Resenha: A Ilha do Tesouro, de Robert Louis Stevenson

Um dos grandes clássicos de aventura, A Ilha do Tesouro é responsável por cristalizar na mente do público em geral a visão do pirata, o papagaio no ombro, o X marcando o lugar do tesouro enterrado, a perna de pau. Considerado um dos grandes livros de aventura da história, ele ganhou uma edição luxuosa da Antofágica que merece estar na sua estante.

Este livro foi uma cortesia da editora Antofágica

O livro
Jim Hawkins é um garoto que mora com os pais na hospedaria por eles gerenciada, a Hospedaria Almirante Benbow, em uma cidade litorânea da Inglaterra. Jim é o principal narrador, tirando alguns poucos capítulos narrados pelo médico da vizinhança, Dr. Livesey. Eis que um dia chega um hóspede para a hospedaria, um velho lobo do mar, chamado Billy Bones. Atormentado pelas lembranças de sua vida à bordo, o homem é desconfiado e pede que Jim o avise caso queiram saber dele.

Resenha: A Ilha do Tesouro, de Robert Louis Stevenson

Quinze homens no peito do defunto...
Io-ho-ho – e uma garrafa de rum!

Página 32

Billy carrega um baú pesado que acaba atraindo a curiosidade de Jim e de outras pessoas. Quando Billy cai duro depois de um infarto, Jim e sua mãe, agora viúva após a morte do marido adoentado, precisam do dinheiro da hospedagem de Billy e decidem abrir o baú. Lá dentro encontram algumas moedas, roupas e um misterioso mapa do tesouro. Quando o conde local e o médico descobrem sobre o tesouro, decidem ir atrás dele. Eles conseguem um navio, uma tripulação, mas a notícia do tal tesouro do lendário capitão Flint se espalha e mais pessoas acabam se interessando pela jornada. Jim deixa a mãe na Inglaterra e vai com a tripulação.

Jim é um garoto valente e fiel aos amigos. Quem poderia imaginar que o garoto acabaria sendo de vital importância em uma aventura de piratas? Escrito como uma aventura juvenil, Stevenson admitiu que a escreveu para entreter o enteado, mas é fácil notar o apelo da história entre todas as idades. Tudo o que conhecemos em uma história de piratas está aqui, portanto se você não curte muito o estilo, é melhor passar longe do livro.

A descrição que o autor dá é vívida, colorida, sensível. É possível sentir o sal do mar nos lábios, o barulho das velas ao vento, a areia quente da praia, você se vê imersa nas aventuras da tripulação que, infelizmente, está dividida à bordo, pois o jovem Jim acaba descobrindo uma conspiração. Os honestos acabam em menor número e Jim se enche de coragem e usa de sua inteligência para poder garantir que todos saiam vivos dessa. Stevenson não subestima seu leitor, independente da idade. Mostra a vida dura no mar e impõe dilemas morais a quem está lendo como parte de um crescimento do personagem de Jim.

Admito que não sou muito fã de histórias de piratas. Nunca assisti a nenhum filme de Piratas da Caribe e nem a Black Sails, série que é dedicada às aventuras do lendário capitão Flint. Mas a leitura de A Ilha do Tesouro foi muito gostosa de acompanhar, principalmente pela excelente tradução de Samir Machado, que deixou a leitura gostosa, sem tropeços e muito tranquila caso o seu medo seja o de pegar um livro clássico. Um personagem a se destacar é Long John Silver, a quintessência do pirata que conhecemos. Que personagem incrível!

É um livro aventuresco, bem de garotos mesmo, acho que por isso que não consegui me identificar tanto com os personagens. O que realmente marca essa edição é o capricho da Antofágica. O livro vem em capa dura com um papagaio desenhado em dourado. Ele também é ilustrado em momentos importantes da trama e a diagramação dá um show pelas páginas, ao colocar as ilustrações e diálogos juntos em determinados momentos.

detalhe da edição de A Ilha do Tesouro, com o navio pirata e o mapa do tesouro

Outra coisa excelente é termos extras no livro. É através dos extras que podemos acompanhar melhor a importância da obra, sua influência na cultura pop e uma análise da trajetória e da escrita de Stevenson, já que este livro tinha como foco o público juvenil. Diria que é a edição definitiva de A Ilha do Tesouro.

detalhe da edição mostrando uma ilustração de Jim e a diagramação do livro

Marinheiro mimado, diabo criado. É o que eu acredito.

Página 114

Obra e realidade
Ainda que piratas sejam presença garantida na literatura mundial desde que os seres humanos se lançaram aos mares, é com a obra de Stevenson que o imaginário popular se forma. O autor se valeu de muitas obras reais para compor sua aventura, como Robinson Crusoé, mas também lançou uma tendência que conhecemos muito bem, mesmo sem ler um livro sobre piratas. Fantasias de carnaval e de Halloween são fáceis de reconhecer quando o assunto é piratas e tudo isso devemos ao fenômeno que A Ilha do Tesouro foi entre o público juvenil.

Robert Louis Stevenson

Robert Louis Stevenson foi um poeta e escritor e autor de roteiros de viagem britânico, natural da Escócia. Escreveu clássicos como A Ilha do Tesouro, O Médico e o Monstro e As Aventuras de David Balfour.

PONTOS POSITIVOS
Long John Silver
Ilustrado e com extras
Bem escrito
PONTOS NEGATIVOS

Preço

Título: A Ilha do Tesouro
Título original em inglês: Treasure Island
Autor: Robert Louis Stevenson
Tradutor: Samir Machado
Editora: Antofágica
Ano: 2019
Páginas: 368
Onde comprar: na Amazon!

Avaliação do MS?
Todo mundo apaixonado por piratas precisa ler esse livro! Você vai reconhecer muita coisa, afinal ele formou o imaginário popular. Pode até ser um livro bem juvenil, mas a aventura vale à pena. Quatro aliens para o livro e uma forte recomendação para você ler também!


Ahoy! 🏴‍☠️

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