Esta é uma fábula muito conhecida no Egito e, como todas as fábulas, carrega uma moral, uma lição, um ensinamento em seu final. A fábula ganhou uma versão lindinha em português para você ler com a garotada ou presentear para a molecadinha e assim fomentar a prática de leitura!
O livro
Um humilde comerciante vive um dia após o outro, volta e meia vendendo os frutos de sua figueira. Mas sua vida não é nada fácil. A coisa piora consideravelmente no inverno, quando a figueira para de dar frutos. Porém, para sua surpresa, um dia ele se depara com a frondosa árvore carregada dos mais suculentos e belos figos que o comerciante já vira na vida. Era como uma dádiva dos deuses!Sem saber o que fazer, o comerciante pede então ajuda ao vizinho, um escriba. Em um tempo em que a maioria da população nem era letrada, o escriba era visto como um intelectual, alguém a quem as pessoas pediam conselhos. O escriba então orienta a levar diariamente um dos maravilhosos figos para o faraó. Não devia vendê-los, nem comê-los, mas sim ofertar para a divindade suprema da nação. Segundo o escriba, no décimo dia levando figos, a vida do comerciante será transformada.
Resignado, faminto, mas disposto a não irritar os deuses, o comerciante assim o faz. Para sua surpresa, o faraó fica deliciado com a oferenda e recompensa o pobre comerciante com muita fartura. O soberano ainda pede que ele retorne nos dias seguintes. Mas o sucesso do comerciante desperta a ira e a cobiça das pessoas. É aquela história, né? Basta ser feliz e ter sucesso para ver quem são seus verdadeiros amigos e o comerciante está tão alheio a tudo isso que corre um sério risco apenas por continuar levando os figos para o faraó.
Com ilustrações lindinhas de Anuska Allepuz, o livro é bem curtinho, mas muito fofo, com uma narrativa bastante amigável para crianças e adultos. Pode ser trabalhado tanto em sala de aula quanto em casa, lendo para os pequenos num sábado à tarde. Você pode presentear os filhos ou afilhados, filhos dos amigos, mostrar as ilustrações e ler com eles. Senti falta, porém, de uma explicação sobre a origem do conto. Seria interessante atrelar o enredo com a história do Antigo Egito, quem sabe explicando a importância dos figos para a cultura egípcia, trabalhando com a interdisciplinaridade, abordando outros assuntos além daquele da fábula. Não é que não tenha; tem. No final o autor fala sobre o Antigo Egito, fala sobre o fato de este livro ser uma adaptação de um antigo conto popular, mas nunca diz que conto é esse.
Anuska usou poucos traços distinguíveis da antiga cultura egípcia, dando aos personagens um traço e identidade próprios. Mesmo a paleta de cores não evoca a imagem já cristalizada na mente do público leitor quando se pensa em Egito Antigo, mas o enredo cativa e te prende desde o começo. A reviravolta no final é daquelas que você vai dizer "bem feito!".
Obra e realidade
Apesar de não ter uma explicação mais detalhada sobre a origem do conto, nem mesmo seu título original, o livro é uma fábula adorável para se discutir com a garotadinha a respeito das consequências da ganância, da mentira, do egoísmo das pessoas. É aquele tipo de livro que sempre vem atrelado com a pergunta "qual é a moral da história?" e é um ótimo tema para se conversar com as crianças.Ilan Brenman é um escritor e educador brasileiro, nascido em Israel, autor de mais de 80 livros infantis e infanto-juvenis.
Anuska Allepuz é uma ilustradora espanhola, radicada em Londres, autora de vários livros infantis.
Pontos positivos
Autor nacionalBem escrito
Ilustrações
Pontos negativos
Nenhum!
Avaliação do MS?
Um enredo muito bonitinho, uma história bem escrita e lindamente ilustrada. Mesmo com tão poucas páginas, ele consegue entregar um enredo que encanta e ainda leva a discussões interessantes com a molecada. Cinco aliens para o livro e uma forte indicação para você ler também!Até mais!
So cool that a fable has lasted this long and is still being read and told today and LOVE these illustrations!!
ResponderExcluirAllie of
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