No volume 1 de Death Disco, caímos em uma espiral insana de assassinos bizarros, cenas de ação frenéticas e muito tiro, porrada e bomba. Neste segundo volume, a ação desacelera um pouco para nos mostrar melhor os personagens, além de inserir no enredo pessoas misteriosas que fazem parte da história de vida da protagonsita, Deathko. Mas o universo bizarro de Kaneko continua sombrio, noir e completamente sem noção!
O mangá
Este segundo volume pisa um pouco no freio na hora de contar sua história. Enquanto alguns podem achar ruim, eu curti, pois assim dá mais tempo de assimilar melhor as passagens, personagens secundários e a própria ação. Deathko continua chamando a atenção por seu comportamento de ódio a tudo e a todos, mas há mais sobre ela. Obviamente que não nos satisfaz de todo, mas ao menos passamos a entender melhor a garotinha assassina e bizarra.Somos apresentadas a uma misteriosa Madame M, uma mulher corpulenta, que mora no castelo com Deathko e seu motorista, que leva a garota para os locais dos crimes que ela deve cometer. É através das falas de Madame M, inclusive, que descobrimos um pouco mais sobre a garota bizarra. A ligação entre os três não é muito bem explicada, mas isso já deixa um gancho para o volume seguinte.
Conhecemos outros personagens que querem muito ser ceifadores na Guild, mas no fim não conseguem chegar aos pés de Deathko, como as Dead Queen Bee e os Skulls. Senti que a falta de um enredo mais profundo atrapalha um pouco para que possamos absorver as informações. Deathco é uma ótima protagonista, mas é preciso colocá-la em enredos que funcionem, que tenham desenvolvimento, que nos prendam. Senti que esse volume segue um pouco da falta de lógica do primeiro, ainda que eu acredite que tudo deve se acertar aos poucos conforme formos lendo os próximos.
Deathko continua chamando a atenção por ser uma criança assassina, algo pouco comum, e a forma como ela é apresentada reforça essa visão infantil dela, ainda que letal. Ela usa vestidos, anda com balões, tem brinquedos ao redor, mas não se engane, esses brinquedos são tão letais quanto ela. É uma dualidade interessante de abordar, a inocência e a maldade.
Não digo que nada se resolve aqui, algumas coisas que ficaram do primeiro volume reaparecem. Eu até preferi este volume ao primeiro já que o ritmo deu uma diminuída e ficou melhor para compreender a história. Mas o sangue, a porrada, as cenas bizarras protagonizadas pelos ceifadores, essas continuam!
O volume 2 continua com o capricho da DarkSide, em capa dura e papel branco encorpado, ilustrações em preto e branco. A tradução de Renata Garcia está excelente e não há problemas de diagramação nos balões.
Obra e realidade
Curti bastante as referências e inspirações de Kaneko para o mangá. Fã dos trabalhos de Alfred Hitchcock, de Stanley Kubrick e de David Lynch, nota-se em Death Disco um clima noir, insano e desregrado, mas que obedece a uma ordem específica, ainda que ela não fique clara para nós. Quem conhece melhor o trabalho desses diretores vai conseguir identificar as inspirações de maneira bem óbvia. A inspiração gótica também está bem forte neste volume, um gótico insano e bizarro.Atsushi Kaneko é um mangaka (autor de histórias em quadrinhos) e cineasta nascido em Sakata, no Japão, em 1966. Conhecido por obras como Soil e Bambi, foi indicado para o prêmio do Festival de Angoulême, o mais importante da Europa, em 2012, 2013 e 2015.
PONTOS POSITIVOS
Deathko
Ceifadores
Traço
PONTOS NEGATIVOS
Violência
Enredo pouco explicado
Deathko
Ceifadores
Traço
PONTOS NEGATIVOS
Violência
Enredo pouco explicado
Avaliação do MS?
Quem busca obras insanas, com violência e personagens excêntricos, achou! As coisas aqui são melhor apresentadas, mas continua com a brutalidade de Deathko e sua aparência estranha. É fã de mangás alucinantes? Então você deve ler Death Disco! Quatro aliens para ele e uma forte indicação para você ler também.Até mais! 💀
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