Resenha: Anjos e demônios, de Dan Brown

Apesar de ter começado minhas leituras de Dan Brown com O Código da Vinci, meu livro favorito do autor é Anjos e demônios! Ainda era atendente na livraria da Fnac quando pedi o livro emprestado para ler e acabei no final de semana, lendo até de madrugada, irritando minha mãe por causa da luz acesa do quarto. Em um ritmo acelerado, Dan Brown coloca em seu primeiro livro todas as características que o fizeram famoso ao longo dos anos.

O livro
Robert Langdon, o famoso professor de simbologia de Harvard recebe uma ligação logo cedo pedindo ajuda para desvendar um crime brutal. A ligação é de Maximilian Kohler, diretor-geral do CERN, um centro de pesquisas nuclear localizado Genebra. Mas é só quando uma imagem chega por fax que o professor presta atenção. O assassino deixara a vítima com uma marca a fogo no peito escrito Illuminati em seu famoso ambigrama, uma antiga sociedade que estaria extinta há mais de 400 anos. O homem morto era Leonardo Vetra, um grande cientista, que também era um padre católico.

Resenha: Anjos e demônios, de Dan Brown

No final, estamos todos apenas buscando a verdade, aquela que é maior do que nós mesmos.

Vetra realizava pesquisas na área da física junto de sua filha, Vittoria, e Kohler tem que admitir que não conseguia ver qual a ligação entre a pesquisa de Vetra, seu assassinato e os Illuminati. A pesquisa do padre cientista era impressionante: eles pesquisavam a origem do universo e tinham conseguido, pela primeira vez, criar matéria "do nada". Com isso, eles conseguiram criar e armazenar antimatéria, que mesmo em pouquíssima quantidade poderia ser mais perigosa que uma bomba nuclear.

Admito que este aspecto do livro me fisgou logo de cara, pois antimatéria é um elemento crucial na ficção científica. Saber que cientistas, ainda mais um padre, tinha conseguido criar uma porção de antimatéria e ainda por cima armazená-la é uma coisa muito legal. Juntamos então as peças junto de Langdon: se os Illuminatis estavam de volta e uma porção de antimatéria foi roubada do CERN, então a Igreja Católica estava em grande perigo. Tudo isso acontecendo às vésperas de um novo conclave, já que o papa tinha morrido.

Começa então a já conhecida correria de Langdon por alguma cidade em busca de pistas para desvendar o mistério. E aqui o ritmo é intenso desde o momento em que Langdon e Vetra colocam os pés no Vaticano. O começo pode demorar um pouco, uma coisa que Brown acabou melhorando nos livros seguintes, tornando-os mais ágeis, mas vale à pena continuar, porque você se vê presa naquela correria do professor, indo de um ponto a outro de Roma em meio a um conclave, tentando descobrir onde estava escondido o receptáculo de antimatéria capaz de destruir toda a Cidade do Vaticano.

Gosto muito de thrillers de investigação e de história da arte. Acho que uma coisa que me atrai muito no universo do professor Langdon é justamente a junção dos dois mundos. Aprendi muito com seus livros sobre artistas, sobre obras, sobre trabalhos que talvez não tivesse conhecido de outra maneira. Sempre pontuadas com as opiniões de Langdon descobrimos pontos turísticos de Roma e até um pouco sobre as vidas dos pintores, arquitetos e escultores que são mencionados na obra. Você pode até não gostar do estilo de Brown, mas tem que admitir que ele faz isso muito bem.

Nada desperta mais o interesse das pessoas do que a tragédia humana.

O estilo rápido do autor faz com que a leitura seja muito rápida. Você se vê incapaz de parar de virar as páginas, uma após a outra, querendo descobrir sobre a próxima pista, a próxima vítima, quem pode estar por trás de todo esse esquema mirabolante. Não sei como Langdon termina essas aventuras sem estar completamente exausto, porque eu certamente fiquei no final! Ele me fez lembrar um episódio da sério 24 Horas, porque é frenético.

O livro vem em capa comum e papel pólen no miolo. A tradução ficou por conta de Maria Luiza Newlands da Silveira e está ótima. Não encontrei problemas de revisão ou diagramação nele.

Obra e realidade
Sei que muita gente conhece a obra de Dan Brown pelos filmes. O longa protagonizado por Tom Hanks tem diferenças bem marcantes quando comparamos com o livro, mas de maneira geral segue bem de perto seus eventos. A maior diferença fica no final, com um cardeal sendo nomeado papa, coisa que no livro não tem. Toda a parte do CERN do começo foi cortada, reduzida a uma cena ou outra, bem como o protagonismo do padre e cientista Leonardo Vetra.

É claro que entendo que um filme é uma mídia diferente, com outra pegada, outro ritmo, uma maneira diferente de se apresentar uma obra. Seria preciso reduzir e ajustar vários aspectos que, no livro, têm muito mais tempo para se desenvolver. O livro traz uma química entre Vittoria e Robert, enquanto o filme trabalha pouco ou quase nada a respeito. Mas algo que se mantém são as discussões filosóficas, ainda que o longa diminua o tom delas, a respeito de ciência e religião. Existe mesmo uma guerra entre elas? Não é possível conciliar ambas?

Dan Brown

Dan Brown é um escritor norte-americano, autor de vários livros best-sellers.

PONTOS POSITIVOS
Antimatéria
História da Arte
Cenários
PONTOS NEGATIVOS

Final sem graça


Título: Anjos e demônios
Título original em inglês: Angels & Demons
Autor: Dan Brown
Tradutora: Maria Luiza Newlands da Silveira e está ótima. Não encontrei problemas de revisão ou diagramação nele.
Editora: Arqueiro
Ano: 2009
Páginas: 480
Onde comprar: na Amazon!

Avaliação do MS?
Se você sempre quis ler um livro de Dan Brown, mas não sabe por onde começar, então comece por esse aqui, que é a primeira obra do autor. É rápido, dinâmico, frenético, e você vai aprender muito sobre história da arte, ciência e religião, por mais que seja um enredo ficional. Cinco aliens para o livro e uma forte recomendação para você ler também!

MARAVILHOSO!

Até mais! ⛪

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