Resenha: A Traidora do Trono, de Alwyn Hamilton

Em uma mistura de faroeste, cultura árabe e fantasia, Amani retorna para mais um novo capítulo explosivo, que promete complicar ainda mais a situação política em Izman e que pode pôr em risco não só sua vida, como a de todos na rebelião. Por se tratar do segundo livro de uma trilogia, esta resenha pode conter alguns elementos do enredo do primeiro livro!

Este livro foi uma cortesia da Ed. Seguinte

O livro
Seis meses se passaram desde os eventos finais do primeiro livro. A garota pobre e oprimida pela família, conhecida por A Bandida de Olhos Azuis, do primeiro livro torna-se peça chave da rebelião do príncipe contra o sultão. Afastada de Jin, temendo por ele, ao mesmo tempo em que sente raiva por não estarem mais perto um do outro, Amani recebe o pior golpe, mais dolorido do que uma estocada de espada: ela é traída e enviada para o harém do sultão, em Izman.

Resenha: A Traidora do Trono, de Alwyn Hamilton

Egoísmo era o que o deserto mais produzia. Eu sabia disso melhor do que ninguém.

Página 93

Sabendo quem ela realmente era, o sultão ordena que pedaços de ferro sejam colocados sob sua pele, para impedi-la de fugir. E ela apenas obedece aos desejos do sultão. Se ele a mandar se levantar, ela se levanta sem nem ao menos protestar. Porém, aos poucos, Amani vai se tornando útil para ele, já que ela sabe quando alguém está mentindo. Em reuniões com outros governantes, essa habilidade se torna vital.

O harém é um mundo mais perigoso que um campo de batalha, com muita politicagem, muita intriga e mulheres competindo. Um mundo bem desagradável de se ver, na verdade. Amani não sabe em quem confiar e começa a ser hostilizada pelas esposas do sultim, que acham que ela está lá para roubar sua atenção. No entanto, mais surpresas a aguardam nesse harém, quando reencontra pessoas de seu passado que achou que nunca mais veria. Dessa forma, a luta de Amani será mais silenciosa, com muito mais sutileza e táticas que ela ainda não domina direito.

O sultão parece ser um sujeito que não é tão terrível quanto a rebelião pinta, mas Amani se mantém sempre alguns passos cautelosamente atrás dele, sem nunca conseguir confiar nele plenamente, mesmo com muitas demonstrações de bondade e justiça para com ela. Estando em um lugar privilegiado como aquele, Amani sente que é uma missão que não pode desperdiçar. O difícil é saber em quem confiar, num lugar em que cobra tenta engolir cobra. Será preciso ser mais inteligente que os outros, sempre um passo a frente de todos eles.

A intriga política que estava confusa no primeiro livro se desenrola suavemente nestas páginas e muitas perguntas minhas foram respondidas. Duas coisas que tinham feito falta no primeiro livro foram resolvidas no segundo e dei um #berro quando abri o este aqui: um mapa e um glossário com os nomes dos personagens principais. A capa conseguiu ser ainda mais bonita que a primeira e o livro está bem diagramado e editado. Amani continua sendo minha personagem preferida e a forma como a autora trabalhou os djinns aqui me fez cunhar um termo especial para ele: djinnpunk. Quem leu, entendeu!

Este também é um livro bem mais robusto que o primeiro. Enquanto A Rebelde do Deserto tem menos de 300 páginas, este tem quase 500, mas não é cansativo, ao contrário, a leitura flui muito rápido e quando você vê, chegou à última página. Mal vejo a hora de ler o terceiro livro, pois esse aqui terminou com tiro, porrada e bomba!

Obra e realidade
Uma das coisas mais interessantes neste livro, além dos djinns, claro, e toda sua mitologia sendo trabalhada aqui num sentido meio faroeste, são as intrigas familiares e como o fato de você ser pertencente à uma não lhe garante amor, cuidado, carinho. Aliás, você pode sofrer mais abusos e opressão dentro de um esquema familiar do que fora, se for reparar bem. O sultão é a força polarizadora de todo um desentendimento familiar, de uma disputa pelo poder que está massacrando um povo. Em um determinado momento, a gente fica pensando se ele é mesmo tão horrível quanto os boatos pintam. Essa dúvida, essa máscara utilizada por ele é algo muito comum em abusadores e ditadores.
Não me agradava ficar perto dele mais tempo que o necessário. Não quando tinha tanto poder sobre mim. Não quando bastava uma palavra em falso para descobrir quem eu era.

Página 215

Alwyn Hamilton

Alwyn Hamilton nasceu em Toronto, mas cresceu em uma pequena cidade na França. Estudou na Universidade Cambridge, formando-se em História da Arte.

PONTOS POSITIVOS
Protagonista feminina
Faroeste e fantasia
Djinns
PONTOS NEGATIVOS
Alguns erros de revisão
Acaba rápido

Título: A Traidora do Trono
Título original: Traitor to the Throne
Série: A Rebelde do Deserto
1. A Rebelde do Deserto
2. A Traidora do Trono
3. A Heroína da Alvorada
Autora: Alwyn Hamilton
Tradutor: Eric Novello
Editora: Seguinte
Páginas: 440
Ano de lançamento: 2017
Onde comprar: na Amazon!

Avaliação do MS?
Mal vejo a hora de ler o terceiro livro e continuar a jornada ao lado de Amani. O que será da rebelião? O que será de todos os apoiadores do príncipe rebelde? E a máquina de guerra do sultão, ela vai dizimar Izman e os territórios ao redor? Perguntas foram respondidas, mas muitas outras foram criadas e o que nos resta agora é aguardar. Quatro aliens para A Traidora do Trono e uma forte recomendação para você ler também.


Até mais!

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