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Base de Alcântara, no Maranhão |
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Centro de Lançamento de Alcântara - logo oficial |
Mas por que isso não acontece? Existem sérios desafios a superar caso queiramos que Alcântara tenha o mesmo peso que Cabo Canaveral tem. O primeiro deles, sem dúvida é a mão-de-obra. No Brasil, é praticamente inexistente. Nosso programa espacial é pequeno e fragmentado, com problemas de recursos e investimentos do setor que é ainda pequeno. Sem profissionais para alavancar os programas espaciais, não iremos muito longe. São cerca de 3 mil profissionais envolvidos em uma área que tende a encolher ainda mais, pois muitos estão perto da aposentadoria. É difícil atrair mão-de-obra qualificada para um programa pequeno e sem recursos, pois eles sabem que o retorno não será imediato. Fernando Moraes, presidente do Sindicato de Funcionários Públicos em Ciência e tecnologia (SindCT) disse:
Salários pouco atrativos, falta de concursos públicos para a renovação do quadro, descontinuidade das ações gerando baixa auto-estima e desmotivação entre os profissionais são as causas deste déficit.
O governo brasileiro pretende oferecer 75 mil bolsas de estudos nos próximos anos para estudantes irem para o exterior em programas de intercâmbio. Em princípio, os estudantes irão para Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha, com a expectativa de entrarem Canadá e Bélgica no programa. A ideia é criar mão-de-obra que dê retorno ao país e que traga estudantes de fora com gosto para estudar por aqui. Sabemos que existe a chamada "fuga de cérebros", cientistas brasileiros que desmotivados com a condição científica nacional residem em outras universidades mundo a fora. Mas com certeza, algum retorno será obtido por isso.
Foguete em Alcântara |
E a colaboração Brasil-Rússia vai além. Desde 2005, a parceria conhecida como Cruzeiro do Sul visa criar toda uma família de foguetes capazes de lançar cargas úteis de 400 kg para quatro toneladas em órbita. Mas os atrasos dos russos, a falta de dinheiro e de talentos atrasou a conclusão do programa de cooperação para 2022. (!)
O setor privado nacional também foi convidado a participar dos programas espaciais brasileiros, seja daqui, seja de fora. Existe um interesse da parte deles pela posição estratégica de nossa base de lançamentos, mas eles são cautelosos em investir em um programa ainda incipiente e pouco experiente como o nosso. O que podemos imaginar é que um maior interesse pelo espaço, pela tecnologia e pela ciência, aliados a investimentos e pesquisa colocariam nosso pequeno município de Alcântara na rota dos programas mundiais de exploração do espaço e nos traria benefícios e visibilidade. Basta querer e poder.
E você? O que acha das expectativas para o programa espacial brasileiro?
Até mais!
Fontes:
Baixe aqui o livro Desafios para o Programa Espacial Brasileiro, da Secretaria Nacional de Assuntos Estratégicos, da Presidência da República.