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Ficção científica, ao contrário do que muita gente pensa, não tem obrigação nenhuma de prever o futuro. Bradbury ainda foi além, dizendo que a ficção científica não prevê o futuro, ela o evita. Ou seja, praticamente todos os cenários imaginados para o futuro não se concretizaram. O mundo totalitário de 1984, o futuro que queimava livros ao invés de lê-los de Fahrenheit 451, o mundo que encontrou o monólito em 2001, nada disso se concretizou. E considerando que muitos cenários eram distópicos, ainda bem que não se concretizaram!
Mas existem aqueles ícones que todo mundo gostaria de ter, né? Sejamos sinceros, quem nunca imitou o som do sabre de luz ao brincar com uma espadinha de brinquedo que atire o primeiro Darth Vader. E no final das contas, 2015 chegou, o ano em que Marty McFly conhece seus filhos desastrosos e encontra o neto de um velho inimigo da família e o vence na praça central de Hill Valley com um hover skate. Ahhh, o hover skate, sonho de consumo de 11 entre 10 jovens que cresceram vendo De Volta para o Futuro.
Prever o futuro é uma ciência falha, pois ele sempre nos engana. É sempre possível apontar tendências, mas o que é importante nunca muda. É interessante notar que 2015 foi retratado na literatura com alguma frequência, tendo sido um ano tão longe no futuro de muita gente que parecia irreal ver a humanidade chegar viva a ele, assim como o ano 2000. Em O Enigma do Horizonte, falam que a primeira colônia na Lua foi estabelecida em 2015. Em Doom, a Union Aerospace Corporation é fundada também neste ano.
Enxergamos datas futuras como épocas de arrojo e sofisticação, mas postar um tweet de qualquer lugar pelo seu smartphone não é um arrojo também? Dos comunicadores da Enterprise aos celulares de hoje, acumulamos tantas funções em um único aparelho que o smart acaba parecendo mais um tricorder do que um comunicador. Pense: quantas funções do seu aparelho você utiliza? Eu contei as minhas:
- despertador e relógio
- calculadora
- máquina fotográfica
- filmadora
- tumblr
- página do Saga no Facebook
- agenda
- notas
- lanterna
- banco
- serviço de táxi
- leitor de ebook
- rádio
- gravador de voz
- escaneador de documentos
- mensagens
- previsão do tempo
Reduzidos a um único aparelho temos dezenas de funções que antes eram todas separadas. O Doutor Brown não viu isso quando esteve no futuro. E nem no futuro de Star Trek vimos um aparelho assim. A diferença entre a realidade e a ficção científica é que vemos a chegada da modernidade como novas funcionalidades cotidianas, enquanto vemos na ficção científica como aparelhos que nunca teremos. Pode até ser que nunca tenhamos um sintetizador na cozinha, mas o comunicador de Kirk ganhou ótimos upgrades.
Deixa eu postar um tweet sobre isso... |
Mesmo que em 2015 não tenhamos as roupas laváveis, skates flutuantes e máquinas do tempo, temos outros equipamentos que a ficção não sonhou ou imaginou. Esse é o futuro. O nosso 2015 talvez seja ainda mais interessante do que aqueles vistos na ficção científica.
Até mais!