Resenha: X-Men, Dias de um Futuro Esquecido (2014)

Os X-Men voltaram aos cinemas, aew! Muito aguardado pelos fãs, o filme chegou há pouco tempo no Brasil e já chegou bombando. Com críticas muito positivas, enredo criativo e muitas reviravoltas, sem contar sua ácida crítica ao racismo e preconceito, o filme vai agradar até o fã mais fundamentalista. Ótimas cenas de ação e efeitos visuais, com uma trilha sonora dos anos 70.





O filme
O roteiro do longa é uma adaptação do arco "Days of Future Past", de 1981, dos quadrinhos Uncanny X-Men, de Chris Claremont e John Byrne. Fala de um futuro em que os mutantes são mantidos em campos de concentração e Kitty Pride, uma dos poucos remanescentes dos X-Men, então se conecta com sua versão do passado, para alertá-la do perigo e tentar alterar o curso dos apocalípticos eventos. No filme, o personagem Wolverine (interpretado por Hugh Jackman) irá ocupar o papel que Kitty tem nos quadrinhos. Poderiam ter mantido a Kitty, mas né?

A guerra profetizada por Magneto finalmente aconteceu. O mundo como conhecemos mudou depois que as Sentinelas, programadas para identificar e caçar mutantes, entraram em operação. Criadas a partir do DNA de Mística, as Sentinelas podem se adaptar a qualquer poder mutante, o que a tornou uma eficaz exterminadora não apenas dos mutantes, mas de qualquer um que tivesse um gene latente que pude vir a dar à luz um deles. Imagine a carnificina?


As Sentinelas foram criadas por Bolívar Trask (Tyrion Lannister Peter Dinklage) depois de analisar cadáveres de mutantes para aprender mais sobre seus poderes. A caçada foi tão intensa que restam poucos mutantes, constantemente escondidos. Entre eles temos o professor Xavier (Patrick Stewart), Magneto (Ian McKellen), Tempestade (Halle Berry), Kitty Pryde (Ellen Page) e Wolverine (Hugh Jackman). O grupo então esboça um plano que possa alterar a linha do tempo. O evento primordial que desencadeou toda essa trágica sequência de eventos foi a morte de Trask pelas mãos da Mística. O jeito é enviar a consciência de um deles para o passado para impedir que isso aconteça, mas a única que pessoa com capacidade física para resistir é Wolverine.

Ele volta para 1973 para seu corpo daquela época. Imagino a sensação... Suas ordens eram procurar Xavier e Magneto para impedir Mística que segue agindo sozinha já que Erik está preso sob o Pentágono depois de (supostamente) ter assassinado o presidente Kennedy. Logan encontra uma escola fechada, um Xavier angustiado, que desistiu da humanidade. O soro que Fera fez para manipular sua aparência é usado por Xavier para que ele possa andar, porém isso suprime sua capacidade de ler mentes e de controlar as pessoas. Quando ouve o que Logan diz sobre o futuro, ele primeiro desdenha. Contudo, ele volta atrás e resolvem ir atrás de Magneto.

No entanto, o ressentimento entre os dois é muito grande. Mística se tornou tudo o que Xavier não queria por conta da influência de Erik. Ela liberta mutantes que lutaram no Vietnã e tenta, de todas as maneiras, se aproximar de Trask, acreditando que ele seja o principal inimigo dos mutantes. É uma Raven diferente de X-Men Primeira Classe. Ela está fria, decidida, motivada, mas ainda não cruzou totalmente a linha que a separa da irmã de criação de Xavier e é isso que ele quer resgatar.


Os efeitos especiais são excelentes. As cenas de luta não foram exageradas ou jogadas a esmo pelo filme. Temos muita tensão na tela já que existe todo um futuro em jogo para os mutantes. Magneto volta mais rancoroso do que antes, temos um Xavier que não estamos acostumados a ver e temos a presença de Mercúrio para dar uma aliviada na tensão inicial com sua incrível habilidade de se movimentar mais rápido que a velocidade do som. Gostaria que o roteiro tivesse mantido Kitty no papel original, mas Wolverine de conta do recado. O resultado é um filme que levantou a franquia depois filmes fracos como os do Wolverine.


Ficção e realidade
O filme tem uma das temáticas que mais merecem ser expostas e discutidas: preconceito. Usando a metáfora de pessoas mutantes toda a franquia X-Men consegue tocar na ferida de maneira genial. O próprio Magneto é uma amostra dupla dos efeitos do preconceito e da xenofobia: além de mutante, ele também é judeu e viu a família ser massacrada em um campo de concentração, enquanto sofria com experimentos por conta de seus poderes.


O evento marcou tão profundamente sua vida que ele não consegue se dissociar da vingança contra os humanos normais que não conseguem aceitar o diferente. A raça humana sempre temeu o diferente, mas depois do temor existem dois caminhos: a aceitação ou a agressão, e infelizmente a maioria dos povos segue o segundo caminho. E isso leva aos graves casos de agressão a homossexuais, a pessoas trans*, negros, mulheres, todos os grupos que são minoria em direitos. O preconceito está impregnado de tal forma que muita gente sai da sala de cinema do novo filme de Wagner Moura, Praia do Futuro, onde tem uma cena de sexo entre dois homens. Mas aposta quanto que ninguém daria escândalo se fossem duas mulheres?

Ou seja, a cena de mulheres fazendo sexo é excitante para o público masculino, mas eles se incomodam com o sexo de dois homens a ponto de avisarem os espectadores na entrada do cinema do que se trata o filme. Tanto que quando estreou Azul É a Cor Mais Quente, com cenas de sexo lésbicas, a machaiada ficou toda eriçada para assistir. Hipocrisia pura.


Pontos positivos
Ótimos efeitos especiais
Reflexões sobre o preconceito
Reflexões sobre a sociedade
Pontos negativos

Kitty poderia ter ficado no papel original


Título: X-Men, Dias de um Futuro Esquecido
Título original: X-Men: Days of Future Past
Direção: Bryan Singer
Duração: 130 minutos
Ano de Lançamento: 2014
Onde ver? estreou no Brasil em 22 de maio de 2014.

Avaliação do MS?

Fãs e não fãs de X-Men vão curtir o filme. Bem feito, intenso, ótimas críticas sociais, grandes atuações e um elenco de peso. X-Men, Dias de um Futuro Esquecido é, provavelmente, uma das melhores estreias do ano. Quatro aliens para o longa e uma forte indicação para que você também assista.


Até mais!


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