As mulheres de Stargate - Parte 1

A franquia Stargate é, para mim, uma das melhores coisas que já apareceu na televisão, junto de Babylon 5 e Arquivo X. Baseada no filme de 1994, Stargate SG-1 foi ao ar em 1997, com um episódio-piloto que se passa 1 ano após os acontecimentos do filme e se manteve no ar por impressionantes 10 anos. Em seguida, mais duas séries surgiram, Stargate Atlantis e Stargate Universe, todas complementando a complexa mitologia erigida e todas com grandes e complexas mulheres em seus elencos.



Enquanto que no filme Stargate (1994) o herói é o Dr. Daniel Jackson e praticamente não existem mulheres no filme, nas séries existem várias mulheres de grande importância nos enredos. No entanto, vale notar que tanto em SG-1 e em Atlantis temos o Princípio de Smurfette, pois em ambas as equipes temos uma mulher para três homens. Ainda assim, várias vezes, elas se destacaram mais do que os colegas. Temos mulheres na linha de frente de combates, temos mulheres alienígenas malígnas, mulheres guerreiras e muita diversidade de personalidades e comportamentos.

Catherine Langford
A primeira mulher de fibra que apareceu em Stargate, certamente, é a Dra. Catherine Langford, cujo pai, um importante egiptólogo, descobriu o Stargate enterrado nas areias do Egito em 1928, quando ela ainda era criança. Inteligente, de fibra, curiosa e apaixonada pela ciência, Catherine, seu pai e seu noivo fazem experiências no Stargate, em 1945, com a ajuda dos militares dos Estados Unidos, sob um contrato confidencial. Mas foi apenas depois de contratar o polêmico egiptólogo Daniel Jackson, cujas ideias polêmicas sobre a construção das pirâmides de Gizé o fez se tornar um pária na comunidade científica, que o projeto finalmente andou. Ele descobriu como funcionavam os glifos do Stargate e o colocou para funcionar pela primeira vez em décadas.
Dra. Catherine Langford, Stargate, o filme.
Antes de Daniel aparecer, Catherine Langford e a então capitã Samantha Carter tentaram fazê-lo funcionar, até que o financiamento acabou e Sam foi transferida para o Pentágono. Com o teste bem sucedido do Stargate e com os eventos que ocorrem no episódio-piloto, Carter foi trazida novamente à Montanha Cheyenne para integrar a equipe SG-1, criada por decreto presidencial, juntamente com outras várias equipes, cuja função era passar pelo portal e investigar potenciais riscos para a segurança nacional, além de trazer de volta quaisquer tecnologias que pudessem ser usadas contra inimigos.

Samantha Carter
Samantha Carter é Ph.D em astrofísica, engenheira e piloto, tendo 100 horas de voo sob território inimigo na Guerra do Golfo. Filha do Major General Jacob Carter, ela é uma das principais mulheres de Stargate. É o cérebro tático da equipe, tendo livrado os companheiros de vários problemas ao trabalhar com sistemas alienígenas ou ao elaborar planos astutos que salvaram não só a Terra como também sistemas solares inteiros. Sam é uma personagem de grande profundidade. Ela apresenta a complexidade das mulheres reais ao tentar equilibrar o trabalho, com a vida pessoal e os conflitos familiares. Sam vivia em pé de guerra com o pai, que achava que ela estava desperdiçando sua carreira ao trabalhar com "análise do espaço profundo" e que poderia mexer os pauzinhos para ela ir para a NASA. Quando descobriu sobre o Programa Stargate, percebeu que o trabalho da filha era muito mais importante do que achava.
Coronel Samantha Carter.
Para mim, Carter é a personagem mais completa de toda a franquia. Além de conquistar o respeito de todos os colegas homens, ela também é uma reconhecida e perigosa guerreira para os aliens inimigos. Tenta manter uma vida pessoal afastada do Stargate, mas não consegue se desligar do sentimento que nutre pelo oficial superior, General O'Neill. Decide romper o noivado para não ser desleal com o noivo e continuar se dedicando ao Stargate. Seu esforço é recompensado com promoções justas, chegando à patente de Coronel. E o que mais gosto é podermos ver uma mulher, nas Forças Armadas, sem sofrer com o machismo escancarado que muitas mulheres precisam enfrentar junto aos militares. Ela é um exemplo para muitas que queiram servir seu país e não conseguem subir na carreira.

