O título e a capa desse livro me atraíram e eu estava procurando uma leitura que fosse rápida e despretensiosa. Comecei a ler sem qualquer expectativa, sem nem mesmo ter lido a sinopse e curti bastante o que encontrei! Se você curte histórias de piratas, protagonistas femininas fortes e magia, então achou um livro ideal.
O livro
A jovem capitã Alosa, de 17 anos, uma pirata determinada e inteligente, está sendo abordada e prestes a ser feita prisioneira por um pirata rival, o capitão Draxen. O mar é um lugar cruel e a luta sobre seu convés é mortal para vários tripulantes. Alosa acaba nas mãos de Draxen e de seu irmão, Riden, sendo levada a bordo do navio inimigo e jogada numa cela. O que eles não sabem é que Alosa queria ser feita prisioneira e subir a bordo. Ela está em uma missão para seu pai, o temido rei pirata, que governa os mares com mãos de ferro.Entrar em uma tempestade é como entrar em uma discussão. Há alguns sinais de aviso. Tudo se agita. Mas então a coisa escala. A tempestade o atinge antes que você esteja pronto. E então você já está envolvido demais para fazer qualquer coisa a respeito exceto esperar que ela passe.
Gostei bastante da forma como o livro começou e como Alosa é impertinente e abusada mesmo estando em uma situação que seus captores acham ser uma desvantagem. Eles estão com a filha do rei pirata, vão conseguir um bom resgate por ela, então por que deveriam temer a garota? O que eles não sabem é que Alosa é muito esperta e que está em uma missão audaciosa: procurar um mapa do tesouro. O mapa pertenceu ao pai de Draxen e Riden e está escondido em algum lugar da embarcação. Como Alosa não tem noção de onde ele possa estar, precisa procurar nos lugares óbvios e partir daí.
Ela tem seus próprios truques para sair da cela, deixando seus captores doidos num primeiro momento. Essas partes, aliás, foram bem divertidas, já que ninguém entende como ela consegue todas as vezes fugir de lá. Riden, o irmão do capitão, mais ponderado e inteligente dos dois, está encarregado de interrogar a prisioneira e está cismado com algumas das atitudes de Alosa. Nota-se a desconfiança mútua e em alguns momentos ele vai fazer o jogo da garota na esperança de descobrir o que está acontecendo. Para um pirata, ele até que é bem educado, inteligente, charmoso e até mesmo evita deixar Alosa ser vigiada por homens ruins. Mas até ele se irrita com as impertinências dela e resolve levá-la para o seu quarto, onde pode vigiá-la mais de perto.
Imaginei que rolaria uma paquera, um romance, mas senti que Alosa é muito focada e centrada em sua missão. Ela brinca com Riden, é claro; os dois não ficam dançando um em volta do outro se provocando, cheios de sutilezas, ela não é uma dama virginal; eles muitas vezes chegam bem perto da ação de fato, mas Alosa precisa correr para achar o mapa e sempre toma juízo antes que a situação se complique. Livros com romance não me incomodam, mas romances mal construídos, sim. Aqui achei que Alosa foi bem pé no chão em vários momentos ao invés de ficar toda deslumbrada porque viu um pedaço de pele do rapaz. Sua missão é o mapa, custe o que custar.
Uma coisa que se destaca é a relação de Alosa com seu pai. Em vários momentos fica bem evidente que a situação toda foi abusiva. Essa garota foi testada em situações cruéis, como ficar trancada num calabouço sem janelas, água ou comida, e ela entende que foi para seu próprio bem, para torná-la uma capitã melhor e mais forte. Há longas ponderações dela sobre como seu pai a tornou a capitã que ela se tornou. Fico pensando se ela trará essa discussão no livro seguinte, porque fiquei bem curiosa para saber mais sobre seu nascimento. Sim, tem uma revelação incrível lá pelo meio que eu nem estava esperando e foi bem gratificante ficar surpresa com ela, pois como disse no começo, nem tinha expectativas.
Li o ebook e não o livro físico, mas ele está, em geral, bem revisado e diagramado. Infelizmente as ilustrações que abrem os capítulos me pareceram borradas no ebook. A tradução foi de Marcia Blasques e está ótima.
Obra e realidade
Piratas são figuras conhecidas do cinema, mas em geral são sempre representados por homens. A história da pirataria, por sua vez, tem grandes mulheres piratas, que comandaram milhares de piratas. Uma das mais poderosas foi Ching Shih (1775–1844), importante pirata que atuou durante a metade de dinastia Qing na China, aterrorizando o mar da China no início do século XIX. Comandou entre 20 mil e 40 mil piratas, homens, mulheres e crianças. Foi uma das poucas capitãs piratas da história a se aposentar da pirataria, o que indica como era um ramo perigoso.Há quem diga que Dido, a lendária fundadora da cidade de Cartago, tenha sido uma pirata, já que sua lenda envolve uma expedição marítima. Artemísia I de Cária também é considerada uma das primeiras piratas documentadas da história, tendo liderado a maior frota do Mediterrâneo. Grace O'Malley foi uma pirata irlandesa que assumiu a frota do pai após sua morte. Entre os nórdicos há muitas mulheres piratas, como a famosa Lagertha, que aparece na série Vikings. Ou seja, como se vê pirataria é coisa de mulher sim!
Tricia Levenseller é uma escritora norte-americana de ficção especulativa para jovens adultos.
PONTOS POSITIVOS
Alosa
Divertido
Piratas!
PONTOS NEGATIVOS
Acaba rápido!
Alosa
Divertido
Piratas!
PONTOS NEGATIVOS
Acaba rápido!
Avaliação do MS?
Não esperava gostar tanto desse livro! Me diverti, gostei de navegado ao lado de Alosa e fiquei bem curiosa para o que o próximo livro trará. Quatro aliens para o livro e uma forte recomendação para você ler também!AHOY! 🏴☠️
Já me chamou a atenção por não ser mais uma história forçando romance em meio a aventura.
ResponderExcluirAcho que vou ler...
Abraços e bom final de semana!