O ser humano é teimoso. Ele vai continuar investindo na exploração espacial, mesmo que custe vidas humanas e muito dinheiro, pois somos curiosos e não vamos ceder às dificuldades. Assim foram também os movimentos de colonização ao redor do mundo, desbravando terras desconhecidas, fazendo contato, se estabelecendo. Mas sabemos bem que não foi uma maravilha.
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Com o estabelecimento do ser humano no espaço, o modo de vida dele também será estabelecido aonde quer que vá. É uma característica dos movimentos migratórios que os povos reproduzam sua cultura original numa nova localidade, o que garante identidade com a terra natal e a preservação de aspectos e tradições milenares. E nem sempre isso dá muito certo. Os vikings que se estabeleceram na Groenlândia tiveram sérios problemas com relação à alimentação, pois a ilha não suportava um rebanho bovino devido ao pasto pobre e ralo e os vikings se recusavam a consumir carne de baleia, de foca e peixes, cujas populações locais consumiam. Com isso, veio o colapso do povo no lugar.
Mesmo que o espaço seja um lugar hostil, a Estação Espacial Internacional já mostrou que com o devido (e grande) investimento financeiro, científico e tecnológico é possível que o ser humano crie habitações e comunidades por lá. Já estamos estabelecendo datas para a chegada do ser humano a Marte faz tempo, mas só de uns anos para cá é que a tecnologia amadureceu o suficiente para poder cogitar uma missão dessas.
Mas vamos supor que sim, o ser humano chegou, se estabeleceu no espaço, na Lua, em Marte e com isso famílias de colonos e não mais cientistas desta ou daquela agência governamental se estabeleçam em território marciano. Sua cultura, seus costumes, seus vícios e tradições logo se estabelecerão, pois o homem produz e reproduz o seu espaço continuamente. É assim que as comunidades, vilas e cidades surgem, junto da cooperação mútua, da identidade e da necessidade, que podem ser várias, como segurança e alimentação. Eles serão operários, comerciantes, gente que não possua a refinada instrução e formação dos cientistas originais, mas cujos filhos podem frequentar uma universidade marciana e sair do nível mais baixo da sociedade.
Assim como se cansa facilmente da excessiva ordem, o ser humano se cansa da excessiva anarquia. Praticamente todas as colônias que foram formadas como resultado das Grandes Navegações se tornaram independentes. Massacres das populações indígenas, a espoliação dos recursos naturais, mudanças nos modos de vida e implantação forçada de modos de vida estrangeiros são algumas das características destes momentos da história. Será que vai acontecer com futuras colônias espaciais?
Colônias em Marte. |
Em Babylon 5, assim que o governo da Aliança Terra começou uma pesada repressão em suas colônias que não concordavam com o presidente Clark, o movimento de independência em Marte se acentuou. Por estar mais próximo da Terra do que Próxima 3 e a própria estação Babylon 5, Marte sofreu pesados bombardeios. Pessoas desapareceram, complôs para matar líderes terrestres surgiram, o contrabando aumentou. Marte por fim se libertou da Terra, mas a que custo? Seria viável para as colônias perderem o vínculo com as "metrópoles"? Marte é um lugar hostil, a menos que seja terraformado, o que vai demorar a dar resultados. Poderia se manter sozinho, em especial com relação à alimentação, indústrias, ao cortar vínculo com os terráqueos?
Babylon 5 ao romper com o governo sofreu com desabastecimento, o que fez o comando firmar um acordo com contrabandistas, que trariam comida e remédios pelo mercado negro, em troca de um porto seguro e manutenção grátis em suas naves. O desabastecimento de itens essenciais na antiga União Soviética fez crescer a máfia, que praticamente dominou todo o país.
É um cenário bem para frente no futuro, mas não é algo a se desconsiderar assim que o pé humano deixar sua marca em Marte. Deixe sua opinião. O que você acha sobre Marte livre e independente?
Até mais!
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