatos e ritmos diferentes. Não é tarefa fácil adaptar um livro para uma série ou para um filme. Ainda mais se tratando de algo visto como um manto sagrado que é a obra de Tolkien. Mas tenho gostado da forma como a história vem sendo narrada. Gosto muito de histórias de origem e quando elas são bem feitas são capazes de trazer ótimos episódios para as telinhas. Essa segunda temporada me fez gostar um personagem que detestei ao ler A Sociedade do Anel: Tom Bombadil!
Meu maior medo era que colocassem esse sujeito cantando pela floresta, mas felizmente o que vemos é um ser poderoso, muito antigo, que já viu de tudo no mundo e que ajuda um mago confuso em sua jornada. Rory Kinnear deu um show nos poucos momentos de Tom nas telas e espero ver mais dele na terceira temporada. Ausente nos filmes comandados por Peter Jackson, sua origem nunca é revelada nos livros de Tolkien, mas sabemos que ele é antigo e muito poderoso. Tom consegue resistir ao poder do Um Anel, algo que nem mesmo Gandalf ousou tentar.
Sei que tem aqueles que já estão babando de raiva por afirmar que Tom Bombadil não aparece em O Silmarillion e assim não deveria estar na série, mas Tolkien deixou as origens do personagem misteriosas e é bem natural que Tom apareça na Segunda Era sendo tão antigo e poderoso.

No geral, foi uma grande temporada, com ótimas atuações e feitos especiais e uma fotografia primorosa. Gostaria que a série tivesse mais episódios por temporada para dar tempo de seus personagens e tramas se desenvolverem. Acho que é um mal do streaming moderno com séries tão curtas. Ainda assim, aguardo ansiosamente por uma terceira temporada!
Até mais! 💍
Já que você chegou aqui...

Comentários
Postar um comentário
ANTES DE COMENTAR:
Comentários anônimos, com Desconhecido ou Unknown no lugar do nome, em caixa alta, incompreensíveis ou com ofensas serão excluídos.
O mesmo vale para comentários:
- ofensivos e com ameaças;
- preconceituosos;
- misóginos;
- homo/lesbo/bi/transfóbicos;
- com palavrões e palavras de baixo calão;
- reaças.
A área de comentários não é a casa da mãe Joana, então tenha respeito, especialmente se for discordar do coleguinha. A autora não se responsabiliza por opiniões emitidas nos comentários. Essas opiniões não refletem necessariamente as da autoria do blog.