Resenha: Guerra Mundial Z (2013)

Finalmente assisti ao filme de Brad Pitt, baseado no livro de mesmo nome. Infelizmente, não posso dizer se tratar de um filme de zumbis, é mais um filme de ação que tem umas pessoas doentes que agem feito insetos predadores. Fora isso, o restante já é bem conhecido dos fãs do apocalipse.



O filme
Guerra Mundial Z é baseado no livro de mesmo nome do conhecido autor de zumbis Max Brooks. Gerry Lane é um ex-funcionário da ONU. Ele sai com a família um dia pela manhã e encontra o centro da cidade um verdadeiro caos. Logo ele percebe o porque. Pessoas agressivas, violentas, atacando umas às outras pela rua, gerando acidentes, mortes e o levante das pessoas atacadas em questão de segundos. Começa uma corrida para procurar lugar seguro. Seu antigo chefe, o vice-presidente do conselho das Nações Unidas promete retirá-lo da cidade, mas ele precisa sobreviver à noite.


Com a família a salvo num porta-aviões, Gerry é impelido a buscar as origens desta misteriosa praga que vem derrubando cidades uma atrás da outra. Todo o governo norte-americano caiu, não se encontra nem o vice-presidente, grandes cidades viraram viveiros de zumbis e ele precisa abandonar a família para ir até a Coréia, onde um email que não foi lido pelas autoridades competentes relatavam um caso idêntico da doença.

Vemos as similaridades entre filme e livro, mas bem poucas. Na verdade, o filme e mais sobre um pai tentando voltar para a família do que um filme que fala sobre zumbis. Todo o universo gira em torno de Gerry, mas no livro a atenção é dada para os protagonistas em diferentes momentos da praga e como eles lutaram contra ela. Sabemos que os zumbis são uma ótima alegoria para falar da raça humana.

A cena em Jerusalém, de judeus e palestinos convivendo pacificamente atrás dos seguros muros da cidade é muito bacana, talvez a melhor do filme inteiro. Talvez os excessivos cortes, recortes, colagens e refilmagens de várias cenas tenham sido o problema, já que o filme foi adiado várias vezes desde o ano passado, que era a data original.

Ficção e realidade
Não me agrada ver pragas e doenças que transformam as pessoas em 20 segundos. É irreal do ponto de vista médico que isso aconteça. Além disso, uma pessoa doente não fica rápida feito um furacão e assume comportamento insetóide como mostrado no filme. A cena deles criando um montinho para escalar os muros de Jerusalém não me agradou. Na análise do inimigo, eu comentei que o zumbi é um inimigo infinitamente perigoso, pois ele retira do ser humano sua humanidade. Uma figura reconhecível, mas irreconhecível, desprovida de empatia, medo ou dor.


Mas uma praga zumbi que mata seu hospedeiro, o transforma em algo rápido, predatório e cuja única função é morder os outros é uma grande incoerência. Devemos, obviamente, entender que o objetivo do livro era fazer uma análise mais profundas das mazelas sociais, tratar de racismo, preconceito, desigualdades, mas isso se perdeu no filme. Não está visível esta análise da maneira que o livro mostra (ainda estou lendo), o que foi uma pena. Na verdade, o filme não teria ficado tão falado se não fosse a presença de Brad Pitt no elenco.

Pontos positivos
Zumbis
Bons efeitos visuais
Baseado no livro de mesmo nome
Pontos negativos
Final deixa perguntas
Zumbis mal usados
Tema batido

Título: Guerra Mundial Z
Título original: World War Z
Lançamento: 2013
Direção: Marc Forster


Avaliação do MS?
O filme tem zumbis (que não me parecem bem zumbis), tem Brad Pitt, tem cenas de ação, mas passou longe da proposta original do livro. Ao invés de se preocuparem com os exagerados efeitos especiais, os produtores e a direção poderiam ter feito um filme que fosse digno de mostrar toda a rica alegoria e metáfora que o universo zumbi representa, mostrando nossas mazelas mais cruéis na película. Não foi o que aconteceu.


Até mais.

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