O fascinante universo da ficção especulativa e seus idiomas ficcionais

A ficção especulativa (ficção científica, fantasia e terror) sempre nos transporta para universos desconhecidos, cheios de tecnologias avançadas, culturas exóticas, espécies alienígenas ou mágicas. Um dos aspectos mais fascinantes desse gênero é a criação de idiomas criados especificamente para livros, filmes e séries de TV. Esses idiomas não apenas adicionam autenticidade ao enredo, mas também aprofundam a imersão do público nesses mundos fictícios.

O fascinante universo da ficção especulativa e seus idiomas ficcionais

Idiomas criados para universos ficcionais são mais do que apenas palavras em tela. São uma extensão do mundo criado pelos autores e cineastas, ajudando a construir culturas, identidades e histórias que cativam o público. Esses idiomas são uma prova do poder da linguagem na ficção científica, mostrando como palavras cuidadosamente construídas podem trazer mundos inteiros à vida. Aqui tem uma lista com alguns desses idiomas ficcionais de livros, franquias ou filmes famosos!

Klingon - Star Trek
Talvez nenhuma língua fictícia seja mais icônica do que o Klingon de Star Trek. Introduzida pela primeira vez em Star Trek: O Filme de 1979, a língua só ganhou uma estrutura real em Star Trek III: À Procura de Spock, de 1984. Foi então que Marc Okrand (que também criou o idioma vulcano) criou todo o sistema linguístico, completo com regras gramaticais e algumas peculiaridades interessantes. Por exemplo, não existe uma palavra específica para "olá" em Klingon, e o idioma possui apenas três direções: algo como "para o leste", "para o noroeste" e "para o sudoeste".

O idioma foi criado para ser totalmente funcional, tanto que fãs do mundo todo o utilizam para compôr músicas, fazer votos de casamentos e até traduzir obras clássicas, como Hamlet, de Shakespeare, para klingon. São mais de 3 mil palavras e uma estrutura gramatical bem desenvolvida, com dicionários e até aulas para você aprender a falar como uma verdadeira guerreira klingon.

Sindarin e Quenya - O Senhor dos Anéis
J.R.R. Tolkien, além de escritor, era um filólogo apaixonado. Ele criou vários idiomas para o seu universo em O Senhor dos Anéis, sendo os mais conhecidos o Sindarin e o Quenya, duas línguas élficas. Esses idiomas são tão detalhados que possuem estrutura gramatical, fonética e vocabulário extensivos. A profundidade dessas línguas contribui significativamente para a riqueza do mundo da Terra Média.

Sindarin é uma das muitas línguas faladas pelos Elfos e era a língua élfica mais comumente falada na Terra-média na Terceira Era. Ambas foram bastante desenvolvidas por Tolkien e os fãs podem aprender com certa facilidade a falar e a escrever nos dois idiomas. Antes da Queda, a maior parte dos Homens de Númenor também falavam o Sindarin.

O quenya tem influência do finlandês, do latim e do grego. A semelhança mais impressionante entre o quenya e o finlandês é a sua natureza aglutinativa. Muitos afixos podem ser adicionados às palavras para alterar seu significado.

Dothraki e Valiriano - Game of Thrones
Para a série Game of Thrones, o linguista David J. Peterson foi contratado para desenvolver idiomas que dessem vida aos nômades Dothraki e aos habitantes de Valíria. O Dothraki, uma língua áspera e guerreira, reflete a cultura nômade do povo que a fala. Já o Alto Valiriano é uma língua mais refinada e histórica, usada pelos descendentes da antiga Valíria. Esses idiomas se tornaram parte fundamental da narrativa, trazendo autenticidade e profundidade às interações entre os personagens.

Os livros de George R.R. Martin nos falam que o Valiriano, como idioma, não é mais usado na conversação do dia-a-dia, mas sim como uma língua de aprendizado e cultura entre a nobreza de Essos e Westeros, havendo muita literatura e canções nesse idioma (algo como o latim na Idade Média).

O Dothraki consiste em cerca de 3163 palavras. Ele não se parece com nenhum idioma natural, ainda que tenha algumas palavras reais em russo, suaíli e turco.

Na'vi - Avatar
James Cameron, ao criar o mundo de Pandora em Avatar, contratou o linguista Paul Frommer para desenvolver o idioma Na'vi. Com uma fonética única e estrutura gramatical complexa, o Na'vi ajudou a dar uma sensação de realismo e imersão no mundo alienígena do extravagante planeta Pandora. O sucesso do filme fez com que muitos fãs se interessassem por aprender a língua, resultando em recursos educacionais e comunidades dedicadas ao estudo do Na'vi.

Demorou seis meses para desenvolver um extenso vocabulário que ouvimos no filme. Hoje, o Na’vi possui uma estrutura gramatical completa e um vocabulário de cerca de 2 mil palavras.

Mando’a - Star Wars
A língua do planeta Mandalore em Star Wars é chamada Mando'a, e sua forma escrita é conhecida como Mandaloriana. A linguagem é um esforço colaborativo, originando-se primeiro em uma forma escrita que pode ser traduzida letra por letra. Philip Metschan criou a linguagem escrita para cenas da nave de Jango Fett em O Ataque dos Clones. Mais tarde, Jesse Harlin criou uma versão falada do idioma das letras usadas no jogo Republic Commando.

Elementos de Mando'a foram retirados da língua dos antigos Taungs de Coruscant, de onde se originou a cultura, evoluindo ao longo do tempo para se tornar algo único. Expulsos de Coruscant, os Taungs viveram por mil anos no planeta Roon e depois, Mandalore, o Primeiro, conquistou um novo mundo para os Taungs, que foi nomeado em homenagem ao seu líder.

Novilíngua - 1984, de George Orwell
Novilíngua, também conhecida como novafala ou novidioma, é um idioma fictício criado pelo governo autoritário na obra 1984 de George Orwell. É uma língua oficialmente criada e aceita pelo partido governante fictício como uma nova forma de comunicação. Seu objetivo era criar uma forma de discurso que atendesse aos requisitos ideológicos do estado fictício da Oceania.

A novilíngua não se criava através da criação de novas palavras, mas sim pela condensação e remoção de palavras ou de alguns de seus significados, visando restringir o escopo do pensamento. Quando as pessoas não podiam se referir a algo, isso passava a não existir. Dessa forma, ao controlar a linguagem, o governo poderia controlar o pensamento das pessoas, impedindo que ideias indesejáveis surgissem.

Kryptoniano - Superman
Idioma original do planeta Krypton, lar ancestral do Superman e da Supergirl, apareceu pela primeira vez nos quadrinhos do Superman como rabiscos incompreensíveis e mais tarde foi desenvolvida por E. Nelson Bridwell em um alfabeto de 118 letras. Em 2000, a DC Comics apresentou uma transliteração do alfabeto com as letras inglesas correspondentes. Uma versão mais complexa da linguagem kryptoniana apareceu no programa de TV Smallville.

É uma língua bastante sintética, com aglutinações. Em Smallville, o kryptoniano escrito foi representado como tendo um componente logográfico. Alguns símbolos representam palavras ou nomes próprios, embora o alfabeto kryptoniano também seja usado.


Sei que citei apenas alguns idiomas do universo ficcional. Se você tiver algum preferido, deixe nos comentários.

Fonas Chek!

Já que você chegou aqui...

Comentários

Form for Contact Page (Do not remove)