O que esperar de Star Trek Picard?

Um dos personagens mais queridos de Star Trek está de volta! Jean-Luc Picard, capitão da Enterprise em a Nova Geração, é tido por muitos, provavelmente pela maioria, como o melhor capitão que a Frota Estelar já teve. Patrick Stewart é marcado pelo papel até hoje e relutou a aceitar outras propostas para trazer o personagem de volta à televisão. Mas enfim ele topou a proposta de Akiva Goldsman, Alex Kurtzman e Michael Chabon para usar a insígnia mais uma vez!

O que esperar de Star Trek Picard?



Eu passei incontáveis tardes de sábado na frente da televisão assistindo aos Sábados de SciFi no canal USA (hoje o canal Universal na TV a cabo). As séries de Star Trek eram passadas na sequência e a Nova Geração, Deep Space Nine e Voyager eram as minhas favoritas. Picard é um grande líder, uma figura que, mesmo séria e até rabugenta em alguns momentos, tinha um imenso carinho por sua tripulação e sua nave, que defendia com intenso fervor. Sua diplomacia e defesa aos princípios da Federação e da Frota Estelar impediram conflitos e guerras mais de uma vez, em especial com os romulanos.

Na nova série, temos um Picard mais velho, aos 92 anos de idade, que cuida do vinhedo que antes era de administração de seu irmão, Robert, que morreu em um incêndio junto do único filho. Robert era meio que contra à modernidade e nem gostava de ter um replicador em casa, achando uma bobagem sair pelo espaço quando havia tanta coisa bonita na Terra. Fora da Frota Estelar e sem mais uma nave para comandar, Picard acabou ocupando o posto do irmão no vinhedo, acompanhado do Imediato, o cão de estimação, um pitbull.

A série já apresenta algo que eu amo, os efeitos especiais que a gente SEMPRE quis ver nas séries de Star Trek. Tanto Discovery quanto Picard estão com as naves e computadores com o avanço que sempre imaginamos e nunca pudemos ter por conta da restrição da tecnologia da época. Os computadores e hologramas de fato parecem algo que combina com a época em que estão inseridos, sem perder a identidade de Star Trek, algo que se perdeu um pouco em Discovery que mostra avanços demais para a época em que está inserida.

Gostei muito da inserção de um arco romulano na história, os vizinhos insuportáveis da Federação, os malas do espaço. Enquanto nas séries eles sempre foram um tanto caricatos, com aquelas ombreiras enormes, lembrando o Didi Mocó, eles começaram a perder um pouco essa característica em Nêmesis, depois em Star Trek 2009 e agora podemos vê-los mais claramente. No Chateau Picard, dois romulanos, Zhaban e Laris, cuidam da casa e ajudam o velho almirante no dia a dia e o aconselham nos momentoso em que Jean-Luc mais precisa. Aliás, eles têm um arco bem maior, explicado no quadrinho Picard: Countdown.

Jamie Mcshane é Zhaban, Patrick Stewart é Jean-Luc Picard e Orla Brady é Laris
Jamie Mcshane é Zhaban, Patrick Stewart é Jean-Luc Picard e Orla Brady é Laris.

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Outro vilão que tinha sido deixado de lado eram os Borgs, os zumbis cibernéticos do espaço reaparecem, mas sem o risco que apresentavam antes. O cubo borg em alta resolução e com a nova tecnologia ficou simplesmente show de bola e estou bem curiosa para saber o que exatamente os romulanos querem no cubo. O segundo episódio da série deixa mais perguntas do que respostas sobre o Tal Shiar e vida cibernética.

Picard vive sua vida provinciana depois de deixar a Frota Estelar em termos bem pouco amigáveis após a supernova romulana que obliterou o sistema estelar de Romulus. Aliás, aqui entra a questão de a série se passar no universo prime, a linha do tempo original de Star Trek. Inicialmente as notícias diziam que a história se passaria no universo Kelvin, aquele inaugurado com Star Trek 2009, mas matérias recentes apontam que a história é sim do universo prime. Acredito que a menção à supernova romulana tenha confundido a galera em um primeiro momento.

