Resenha: Gravidade (2013)

O filme de Alfonso Cuarón chegou causando em 2013. Considerado o melhor filme sobre espaço já feito, como bem disse James Cameron, o filme tem agradado ao público e a crítica por seu visual, enredo e pela maneira correta com a qual o diretor tratou a ciência, sem ofender os espectadores com os fantásticos efeitos especiais da grande maioria de filmes do gênero.




O filme
A Dra. Ryan Stone (Sandra Bullock) e o veterano Matt Kowalski (George Clooney) estão em uma missão rotineira para reparar o telescópio espacial Hubble. Os astronautas batem papo com o comando da missão em Houston, Kowalski conta piadas até que uma ordem de abortar a missão chega. Todo mundo deve parar o que está fazendo, pois destroços de um satélite vão em direção ao ônibus espacial. Aliás, eu não recomendo que pessoas com labirintite assistam às cenas da destruição do ônibus. Sério, o negócio gira muito até para quem tem ouvidos completamente normais.


A partir daí, Stone e Kowalski precisam achar um jeito de sobreviver em tal ambiente hostil, sem nenhum contato com o comando da missão, correndo o risco de ficarem sem ar ou de serem atingidos por destroços do tal satélite danificado. Resgatar os colegas é impossível e ambos resolvem ir até à Estação Espacial Internacional, onde poderiam utilizar o veículo Soyuz para retornar à Terra. A estação possui duas Soyuz. Uma já desceu levando a tripulação da estação, a outra ainda encontra-se atracada, mas com os paraquedas abertos. Stone então percebe que precisa sobreviver de qualquer jeito a partir daí.

O filme lida com vários sentimentos diferentes. A solidão, a morte, o desejo da sobrevivência, o raciocínio lógico em uma situação crítica, o medo do vazio que chega a ser ensurdecedor de tão grandioso que se apresenta no filme. Você oscila entre o capacete de Stone e uma visão de uma terceira pessoa, captando suas angústias, sua vida sofrida na Terra e a dificuldade de um resgate. O primor dos efeitos especiais - que peca em um ponto ou outro, mas sem estragar o enredo - deu aos atores a possibilidade de mostrar para o público como é uma missão espacial. As cenas dos mesmos flutuando, girando sem controle em um mundo sem atrito, tudo isso ficou tão perfeito que faz do filme um verdadeiro deleite para os olhos e para a cabeça. Uma ficão científica que não ofende, que respeita o fã. Ainda não entendo como tem gente que não gostou.

Dra. Ryan Stone (Sandra Bullock) e o veterano Matt Kowalski (George Clooney)

Alguns erros foram apontados, como o cabelo de Stone que não flutua quando ela tira a touca. Ou como que os destroços demoraram tanto para atingir várias estruturas diferentes em órbita, dando tempo de os protagonistas percorrerem a distância. Mas afirmo, isso não tira o mérito do filme, tampouco do trabalho de Cuarón, que teve muito cuidado com as cenas e com as reações de Stone em seu isolamento espacial, encarando por vezes o vazio grandioso do espaço, por vezes olhando para o grande planeta azul abaixo. O que fazer? Como fugir dali e voltar para a Terra? Será que ela deve aceitar a morte de uma vez? Muitas dúvidas pertinentes surgem.

Ficção e realidade
O cinema gosta de cine-catástrofe, assim como o público, pois além de ser divertido, é um verdadeiro teste para o espírito humano. A sobrevivência é um instinto perene no ser humano, somos capazes de achar forças até onde parece nada existir para continua persistindo. Vemos em Gravidade que essa luta, combinada com o primor do diretor em fazer um coeso e visualmente muito bonito, é contínua. Assim como seria para os astronautas lá em cima, que estão arriscando e muito suas vidas em um ambiente hostil como o espaço.

Muita gente diz que investir na exploração do espaço é perda de dinheiro. Não considero o conhecimento como algo em que a gente perde. A gente sempre ganha algo. Além disso, as verbas anuais para a exploração espacial são irrisórias quando comparadas com os custos de guerra, por exemplo. Mais de 800 bilhões de dólares foram gastos nas campanhas do Iraque. A missão do Curiosity custou 2 bilhões. O que tem um custo elevado e que não leva a ganhos em conhecimento?

Pontos positivos
Lindo visualmente
Ciência na medida certa
Ótima análise da sobrevivência
Pontos negativos

Pode ser devagar em alguns pontos

Título: Gravidade
Título original: Gravity
Direção: Alfonso Cuarón
Duração: 1h e meia
Ano de Lançamento: 2013


Avaliação do MS?
Um filme épico. Um filme obrigatório para qualquer fã de ficção científica que queira um filme tenso, com boas atuações, com ciência e ação na medida certa e com a certeza de ver algo que foi muito bem feito. Cuarón é conhecido por filmes que prendem as pessoas nas cadeiras do cinema. Portanto não espere menos de Gravidade. Ele é, provavelmente, o melhor filme do ano.

Até mais!


Já que você chegou aqui...

Comentários

  1. Meu casamento terminou em novembro de 2012. Quando assisti esse filme, estava no meio desse processo de dor e redescoberta. Talvez por isso, esse filme, que assisti no cinema, tenha falado tão bem comigo e me tocado de forma profunda. Em determinado momento vi no personagem de Bullock a mim mesma e retirei dali um pouco de ajuda no meu processo de aceitação. Enfim, é um filme que tem um lugar no meu coração por isso e também por ser correto e bem executado.

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