Raulzinho, o gato mais lindo

Ontem, pela manhã, morreu meu gato mais velho, Raulzinho. Ele estava com 15 anos, 1 mês e 3 semanas. Não era só um gato, era um membro da família, quase como um irmãozinho, que viveu conosco e participou de momentos bons e ruins, deixando muito amor. Minha mãe deu esse nome por causa de um outro gato que ela teve quando jovem que tinha o mesmo nome devido ao personagem de uma novela.

Nós o ganhamos de uma colega minha do colégio. Veio pequeno e serelepe, cheio de saúde. Não tivemos condições de castrá-lo logo, portanto ele acabou se aventurando pelos muros da vizinhança, dormia no gramado do vizinho e todo dia pela manhã, no quintal, encontrávamos seus espólios, como passarinhos e gafanhotos. Minha mãe voltava da igreja à noite, ele a acompanhava desde a esquina e chegava primeiro do que ela em casa. Várias vezes ela precisou resgatá-lo do forro do telhado, pois ele sabia ir e não sabia voltar. Uma noite, rimos até chorar, pois ele enfiou a cara num saco de carvão e saiu com ela inteirinha preta. Quando eu fiz uma pequena cirurgia e fiquei dois dias de repouso na cama, ele ficou esses dois dias ao meu lado.

Imagem do contador que ficava na página Sobre aqui do blog.

Mas um dia, ele voltou para casa tão estropiado, com marcas de dentes, arranhões, um dente quebrado e um pé sangrando. Briga com outros gatos, certamente. Ardia em febre e mesmo sem dinheiro, nós o levamos no veterinário que foi muito bacana com a gente e com ele.


Raulzinho ficou 5 dias internado. Íamos visitá-lo todos os dias, levar ração e ajudar a cuidar do pézinho, pois ele quase perdeu um dedo devido à infecção. O veterinário disse que ele deve ter se metido num território alheio e tomou um cacete. Ele foi castrado, vacinado e ficou lindo, simplesmente lindo.


Mesmo com todas as dificuldades, nós conseguimos manter não só ele, como nosso outro gato, o Kiko e nosso cachorro Xerife bem cuidados. Kiko morreu com dez anos, do coração. Xerife morreu devido à uma hérnia intestinal, provavelmente com 16 a 18 anos, pois nós o tiramos da rua e a idade era estimada. Foram nossos companheiros, nossos amigos, nossos filhos.


Raulzinho depois disso teve dupla pneumonia, era hipertenso e dois anos atrás teve um AVC. Ficou completamente cego e perdeu todos os dentes. Mas nunca foi abandonado, nunca deixamos de cuidar. Tinha carinho, comidinha fresca, colo, tomava banhos de sol e dormia muito, como é típico de gatos idosos. De um mês para cá, parou de se alimentar, então minha mãe e eu nos revezávamos em dar soro caseiro, papinha e água para ele se alimentar. Leandro nos ajudou também. O veterinário disse que era possível que fossem seus rins. Na noite de terça para quarta (29 e 30 de janeiro), ele estava muito frio, não conseguia mais ficar em pé. Nós o enrolamos para que ficasse quentinho e o fim veio poucas horas mais tarde.



Não podia deixar de registrar aqui o amor que nós tínhamos por ele. Só quem tem entende o sentimento avassalador que é. Raulzinho, obrigada por tudo. Um beijo.

Comentários

Form for Contact Page (Do not remove)