Resenha: O assassino do rei, de Robin Hobb

Assim que terminei de ler O Aprendiz de Assassino, republicado pela editora Suma, fiquei muito curiosa para acompanhar Fitz novamente. Como não sei quando a Suma vai lançar os próximos volumes, acabei lendo a versão lançada pela LeYa mesmo. E olha, esse livro foi uma leitura incrível. Que história, que personagens!

O livro
A primeira grande missão de Fitz, no final do primeiro livro, foi quase mortal. Ele sobreviveu, mas houve consequências e sua recuperação, se é que vai acontecer, será longa. Sendo um bastardo e um assassino do rei, Fitz sabe que é visado e que sua cabeça está a prêmio para algumas pessoas. O dever e o amor o fazem retornar à Torre do Cervo para mais uma vez servir à família que nunca o quis por perto.

Resenha: O assassino do rei, de Robin Hobb

Ao retornar à torre, Fitz descobre um reino em pânico, um rei doente e de cama, a ameaça vinda do mar crescendo na costa e Majestoso, esse cramunhão de garrafa, atormentando Fitz e seus aliados. Sabendo que o reino está em risco e que pode haver uma solução para isso, Veracidade, príncipe herdeiro e aliado de Fitz, resolve partir da torre, deixando sua noiva com quem acabara de se casar para trás. Fitz precisa usar toda a sua astúcia e inteligência para sobreviver e manter seus aliados vivos.

É interessante notar que Fitz não é aquele mega assassino letal e escorregadio, que se safa de todas as situações. Na verdade ele comete muitos erros, mesmo quando pensa corretamente. Muitas coisas acontecem ao longo da trajetória dele e de seus aliados. E dentre seus aliados é a esposa de Veracidade, Kettricken, que se revela como uma grande personagem, alguém que vai tentar unir o reino contra os inimigos. Mas Majestoso tem outras ideias.

Um livro tão grande, com mais de 700 páginas, pode assustar algumas pessoas. O fato de ser o segundo livro de uma trilogia também. Mas acredite, o livro passa tão rápido e a leitura é tão gostosa que você nem sente que ele é tão grande. Se o desenvolvimento do enredo se mostra meio arrastado em alguns momentos, o dos personagens não é prejudicado. Você torce por eles, se preocupa, se irrita e quer esganar alguém de qualquer jeito. Robin conseguiu conduzir uma história onde simplesmente não consigo apontar defeitos. É isso, o livro é incrível do começo ao fim.

Fitz está se tornando um jovem adulto, saindo da adolescência, então ele pode ser meio irritante às vezes, meio cabeça dura, mas convenhamos que essa idade é marcada por isso mesmo, por essa transição entre fases que nunca são fáceis. E vemos o quanto esses momentos de impaciência dele podem lhe custar na página seguinte quando alguma coisa acontece. Além de Kettricken, Moli e a Dama Paciência possuem grandes arcos bem desenvolvidos e você quer saber mais sobre elas e acompanhar suas jornadas. Isso é prejudicado pelo fato de o livro ser narrado em primeira pessoa, mas acho que a autora soube dosar bem os eventos para que a gente não perdesse nada.

Talvez um dos melhores relacionamentos do livro todo seja de Fitz com Olhos-da-Noite, seu lobo e companheiro. E essa relação dos dois vai se provar ser de extrema importância no final bombástico desse volume. Sério, eu não estava preparada para o que aconteceu no final. Socorro, Robin! E fique de olho no Bobo. Se no primeiro volume sua aparição era tímida e meio que um alívio cômico, o personagem se revela neste volume aqui.

A Manha, dizem, dá à pessoa a capacidade de falar as línguas dos animais. Além disso, adverte-se que aqueles que praticam a Manha por muito tempo ou bem demais se transformam no animal ao qual se vinculam.

Eu entendo porque a editora Suma optou por não traduzir os nomes dos personagens, porém concordo com a decisão da LeYa de ter traduzido a maioria dos nomes, pois eles fazem sentido nesse universo. Deixá-los no original para depois ficar consultado um apêndice não é legal. A tradução desse livro foi de Jorge Candeias e está ótima. Não encontrei problemas nem de diagramação, tradução ou revisão.

Obra e realidade
Eu nem sou uma grande fã de fantasias. Mas admito que este volume me deixou cativada pelo universo criado por Robin e seus personagens. As intrigas políticas e as ameaças reais me prendem muito mais em uma história do magia e elfos e duendes. Fantasias mais pé no chão conseguem mostrar a magia dos momentos cotidianos entremeadas com as intrigas sociais, culturais e políticas do mundo real. Isso é o que mais me prende nessa trilogia.

Robin Hobb

Robin Hobb é o pseudônimo de Margaret Astrid Lindholm Ogden. Autora de fantasia, tem vários livros publicados dentro do mesmo universo.

PONTOS POSITIVOS
Dama Paciência
Veracidade
Universo dos Seis Ducados
PONTOS NEGATIVOS
Pode ser lento em alguns momentos

Título: O assassino do rei
Título original em inglês: Royal Assassin
Autora: Robin Hobb
Trilogia Farseer
1. O Aprendiz de Assassino
2. O Assassino do Rei
3. A Fúria do Assassino
Tradutor: Jorge Candeias
Editora: LeYa
Páginas: 736
Ano de lançamento: 2014
Onde comprar: na Amazon!

Avaliação do MS?
Essa foi uma grande jornada! Se achei problemas no primeiro volume, neste aqui simplesmente não consigo apontar qualquer grande problema que atrapalhe a leitura. O tamanhão dele pode assustar em um primeiro momento, mas é fácil se levar pela leitura e pelo o que acontece com Fitz, um personagem fácil de simpatizar. Estou torcendo para a edição da Suma sair logo, tenho uma coleção a completar. Cinco aliens para o livro e uma forte recomendação para você ler também!


Até mais!

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