Resenha: Mulher-Maravilha - Sementes da Guerra, de Leigh Bardugo

O que aconteceu na vida de Diana, quando ela era apenas uma adolescente? Quem era a Diana antes de ser a Mulher-Maravilha? São essas as respostas que Leigh Bardugo tenta responder em Sementes da Guerra! Mas atenção: este livro não é uma adaptação do filme que saiu este ano, é uma inspiração, um young adult, que faz parte uma coleção, Lenda das DC. O próximo volume é com o Batman!



Parceria Momentum Saga e
editora Arqueiro


O livro
Diana é uma adolescente que quer impressionar, especialmente sua mãe, a rainha Hipólita. Ela sabe que está em desvantagem na ilha de Temiscira, pois é a única que não é uma amazona. Todas as outras grandes mulheres que conhece foram forjadas em batalha e apelaram à Atena na hora de sua morte. Já Diana foi criada do barro, nunca esteve em guerra, é vista como uma criança por todo mundo, até mesmo a general Tecmessa. Interessante notar que a ilha tem mulheres de todo o mundo, que se mostraram valorosas o suficiente para irem para Temiscira, a ilha das Amazonas.

Resenha: Mulher-Maravilha - Sementes da Guerra, de Leigh Bardugo

Em uma maratona, Diana ouve gritos de socorro e resgata uma jovem. Porém, a ilha começa a sofrer abalos sérios. E o Oráculo tem respostas que Diana pode não querer ouvir. Isso a lança em uma jornada para tentar salvar a ilha, as amazonas, sua mãe e suas amigas. Mas também para salvar o mundo, pois uma jovem tem o poder de semear conflitos por onde passa. Quem fica ao seu lado, imediatamente começa a se tornar beligerante. Alia sempre achou estranho que onde quer que estivesse a discórdia estava plantada. E sufocada pela superproteção do irmão, nunca pode realmente viver.

Essa era a natureza do mundo mortal. Ali o desastre podia acontecer, e com frequência acontecia. A vida humana era uma maré de sofrimento que jamais atingia a margem da ilha.

Página 15

O que chama a atenção logo de cara é a força feminina. Não exatamente das amazonas, mas a força das mulheres em se unir, em apoiar umas às outras, em lutarem juntas por um bem maior. Dá aquela aquecida no coração quando você vê Diana, Alia e sua melhor amiga Nim apoiando, protegendo e falando a verdade uma para outra. Esqueça a "rivalidade" feminina que muitas vezes aparece na literatura. Aqui o que você tem é puro girl power. Não apenas a força de cada uma, Diana é grega, Alia é uma garota negra e nerd, Nim vem de família indiana e é bissexual. E tudo foi descrito de maneira brilhante, não há estereótipos na descrição delas.

Algo que se assemelha com o filme é que aqui Diana desconhece sua força. Ela também se vê impelida a sair em uma jornada, deixando Temiscira para trás, seu tempo mágico, duvidando que um dia retornasse a ver suas pessoas queridas. Esqueça os triângulos amorosos, a competição feminina, Leigh conseguiu nos trazer uma aventura digna de Diana, colocando-a como uma adolescente que está destinada a alcançar a grandeza das amazonas, mas ainda sem saber disso.

Outro ponto alto do livro são as reviravoltas. Quando você acha que a autora vai por um caminho, ela dá uma guinada e te leva para outra. Portanto, evite se apegar muito a algumas personagens, pois Leigh não terá dó da leitora. Foi difícil largar o livro, pois chegando perto do final, perto do fim do prazo para Diana salvar o mundo de uma nova guerra, parece que tudo vai dar errado.

A capa está linda, bem condizente com o enredo e encontrei poucos erros de revisão ou de tradução.

Ficção e realidade
Não parece, mas o mundo vive um dos momentos mais pacíficos de sua história. Sei que com tanto sensacionalismo, notícias ao alcance do click e câmeras ao redor do mundo, parece que vivemos uma guerra constante. Mas a violência, as guerras, as doenças, diminuíram muito com o surgimento da consciência coletiva de direitos humanos e de respeito ao outro e com a revolução na saúde trazida pelas vacinas, pelos antibióticos e pela revolução agrícola. É claro que ainda há problemas, porém aquela violência cotidiana e banal e a morte como presença constante nas nossas vidas, em alguns lugares, raramente aparecem.

Agora imagine se nós tivéssemos uma única pessoa como a culpada pela discórdia? Uma Semente da Guerra, como nos mostra o livro? Essa pessoa seria valiosa para determinados grupos. Guerra é algo muito lucrativo e se você tivesse na sua mão um indivíduo com o poder de gerar discórdia, seria uma fonte infinita de lucro. E morte, claro, além de miséria humana. Diana pode salvar todas nós?

Sua mãe havia contado que o mundo mortal era repleto de memoriais e monumentos a perdas. Constroem em aço e pedras e prometem recordar, dissera ela. Mas nunca recordam.

Página 93

Leigh Bardugo

Leigh Bardugo é uma escritora israelense de fantasia e livros para jovens adultos.

Pontos positivos
Girl power
Bem escrito
Diana, Alia e Nim
Pontos negativos

Alguns erros de revisão

Título: Mulher-Maravilha - Sementes da Guerra
Título original: Wonder Woman: Warbringer
Série Lendas da DC
1. Mulher-Maravilha - Sementes da Guerra
2. Batman - Criaturas da Noite
3. Mulher-Gato
4. Superman
Autora: Leigh Bardugo
Tradutora: Mariana Serpa
Editora: Arqueiro
Páginas: 400
Ano de lançamento: 2017
Onde comprar: Amazon

Avaliação do MS?
Se você quer uma aventura atual de Diana, nossa querida Mulher-Maravilha, quer vê-la interagindo com o mundo atual e ainda tendo que lutar contra seus próprios medos para impedir uma nova guerra, este é o seu livro. É o primeiro de uma série que vai tratar da adolescência de vários heróis da DC e que já conta com um novo volume, que ainda deve chegar ao Brasil. A Arqueiro deixou algumas páginas de degustação no final deste livro aqui. Quatro aliens para Sementes da Guerra e uma forte recomendação para você ler também.


Até mais!

Já que você chegou aqui...

Comentários

  1. Sybylla, acho que já comentei no Twitter, mas vou comentar de novo: Leia mais coisas da Bardugo, ela é maravilhosa.

    As obras dela dão um banho em questão de representatividade, na duologia Six of Crows / Crooked Kingdoms um dos protagonistas é deficiente físico, como deficiente e fã de Sci-Fi e Fantasia acho que foi a primeira vez que realmente me senti representado em uma obra, a primeira vez em que estava lendo e pensei "eu entendo, eu sei, o que esse personagem está passando".

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