A editora DarkSide liberou recentemente seu novo lançamento do selo DarkLove: A Guerra que Salvou a Minha Vida, de Kimberly Bradley. Tanto que você pode ler o primeiro capítulo lá no site da caveira. O nome do livro me deixou bastante intrigada, então corri para ler o primeiro capítulo e te digo: me cativou profundamente. Tive a oportunidade, por sua vez, de fazer algumas perguntinhas à autora, por intermédio da DarkSide e as respostas você lê abaixo!
A Guerra que Salvou a Minha Vida conta a história de Ada, uma menina que vive confinada em casa, pois sua mãe abusiva e grosseira tem vergonha dela. Ada tem um pé torto, se locomove arrastando-se pelo chão e a mãe acha que as pessoas a julgarão mal se virem a menina. Apenas seu irmão tem permissão de sair. Porém, a ascensão de Hitler e o início da Segunda Guerra podem ser a chance que Ada precisava para finalmente poder mudar de vida.
Dê uma lida na entrevista que fiz, por email, com a autora:
1. Você tem algum ritual para escrever? Como lavar as mãos, tomar chá, ouvir música?
Meu marido e eu projetamos a casa em que moramos, então tenho meu próprio escritório. Está bem amontoado, mas adoro meu canto. Escrevo pela manhã, tomo café primeiro, depois geralmente faço chá. Começo normalmente respondendo emails ou escrevendo no meu blog, então sento pra escrever. Adoro ficar sozinha em casa.2. Qual o seu livro favorito?
Daqueles que escrevi, A Guerra que Salvou a Minha Vida. Daqueles que li, é uma questão bem mais difícil, porque leio muito. Mas eu adoro Mansfield Park, de Jane Austen. É um livro tranquilo e não costuma ser o favorito entre aqueles que amam Jane Austen, mas sempre o adorei.3. Em geral, quando falamos de guerra, associamos com dor, com morte. Como essa associação entre guerra e salvar a vida de uma pessoa aconteceu?
A evacuação das crianças das cidades inglesas foi uma grande empreitada; eles deslocaram 3 milhões delas para o interior, em dois dias. Foi imensamente traumático para a maioria delas, pois diziam, essencialmente, que elas estariam em segurança - ainda que com completos estranhos - enquanto seus pais ficavam em casa para serem bombardeados. Mas comecei a pensar: e se o oposto acontecesse? E se a evacuação fosse a melhor coisa a acontecer na vida de uma criança? Quem seria ela?4. Se você pudesse nomear uma característica comum a escritores, qual seria?
Somos todos espiões. É sério. Seja lá o que aconteça conosco, uma parte nossa está sempre tomando notas, imaginando como usar essa experiência para escrever.5. A protagonista do livro é uma criança com deficiência. Você tem recebido retorno de pessoas com deficiência? Elas se identificaram com Ada de alguma forma?
Sim, de fato, nos Estados Unidos, esse livro ganhou o prêmio Schneider Family Book, por melhor retratar uma criança com deficiência. Dr. Schneider, quem começou a premiação, nasceu cego e cresceu bastante frustrado por ver como pessoas com deficiência eram descritas nos livros. Também soube que muitos leitores com diferentes níveis de restrição física, alguns adultos, outros crianças, e qualquer pessoa que tenha lido acharam [o livro] muito positivo. Eu não minimizo a condição de Ada, mas também não deixo que a defina.6. Você acha que a relação abusiva entre mãe e filha no livro pode ajudar os leitores a identificar uma relação abusiva na vida real?
Espero que sim. Recebei uma carta de uma criança que disse entender o que Ada sentia, como sua vida era muito semelhante à de Ada e que ela estava feliz por ter o livro, pois ele a fazia se sentir menos sozinha. Essa é apenas uma criança - e não quero dizer que espero que haja mais, porque não quero que crianças passem por esse tipo de abuso - mas qualquer criança que eu ajude já será gratificante para mim.Kim Bradley, muito obrigada pelas respostas! E obrigada à DarkSide pela intermediação e por trazer este livro para nossas estantes. Fiquei bastante tocada com a história de Ada e mal posso esperar para ler e resenhar. O livro já está na pré-venda, portanto reserve o seu aqui nesse link!
Até mais!
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