O Governador começou a cair no final do livro anterior e agora a queda dele é de vez. Ele ainda demora bem para cair, o que reforça ainda mais a impressão de que a separação em duas partes foi apenas para fins de lucro mesmo. Aqui, Philip Blake está bem próximo da imagem que tem nos quadrinhos, com todos os seus ferimentos e sua personalidade insana junto.
O livro
O governador começa esse livro da maneira pela qual é mais conhecido: mutilado. Enquanto na série de TV ele aparece apenas com um tapa-olho, aqui ele está mesmo estropiado, tal como aparece nos quadrinhos. Seu pênis foi decepado, seu olho arrancado com uma colher, o braço arrancado, pancadas, porradas. Tudo o que um déspota sanguinário e alucinado como o governador merecia por tudo o que fez. Seus aliados entram no apartamento e não acreditam que ele ainda possa estar vivo.
O sumiço do Governador levanta uma onda de boatos por Woodbury, deixando os moradores assustados. Lilly Caul, por sua vez, descobre o que houve com ele e se inflama de ódio pelo estado deplorável do líder da cidade. Como alguém pode ter feito tal selvageria? O Governador podia ter atitudes questionáveis, mas para Lilly aquela era uma época para tais atitudes. Dessa forma, ela assume que o povo da prisão merece ser exterminado.
Nesse meio tempo, Lilly meio que assume a liderança de Woodbury. A contragosto, claro, mas ela se torna uma pedra fundamental para a população assustada e temerosa. O Governador leva semanas se recuperando, mas quando está novamente de pé, ele reúne a população, fala um monte de mentiras sobre o que houve com ele e de como o povo da prisão é ordinário. E que eles devem ser varridos da face da Terra. Até Lilly, que tanto odiou o governador, agora apoia a ideia.
Assim, eles reúnem armas, munição, suprimentos, encontram a prisão e partem para uma desastrosa missão. Vários personagens que conhecemos como Michonne, Lori e Rick Grimes aparecem aqui. E a queda do Governador é lenta, mas enfim ele teve o fim que todos esperavam depois de tantos livros.

Nos quadrinhos, Lilly Caul tem uma função bem específica: matar o Governador. Tanto que a personagem não aparece mais depois que faz isso. Nos livros, seu desenvolvimento é muito maior. Ela se torna uma personagem de extrema importância para a série e de uma jovem medrosa e sem forças, ela emerge das cinzas de tantas tragédias para se tornar a nova líder de Woodbury, antes e depois do Governador. É uma personagem que pode ter atitudes bem questionáveis em alguns momentos. A gente odeia e ama em pouco tempo. Ponto para os autores que fizeram uma personagem tão crível.
Mas de novo temos o problema de dividir a queda do Governador em dois livros. Foi completamente desnecessário fazer isso. Este livro tem muito mais ação e partes importantes que o primeiro, só que é nítida a divisão e a encheção de linguiça do primeiro livro para gerar este daqui. Mesmo que fizessem uma edição maior, valia muito mais à pena deixar tudo em um volume só.
Ficção e realidade
Em um apocalipse de tal magnitude, é bem provável que todo o tipo de déspota tirano surgisse. The Walking Dead, porém se passa em um contexto onde o acesso às armas é muito mais fácil do que no Brasil por exemplo. Se o apocalipse zumbi se abatesse sobre nossas cabeças, aposto uma bala Juquinha como os principais polos de resistência seriam ao redor de quartéis da Polícia Civil, PM e das Forças Armadas, ou de qualquer organização armada, inclusive as criminosas.E se sabemos dos abusos que autoridades cometem apenas porque são autoridades, imagine com zumbis zanzando por aí? Entra aqui aquela piadinha batida, mas real, de que o Brasil não tem estrutura para um evento desse porte. E não tem mesmo. É provável que surgissem milícias formadas por policiais e soldados, controlando combustível, arsenal e suprimentos. Quartéis costumam ser autossuficientes, possuem muros, bombas de gasolina, armas. E nós?

Robert Kirkman é um escritor de história em quadrinhos norte-americano, conhecido por seus trabalhos para os quadrinhos The Walking Dead e Invencível. Jay Bonansinga é um escritor e cineasta norte-americano.
Pontos positivos
WoodburyLilly Caul
Ação
Pontos negativos
Demora a engatar
Muita violência
1. A Ascensão do Governador
2. O Caminho para Woodbury
3. A Queda do Governador Parte 1
4. A Queda do Governador Parte 2
5. Declínio
6. Invasão
Avaliação do MS?
Eu ainda recomendo a leitura para aqueles que queiram saber como é o fim do governador de forma melhor explicada, ampliada e do ponto de vista de quem vive em Woodbury, não na prisão. Quem acompanha a série pode ter uma visão dos quadrinhos na forma de livro e os fãs dos quadrinhos podem ver as HQs romantizadas. Não é um livro sensacional, mas ele tem ação, a narrativa flui fácil e Lilly Caul vale a leitura. Três aliens.
Até mais!
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