Vi este livro no ótimo blog Biblioteca do Terror, que aliás recomendo para quem curte o gênero. Tem ótimos livros por lá. O autor classificou a obra como sendo um dos melhores livros de 2013. Como o título me surpreendeu e me dispus a ler mais livros de outros gêneros, resolvi dar uma chance a Michael Koryta.
O livro
Eric Shaw é um ex-diretor de Hollywood. Sua carreira foi para o ralo e tudo o que lhe sobrou para sobreviver é fazer vídeos de casamentos, batizados, aniversários e para homenagear pessoas em funerais. Em um dia de trabalho, enquanto um vídeo sobre uma falecida é passado num funeral, Alyssa Bradford o contrata para fazer um documentário sobre a vida do sogro, que está nas últimas, o rico Campbell Bradford, de 95 anos.Ela fornece somente duas informações. A primeira, é a cidade natal dele, no interior do estado de Indiana, e uma velha garrafa de água, estranhamente fria ao toque. A Água Plutão pertencia à família nas primeiras décadas do século XX e prometia a cura para vários males. Era engarrafada diretamente da fonte, sem nenhum tratamento, o que "potencializava" as suas qualidades.
Eric fica curioso a respeito da garrafa que fica mais e mais fria, mesmo em temperatura ambiente e resolve prová-la, mesmo fechada a décadas. Ele vomita e passa mal um dia inteiro, mas precisando do dinheiro, ele aceita o trabalho e se dirige para Indiana de carro, o pensamento na esposa, ou quase ex-esposa, o tempo inteiro. Ele aprecia as paisagens pelo caminho, mas percebe que a garrafa continua esfriando, a ponto de uma fina camada de gelo se formar em cima do vidro.
Ao chegar à minúscula cidade, ele faz amizade com um rapaz que, em seu doutorado, estuda a história do local e de como os negros viviam na região quando a Lei Seca dominava. Logo os dois fazem inimizade com o último Bradford vivo, bisneto de Campbell Bradford, que não é o mesmo que está morrendo em Chicago. Josiah é tão amargo e ruim que ninguém consegue conviver com ele e logo os recém-chegados se tornam sua obsessão. E Eric e seu amigo não entendem como podem existir dois Campbell Bradfords.
Depois de tomar a água, Eric começa a ter visões estranhas a respeito de Campbell. Começa a testemunhar eventos do passado e em como surgiu a tal Água Plutão. A abstinência é dolorosa para Eric, que precisa consumir mais e mais desta água estranha para tentar entender o que está vendo e em como isso afeta a realidade.
A impressão que o leitor tem é que o livro é assustador. Mas se eu disser que temi alguma coisa, é mentira. O livro é bem mediano, apesar de Koryta escrever bem, e ele demora a empolgar. Você espera pela grande reviravolta do final, e estou esperando ainda. A explicação para o rio ser muito frio não convence e no fim o livro não é tão fantasmagórico como promete, uma pena. O livro termina um tanto subitamente, deixando perguntas em aberto e no fim não assustou.
Ficção e realidade
As ambientações e toda a tensão existente durante a Lei Seca nos Estados Unidos são bem legais. Você se sente no meio de gangsters e também sente a decadência e depois a ascensão do lugar. Cambpell Bradford é o exemplo perfeito de gangster obcecado por poder e em sua busca para ter mais dinheiro e influência no vale que considera como seu. É uma boa amostra das ambições humanas.Também é interessante ver a crendice popular sobre a água mineral que brotava pelo vale, sendo usada até para abastecer um hotel inteiro. Por ter uma carga maior de enxofre, ela era vendida como um verdadeiro bálsamo para a saúde, o que enriqueceu a família Bradford por um tempo, mas na verdade ela causava uma intensa diarreia em quem a tomava. A família perdeu tudo anos depois, deixando o ressentido Josiah para trás, vivendo no desgosto.
Michael Koryta é um escritor norte-americano de thrillers contemporâneos e ficção sobrenatural.
Pontos positivos
FantasmasEnredo e universo bem construídos
Água assombrada
Pontos negativos
Final deixa perguntasNão assusta tanto quanto promete
Avaliação do MS?
Para quem curte um terror com raízes mais terrenas, este é um bom livro. Mas não é nada espetacular. O final decepciona, pois você agarra o livro com expectativa, já que o consideram um herdeiro de Stephen King, ou ao menos um autor em sua linha, e quando você lê, não é bem aquilo tudo. Uma pena. Três aliens para Koryta.Até mais!
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