Resenha: O Quebra-Nozes, de E.T.A. Hoffmann e Sanna Annukka

O Quebra-Nozes é um clássico infantil universal. É bem provável que todo mundo já tenha ouvido falar do famoso balé de mesmo nome (que na verdade são três), de Tchaikovski. Mas maioria não sabe que o balé já é uma versão de Alexandre Dumas, o Pai. Mas e o conto original? A DarkSide lançou uma edição lindona, com belíssimas ilustrações, que nos conta essa versão!

Parceria Momentum Saga e editora DarkSide

O livro
É véspera de Natal e os irmãos Fritz e Marie aguardam ansiosos pelos seus presentes. O padrinho das crianças, fabricante de relógios e brinquedos, é quem os surpreende com o item mais encantador: um castelinho completo com pequeninas figuras finamente adornadas. Entre elas há uma figura diferente que acaba despertando a curiosidade de Marie: um quebra-nozes. O boneco tradicional tem olhos de vidro e um sorriso incomum e guarda um mistério que atravessa gerações, envolvendo aventuras, ratos vingativos, princesas enfeitiçadas e um príncipe amaldiçoado.

Resenha: O Quebra-Nozes, de E.T.A. Hoffmann e Sanna Annukka

Mas quandro Fritz acaba lascando os dentes do boneco depois quebrar várias nozes seguidamente, Maria fica penalizada pelo boneco. Por que ele tinha que ser mutilado daquela maneira? Há uma tristeza infinita em Marie por conta dos danos ao pequeno quebra-nozes. Na hora de dormir, as crianças guardam os presentes de Natal no armário especial onde guardam os brinquedos. Marie implora para ficar com o quebra-nozes mais um pouco. Usando uma fita de seu vestido, Marie faz uma bandagem improvisada no bonequinho. Neste momento, o boneco ganha vida, mas Marie acredita que seja apenas sua imaginação.

É fácil entender porque o conto se tornou um clássico além de balés encantadores. Todo mundo, quando criança, imaginou seus bonecos ganhando vida. Eles deixam de ser bonecos inanimados e passam a interagir com a gente em várias aventuras. É fácil a gente se colocar no lugar de Marie e se compadecer de um boneco tão bem feito que de repente foi deformado. E assim como todo sonho infantil, sempre sentiremos empatia por objetos inanimados. Ainda fazemos isso quando adultos!

O Quebra-Nozes

Borrando os limites entre realidade e fantasia, mergulhamos nos mistérios de um príncipe amaldiçoado e de uma garotinha que fará de tudo para salvá-lo. Também é interessante apontar o protagonismo de Marie na história e o quanto os adultos não acreditam nela, mesmo quando seu braço aparece machucado por mordidas de rato. Quantas vezes os adultos já riram na cara das crianças ao contar histórias mirabolantes?

Com inspirações nos dias de hoje, como em Toy Story, e evocando antigos mitos de seres inanimados ganhando vida, como a estátua de Pigmalião, O Quebra-Nozes ainda se mantém como uma história de perseverança e heroísmo, uma luta do bem contra o mal, capaz de encantar gerações com seu colorido balé. Para aqueles que quiserem conhecer o conto original, acompanhado das belas ilustrações de Annukka, encontrou a edição perfeita para ler com a garotada e presentear!

O Quebra-Nozes

Com um trabalho gráfico impecável, a edição é em capa dura, papel branco encorpado no miolo, com ilustrações lindíssimas seguindo formas geométricas. A narrativa pode ser um pouco confusa no começo, mas leva a um fim bastante satisfatório. O trabalho de Annukka é perfeito e inspirador, dando vida aos personagens e cenários como se estivéssemos em um teatro assistindo aos bailarinos.

Obra e realidade
Entender a origem dos bonecos quebra-nozes nos ajuda a compreender melhor o conto de Hoffmann. Os bonecos quebra-nozes, também conhecidos como quebra-nozes de Natal, são estatuetas decorativas feitas em geral para se assemelhar a um soldadinho de brinquedo. Na tradição alemã, os bonecos são símbolos de boa sorte, afugentando espíritos malignos. Embora quase todos os quebra-nozes anteriores à primeira metade do século XX sejam funcionais, uma proporção significativa dos quebra-nozes modernos são principalmente decorativos e incapazes de quebrar nozes de verdade. Os quebra-nozes também fazem parte do folclore alemão, servindo como protetores de uma casa.

Originários da Alemanha do final do século XVII, são particularmente conhecidos na região dos Montes Metalíferos, entre a Saxônia e a Boêmia. Uma história atribui a criação do primeiro boneco quebra-nozes a um artesão de Seiffen, na Saxônia. Eles costumavam ser dados como presentes e, em algum momento, foram associados à época do Natal. Eles ganharam popularidade por volta do século XIX e se espalharam para países europeus próximos. À medida que a demanda crescia, a produção de bonecos quebra-nozes também começou em grande escala nas fábricas. Friedrich Wilhelm Füchtner (1844–1923), comumente conhecido na Alemanha como "pai do quebra-nozes", iniciou a primeira produção em massa do boneco, usando um torno em sua oficina em Seiffen, em 1872.

E.T.A. Hoffmann e Sanna Annukka

E. T. A. Hoffman, foi um escritor, compositor, desenhista e jurista alemão, sendo sobretudo conhecido como um dos maiores nomes da literatura fantástica mundial.

Sanna Annukka é uma artista de origem britânica e finlandesa que estudou na Universidade de Brighton, onde descobriu sua paixão pela gravura.

Pontos positivos
Ilustrações
Bem escrito
Projeto gráfico
Pontos negativos
Errinhos de revisão
Acaba logo!


Título: O Quebra-Nozes
Título original em inglês: The Nutcracker
Autor: E.T.A. Hoffmann
Ilustradora: Sanna Annukka
Tradutora: Débora Isidoro
Editora: DarkSide (selo Fábulas Dark)
Páginas: 96
Ano de lançamento: 2022
Onde comprar: na Amazon ou na loja da DarkSide com um brinde exclusivo!

Avaliação do MS?
Um conto capaz de atravessar gerações e se tornar um arquétipo para produções posteriores. Este é O Quebra-Nozes. Apesar de conhecer o balé por cima, ainda não tinha contato com a história original e fiquei bem feliz de conhecê-la. Um livro encantador para se ter na estante, presentear e ler sempre. Quatro aliens para o livro e uma forte recomendação para você ler também!


Até mais! ☃️

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