Procurado por uma jovem muito assustada que viu Picard na sua mente, Dahj vem sendo perseguida por assassinos sem rosto. É esse evento que coloca Picard de volta à ativa e o faz remexer nos arquivos da Frota. E que está ligado ao Data, o comandante da Enterprise morto no filme Nêmesis, algo que marcou a vida de Jean-Luc para sempre. A série vem respeitando o legado da Nova Geração e de Star Trek, misturando elementos e caras novas na trama, com uma narrativa que, por enquanto, está prendendo e está coerente.

Mas saudosismo é uma fonte que esgota rápido. Estou super animada para que os rostos conhecidos apareçam, mas quero novos desafios para esta tripulação, não quero que seja apenas um fan service, que seja apenas para alimentar o sentimento de nostalgia dos fãs mais velhos. Minha esperança é que a série cative aqueles que nunca viram Star Trek e que mate a sede daqueles que sentem falta dos antigos personagens. Espero que a série Picard consiga assumir uma identidade própria, se mantendo fiel ao universo trekker, mas principalmente, fiel ao capitão Picard.

Isso pelo menos eu senti que está fiel ao que ele sempre acreditou. No primeiro episódio ele dá uma entrevista que acaba caindo no assunto de sua saída da Frota Estelar. E Picard diz para a repórter que ele saiu porque aquilo não era mais a Frota Estelar. Quem lembra das ações de Picard na Nova Geração lembra de seu aspecto humanitário, de sua defesa aos princípios de cooperação e humanidade. Então quando os romulanos precisaram de ajuda para sair do seu sistema estelar, ele não hesitou. Mas a Frota sim. Em Star Trek Insurrection, Jean-Luc peitou o almirante que queria remover 600 pessoas de um planeta que teria aplicação médica para a Federação, o que destruiria o planeta no processo. E lutou por aquelas pessoas, lembrando o que aconteceu em todas as deportações forçadas da história.

A Federação e a Frota Estelar já passaram por várias crises e análises de seus personagens. Algumas matérias disseram que a série Picard farias discussões mais "políticas" e eu pensei mas e daí? Isso sempre foi feito ao longo dos mais de 700 episódios e filmes da franquia. Acreditar que ficção científica ou Star Trek são só navezinhas e ETs não entendeu nada depois de 50 anos de legado. Star Trek nunca teve medo de apertar a ferida, nem seria agora que deixaria de fazer isso.

Estou bem ansiosa pelos próximos episódios e pela aparição de rostos bem conhecidos como Riker, Troi, Hugh e Sete de Nove. E torço para que na segunda temporada mais dos nossos personagens queridos retornem! Já sabemos que Patrick Stewart convidou Whoopi Goldberg para retornar ao papel de Guinan! Será que vai??

E você, o que está achando até agora?

Vida longa e próspera! 🖖🏼


Leia também:
Star Trek: Picard Comic Fully Explains Jean-Luc’s Romulan Companions — Laris and Zhaban - Tor


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Comentários

  1. Estava esperando um post seu sobre isso!
    Comecei a ver star trek pelo Discovery, e depois fui recuando no tempo, rsrs.
    Gosto muito de todos, e achei interessante essa nova abordagem.

    Está bem diferente, vai ser interessante.

    Realmente ver o cubo borg foi muito impressionante.

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  2. Eu estou adorando a série. Pra mim está super empolgante! Estou vendo pelo Amazon PrimeVideo, e toda sexta de manhã eu nem tomo café, vou direto ver o episódio novo! rsrsrs
    A Tal Shiar, pra mim, está com cara de ser uma "KGB" romulana, vamos ver...

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    1. A Tal Shiar é uma agência de inteligência romulana que já apareceu em vários episódios da Nova Geração e de Deep Space 9. Tal como a Ordem Obsidiana, dos cardassianos, ela age como polícia secreta e agência de espionagem. Há um episódio da Nova Geração em que a conselheira Troi age como uma agente disfarçada na Tal Shiar. O que Picard vai fazer é expandir o arco da Tal Shiar com a tal da Zhat Vash, uma precursora da agência e que pelo visto é tipo uma Hydra infiltrada na Shield.

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