Lamento ter descoberto o universo de Jo Nesbø apenas com este livro, pois ele é o sétimo de uma série envolvendo sempre o mesmo investigador, Harry Hole. Andava precisando ler um thriller de investigação e esse aqui vivia aparecendo na minha TL de várias maneiras. Este é um livro perfeito para os fãs de true crime e de Silêncio dos Inocentes!
O livro
O veterano detetive Harry Hole se tornou famoso na Noruega, em 2004, por ser o único homem na Noruega a capturar um assassino em série. Ainda assim, ele não faz muito estardalhaço a respeito. Eis que então ele recebe uma carta, cujo remetente se identifica como Boneco de Neve, um assassino cruel, que o desafia a seguir as pistas para encontrá-lo e, quem sabe, prendê-lo. Seus crimes começaram em novembro de 1980 e se estendem há mais de 24 anos, agindo sempre no mesmo período e escolhendo sempre as mesmas vítimas: mulheres casadas e mães, escolhidas com frieza.
- Enfermeira, o que é mais vil: tirar a vida de quem quer viver, ou impedir a morte de quem quer morrer?
Quando a primeira neve do ano cai sobre Oslo, em novembro, Birte Becker chega do trabalho e elogia o boneco de neve que o marido e o filho fizeram no jardim. Os dois ficam confusos, pois não fizeram nenhum boneco de neve. Esta é a assinatura do assassino que Harry começa a encontrar em vários casos de desaparecimento aparentemente sem conexão. Pessoas desaparecidas podem voltar, mas Harry insiste que há um assassino sinistro operando sob as vistas das autoridades.
Harry é um personagem que de tão bom no que faz, se torna um chato. Não é da personalidade dele, é uma construção que não curti muito, ainda que sua investigação seja bem interessante de se acompanhar. Ao lado da detetive novata, Katrine Bratt, transferida de Bergen para a capital, Harry vai desarquivar casos passados na esperança de encontrar qualquer coisa que o leve para mais perto do Boneco de Neve. Mas Bratt tem uma estranha fascinação pelo assassino. Eles poderiam estar interligados?
Acompanhamos a busca pelo assassino do ponto de vista de Harry, principalmente, com algumas mudanças ao longo da leitura. Harry se vê às voltas não apenas com os casos arquivados, mas também com sua ex-esposa e seu filho, de quem sente saudades. É mais um caso de policial que se dedicava demais ao trabalho e acabou custando sua vida pessoal. Ex-alcoólatra, Harry percorre a Noruega, desencavando casos, enquanto a complicada psicologia do assassino vai se revelando. Nada é bem o que parece nesse livro.
A escrita do autor é bastante descritiva e imersiva. Além dos problemas pessoais dos detetives, há também descrições bem cruas dos crimes, das lesões das vítimas e das cenas, o que nos dá visões perturbadoras de tudo o que o Boneco de Neve é capaz de fazer. Ele é cruel, esperto e praticamente invisível, pois as mulheres desaparecem de dentro de suas casas e ninguém testemunhou nada. Com mais de 400 páginas, o livro voou na minha mão, porque eu precisava saber quem era o tal Boneco de Neve. Prestando bastante atenção nas pistas deixadas pelo autor, lá pela metade da leitura já dá pra sacar quem é...
O livro foi traduzido por Grete Skevik e está bem diagramado e revisado. Não encontrei problemas durante a leitura.
A imprensa só é importante para as pessoas que querem aparecer. As pessoas a quem você dirige seus relatórios só estão preocupadas com resultados concretos na medida em que lhes conferem uma boa imagem na imprensa. Ou evitem mídia negativa. Eu quero pegar o Boneco de Neve, ponto final.
Obra e realidade
Boneco de Neve foi adaptado em 2017, com Michael Fassbender no papel de Harry Hole e Rebecca Ferguson no de Katrine Bratt. Com produção executiva de Martin Scorsese, o filme tinha tudo para dar certo, mas não foi bem o que aconteceu. O roteiro foi fraco e o elenco muito mal aproveitado, o que me parece uma ofensa ao livro e seu enredo.Crimes do tipo cometido pelo Boneco de Neve não são comuns nos países nórdicos. Vai ver é por isso que esse tipo de literatura é tão comum por lá.
Jo Nesbø é músico e escritor norueguês. Tendo estudado economia e análise financeira, Nesbø trabalhou como corretor de açőes e jornalista. Além disso, foi vocalista e compositor da banda pop Di Derre.
PONTOS POSITIVOS
Perturbador
Bem escrito
Katrine Bratt
PONTOS NEGATIVOS
Descrições sangrentas dos crimes
Perturbador
Bem escrito
Katrine Bratt
PONTOS NEGATIVOS
Descrições sangrentas dos crimes
Avaliação do MS?
Sem conhecer nada sobre o universo de Jo Nesbø, peguei essa leitura sem muita perspectiva e acabei encontrando um thriller bem construído e perturbador. Não é um livro para os mais fracos, pois o autor não economiza nas descriçõe dos crimes. Talvez, quando criar coragem, eu pegue mais um livro de Harry Hole. Quatro aliens para o livro e uma forte recomendação para você ler também!
Até mais! ⛄
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