Um dos lançamentos da Editora Cultrix - parte do Grupo Editorial Pensamento - para 2018 é uma daquelas leituras obrigatórias! Não apenas para quem já conhece feminismo ou está começando a conhecer, mas para qualquer pessoa interessada em conhecer mulheres cujos trabalhos ou lutas mudaram o mundo ou correntes inteiras de pensamento.
#WeCanNerdIt #8deMarçoO livro
Uma pergunta irritante que já me fizeram é por que as feministas ainda lutam já que a gente tem tantos direitos. Não só a pergunta veio de um homem, como a minha resposta não o satisfez. Não, não temos esses direitos todos. Somos a maioria no ensino superior, podemos votar, pedir divórcio, temos a possibilidade de controlar a concepção, mas ainda não temos o direito ao aborto seguro, nem o de ir e vir sem sermos importunadas na rua, ganhamos menos por sermos mulheres e a lista continua. Livros como este aqui nos dão uma ideia de como a luta se iniciou e se elevou pelas obras e atitudes de mulheres que se revoltaram com o que a sociedade estava disposta a lhes dar.Celebrar o passado é responsabilidade de quem está comprometido com a construção do futuro. Essas mulheres sofreram, e seu sofrimento é hoje o nosso festejo para podermos nelas nos inspirar. Elas são as artistas que souberam transformar suas lamúrias em conquistas.
Página 10
Sessenta feministas foram reunidas neste livro por Laura Barcella e Fernanda Lopes. Com prefácio escrito por Nana Queiroz e Mary Del Priore, o livro começa com um apanhado geral e percepções pessoais do feminismo e como é gratificante ver livros com temática feminista sendo publicados. Feminismo não é um movimento único e está em constante evolução, por isso precisamos de fontes e livros de referência que estejam atualizados e acompanhando tal evolução.
O mais legal do livro é que ele não se atém somente às feministas de fora, temos uma parte especial com 15 perfis de feministas brasileiras, mulheres que em geral estão fora dos livros didáticos, apagadas pela história, majoritariamente escrita por homens. A história de algumas acaba se entrelaçando, como Nísia Floresta, que traduziu e estudou os escritos de Mary Wollstonecraft (a mãe de Mary Shelley), que foi considerada por muito tempo como "a primeira feminista". Mary Wollstonecraft, por exemplo, que mulheres deveriam ser mães e donas de casa apenas se quisessem e não por obrigação, como "convenientes escravas domésticas".
Apesar de eu já conhecer alguns dos nomes do livro - como Mary Wollstonecraft, Oprah, Madonna, Elizabeth Blackwell, Djamilla Ribeiro, e outras - vários outros nomes me surpreenderam. Escritoras, artistas plásticas, anarquistas, mulheres na política, na educação, no jornalismo, na ciência, todas com uma biografia que, apesar de não ser completa, é concisa o suficiente para nos fazer entender como e pelo o que elas lutam.
Com ilustrações em preto e branco da maioria das biografadas o livro voa, pois a leitura é rápida. Não encontrei grandes problemas de revisão ou tradução nele. Além das ilustras e das biografias, há uma bibliografia extensa de cada mulher retratada para fins de pesquisa. O livro de Laura Barcella contém as feministas do exterior. Fernanda Lopes complementou a obra com os perfis das brasileiras, o que torna o livro ainda mais especial.
Obra e realidade
Até uns anos atrás seria difícil achar este e tantos outros livros como este pelas livrarias. Com a internet servindo de plataforma de ativismo, com grupos se reunindo para ler mulheres, resgatar suas obras, com um interesse maior nas pautas feministas, as editoras estão satisfazendo nossa sede de informação e trazendo obras que possam não apenas desmistificar o feminismo, ainda tão envolto em tantos mitos, mas também de servir de fonte para futuros trabalhos.Laura Barcella |
Se eu mesma não me definisse, seria esmagada pelas fantasias de outras pessoas em relação a mim e devorada viva.
Audre Lorde
PONTOS POSITIVOS
Ilustrado
Biografias
Tem brasileiras
PONTOS NEGATIVOS
Pode ser meio lento em algumas partes
Ilustrado
Biografias
Tem brasileiras
PONTOS NEGATIVOS
Pode ser meio lento em algumas partes
Avaliação do MS?
Já posso adiantar que este livro é uma leitura obrigatória? Posso né? Pode servir de livro de referência, livro introdutório, livro de história e de biografias. Você certamente já conhece alguns nomes aqui, mas é impossível conhecer tudo. Lute Como Uma Garota busca preencher este espaço, trazendo nomes que antes tinham ficado esquecidos ou nos mostrando mulheres que não associaríamos ao feminismo de imediato. Leitura mais que recomendada, é leitura obrigatória.Até mais!
Que legal! Não conhecia esse livro, mas já estou doida pra ler.
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