As mulheres de Person of Interest

Person of Interest é uma das melhores séries de ficção científica já feitas. Provocativa, inteligente, com personagens complexos e cativantes e várias críticas à vigilância global, perdas de direitos civis, perda do direito à privacidade, a série vem na esteira dos eventos que se sucederam após o 11 de Setembro, devido à paranoia coletiva com um novo ataque terrorista. Mas quem ganhou com isso, fomos nós.

Person of Interest tem um núcleo pequeno, com personagens que sofrem poucas mudanças ao longo das temporadas. Ela baseia-se em uma inteligência artificial, chamada de A Máquina, construída depois do 11 de Setembro, cujo intuito é prever atentados terroristas e intenções criminosas. Com isso, ela conseguiu salvar o país várias vezes, porém A Máquina acaba acumulando dados tidos como irrelevantes, ou seja, assuntos que não são de segurança nacional. Pessoas comuns estavam morrendo pelo país porque a máquina identificava a intenção criminosa e ninguém socorria as vítimas. Entram aí Harold Finch, o bilionário gênio da informática e pai da máquina e o ex-militar e ex-agente da CIA, desiludido pelo sistema, John Reese.

Mas não é nada fácil manter uma operação como essa em segredo. John logo é identificado pelas autoridades e pela mídia como "o homem de terno", agindo como um vingador pela cidade. Com isso, uma policial - e incrível mulher - é a primeira a cair na cola dele.

Detetive Jocelyn "Joss" Carter
Poucas mulheres na ficção atualmente conseguiram ser tão completas e adoráveis como Carter. Detetive da divisão de homicídios da polícia de Nova York, serviu no Afeganistão e no Iraque, tendo ganhado a medalha Coração Púrpura por servir seu país. Joss abandonou o marido que sofria de síndrome de estresse pós-traumático. Ele a fez temer por sua segurança e de seu filho, já que ele recusava buscar ajuda. Ela criou o menino sozinha, dividindo-se entre o trabalho extenuante na polícia e de mãe. Além disso, vemos uma negra em papel de destaque na televisão, com personagem de define várias reviravoltas do enredo, fora do padrão branco-magro-delicado de muitas outras séries por aí.

Detetive Joss Carter

O homem de terno começou a atrair sua atenção assim que vários relatos o colocavam nos locais de vários crimes. Por várias vezes, ela chegou bem perto de descobrir quem ele era ou ganhou dicas de como resolver casos em aberto, ajudar órfãos ou a pegar criminosos. Sempre desconfiada, Carter conseguia farejar tão bem as coisas que, realmente, quase prendeu Reese, mas como ele salvara sua vida várias vezes, ela acabou se tornando sua aliada na polícia. É uma pena que em sua sede de justiça, Carter tenha chegado tão longe, tão perto de botar vários policiais corruptos, para acabar do jeito que acabou. Mas a atriz Taraji P. Henson, indicada ao Oscar por seu papel em O Curioso Caso de Benjamin Button, disse que desde o começo ela sabia que sua personagem não era eterna. Uma pena, porque eu amava a Carter.

Superusuária (Root)
Se tem uma personagem que eu demorei muito para simpatizar nesta série é a Root. Tinha momentos em que eu queria esganar essa personagem por conta de algumas de suas ações altamente questionáveis. Root é uma hacker excepcional que surpreende até mesmo Finch, também um dos hackers de maior conhecimento no mundo inteiro sobre sistemas e computadores. Os dois travam uma batalha silenciosa por um tempo, já que a identidade da hacker é um mistério, mas quando Root entra em ação, ela logo se mostra uma Hannibal Lecter dos computadores.

Superusuária

Root parece ser inatingível e sua inteligência impossível de medir. Ela está sempre prevenida sobre tudo, consegue antecipar fatos e eventos e tem uma fixação quase insana pelA Máquina, a inteligência artificial mais incrível que já conheceu e por quem ela luta por liberdade. Para ela, uma IA tão maravilhosa não devia ficar presa aos arcaicos protocolos de proteção instalados por Finch, ela deve ser livre para se desenvolver e crescer ainda mais. Mas de uma maneira estranha, ela acaba virando um aliada às avessas. Mexendo nos arcaicos computadores da biblioteca de sua cidade, Root conseguiu alcançar um alto nível de entendimento sobre sistemas e sua complexidade, obtendo informações muitas vezes tão confidenciais que ninguém tinha noção que seriam invioláveis. Taí o tipo de personagem da qual você nunca sabe o que esperar. Mais uma quebra de padrões maravilhosa da série.

Sameen Shaw
Pouco se sabe sobre a vida pregressa de Shaw, além de ser imigrante do Irã, de seu pai ter morrido em um acidente de carro e de ser uma pessoa extremamente fria, pouco dada a demonstrações de afeto, pragmática e muito boa em matar pessoas. Antes de se juntar aos Fuzileiros Navais e depois cair na Inteligência, matando terroristas identificados pelA Máquina, Shaw foi para a escola de medicina, até perceber que era melhor matando pessoas do que tentando curá-las. Shaw era um caso de CPF identificado pelA Máquina que precisou da intervenção de Reese e Finch, mas no fim tornou-se uma aliada para tentar combater aqueles que a queriam morta.