Janet Fraiser
Outra mulher que também subiu na carreira por seu trabalho e não pela simpatia de oficiais superiores ou por bajulação é a major Janet Fraiser, oficial médico-chefe da Montanha Cheyenne e médica das equipes SG. A doutora Fraiser tem posição de destaque na equipe, pois é a a única que pode dar uma ordem até aos oficiais superiores no que se trata de questões de saúde. Tomou muitas decisões sensatas que protegeram não só os companheiros como também todo o planeta ao impedir contaminações alienígenas e explosões catastróficas. Precisou lidar com vermes alienígenas, fungos, vírus, bactérias, alucinações, demências e até possessões de vidas alienígenas na forma de energia sobre os membros do comando Stargate. Suas aparições na série não são tão frequentes, porém ela sempre aparece em momentos importantes, especialmente apoiando os colegas em momentos críticos.
Dra. Janet Fraiser
Dra. Janet Fraiser, oficial médico-chefe da Montanha Cheyenne.

Hathor
Como os Goa'uld fingem ser deuses para os humanos pela galáxia, a maioria leva esse papel a sério. Eles tomam humanos como hospedeiros e suprimem a personalidade deles, dominando-os completamente. Temos algumas deusas poderosas nesta lista. A primeira delas é a deusa Hathor. Ela ficou presa na Terra durante a rebelião que fechou o Stargate (até ser encontrado no Egito). Consorte de Rá, morto no filme com a explosão de sua nave. Ela é acidentalmente acordada por uma expedição arqueológica e dirige-se ao Stargate para tentar voltar para seu reino.
Hathor
Deusa Hathor.
Deusa do amor, beleza e fertilidade, Hathor em Stargate é perigosa e sensual. Tendo sido uma vez uma grande rainha, com uma planeta inteiro a seu dispor, ela agora busca um novo rebanho. Ela intoxica a mente dos homens com um composto que exala, para que eles ajam a seu favor, como escravos e os transforma em jaffa para que carreguem embriões das larvas de Goa'uld. Capaz de causar conflitos entre os homens que a servem, a única maneira da equipe Stargate se livrar dela foi justamente a união das mulheres da base para mandá-la embora. Vemos aí um trabalho de equipe contra um inimigo que quase destruiu o Comando Stargate.


Vala Mal Doran
Um outro grande exemplo de mulher de fibra é Vala Mal Doran, uma ladra humana e conhecida vigarista que busca bons negócios em outros planetas da galáxia e que acaba no Comando Stargate em busca de um grande tesouro. Sua vida foi muito difícil. Criada pela mãe e depois pelo pai e uma madrasta, ela foi vendida como escrava para um contrabandista, que ela matou pouco depois. Em algum momento, depois disso, ela serviu como hospedeira de um Goa'uld, chamado Qetesh, até que se viu livre após uma rebelião. Ela é um ótimo exemplo de toda a complexidade de uma mulher, já que em geral somos representadas na ficção como se fôssemos todas iguais. Stargate quebrou isso com uma ótima sequência de personagens, uma diferente da outra, onde elas não competem entre si, elas cooperam e trabalham juntas.
Vala Mal Doran
Vala Mal Doran
Vala não era digna de confiança depois de tudo o que aprontou para cima dos membros de Stargate e também com seu currículo. Mas aos poucos, ela foi mostrando seu valor como aliada e como membro da equipe SG-1 e temos uma visível ascensão de Vala entre os colegas, quando decide sacrificar a si própria para poder salvar os outros. Vive uma montanha-russa de sentimentos ao se ver grávida de um ser superior, cuja função é converter os infiéis ou destruí-los, tentando convencer um crente a enxergar que aqueles seres não eram deuses e tentando desesperadamente voltar para a Terra e para junto dos amigos. São muitas sensações, muitos momentos, muitas reviravoltas e Vala busca seu lugar no universo, tentando encontrar um lar. Ela entende que finalmente tinha encontrado um grupo de amigos e precisava deles para se sentir uma pessoa de novo.


Listei aqui apenas algumas, pois outras mulheres aparecem pela série. Afinal, são dez temporadas. Mas este post não terminou. Eu volto contando mais sobre as mulheres das outras duas séries da franquia: Stargate Atlantis e Stargate Universe. Até mais!

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