Sameen Shaw

Shaw praticamente nunca expressa emoções. Em um mundo televisivo onde mulheres, em geral, são mostradas como bobas e fúteis, Shaw é uma agradável surpresa ao se distanciar deste tipo de personagem. Ela não gosta de muitas intimidades, quase nunca sorri ou deixa-se envolver pelas pessoas. É uma exímia lutadora, consegue se defender sem problemas em situações que parecem impossíveis. Tenta agir certo ao trabalhar com Finch e Reese, mas são várias as cenas em que ela quer matar ou agredir seriamente alguém e não pode, já que Finch odeia mortes desnecessárias. Shaw demonstra frieza e inteligência em vários momentos onde eu, provavelmente, estaria me borrando de medo.

Zoe Morgan
Zoe foi uma personagem de um dos casos enviados pelA Máquina para Finch e Reese, que se passou como motorista para ficar perto dela. A Máquina apenas identifica a intenção criminosa, mas os dois precisam investigar para saber se o CPF dado é de uma vítima ou de um criminoso. No caso de Zoe ela é mais ou menos ambos. Sua profissão é resolver problemas para os outros. Conseguir armas perdidas, fitas incriminadoras, é assim que Zoe ganha a vida, protegendo poderosos e lavando a roupa suja para os outros em troca de um bom pagamento. Só que essa é uma profissão de risco, o que acaba acontecendo contra uma empresa farmacêutica que quase a mata para proteger um medicamento de milhões de dólares.

Zoe Morgan

Reese entra na jogada para protegê-la, mas Zoe sabe bem como se virar sozinha e ambos acabam por tratar do assunto pessoalmente contra a empresa. A partir daí, seus serviços são continuamente utilizados em várias situações e ela acaba se tornando a amante ocasional de John durante um tempo. Até trabalharam disfarçados no subúrbio na tentativa de proteger um novo CPF que acabou surgindo, rendo uma cena ótima dos dois jogando pôquer e bebendo uísque até de madrugada. Zoe é independente, decidida e muito curiosa, o que acabou contribuindo e muito para seu trabalho como "resolvedora" de problemas.


Controle
Controle trabalha para o governo e é quem resolve os casos de terrorismo assim que a Máquina manda os números relevantes. Como uma mulher patriótica, ela defende o uso da Máquina para combater os casos relevantes para a Segurança Nacional de uma maneira que chega a ser enervante. Controle realmente acredita na missão que lhe foi atribuída e vai até às últimas consequências para fazer seu trabalho.


Mas ela está sendo manipulada e percebe isso um pouco tarde demais. Com a troca da Máquina pelo Samaritano, o governo corre o risco de ser totalmente controlado por ele, obliterando as funções originais da Máquina. Controle percebe que algo está acontecendo, mas não sabe se consegue impedir. É uma mulher muito inteligente, impetuosa, capaz de tudo pelo país.


O núcleo é pequeno, mas as mulheres em Person of Interest arrasam. Se você acompanhou a série, comente, compartilhe. Se não assistiu... como assim não assistiu??

Até mais!

Comentários

  1. Eu adoro essa série e mesmo assim fiquei feliz em saber que vai acabar na próxima temporada. Acho que o plot foi alongado mais que o possível já...
    Concordo que vc sobre o elenco feminino dessa série: ele é muito bom!
    Eu não gostei nem um pouco da maneira que a Carter saiu da série. Transformaram uma tensão sexual que existia entre ela e o Reese num amor profundo no último episódio numa tentativa de tornar mais dramática a morte dela, como se o arco da personagem já não fosse bom o suficiente para sua morte nos emocionar. E me parece tudo mt rápido, como se a saída fosse mais uma questão dos produtores/atriz do que uma necessidade da trama da série.
    Na minha opinião, a Root é a personagem mais complexa e melhor construída da série, até mais q o próprio Finch (q é o meu personagem favorito). A Root não pára de apresentar camadas sobre camadas de personalidade e motivações, tudo muito bem embasado e amarrado com a trama da série.
    Person of Interest é uma série muito boa mesmo e tá perdendo tempo quem não assiste.

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  2. Lady Sybylla, concordo que as personagens femininas do seriado se destacam muito bem. Se não me engano, a forçada tentativa de relação amorosa com a personagem de Taraji P. Henson foi muito forçada. O motivo de sua saída senão me engano foram outras propostas que a atriz recebeu (realmente percebi sua evolução na carreira). Outra curiosidade na série é que quem mais gostava de Shaw era o cão: Bear. Sobre os personagens masculinos, um que eu destaco, é o detetive Fusco, que na maioria das vezes para sair de situações complicadas teve que se virar sozinho. para terminar só quero dizer uma coisa: Quando for embora em sua nave Capitão e precisar de um piloto para a nave. pode me convocar.

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