Ficção científica nacional cresce aos poucos, mas cresce. E fico muito feliz de ver novos títulos, especialmente, se forem escritos por mulheres. De livro em livro, a FC Nacional se torna mais sólida, mais profissional e reconhecida. A Torre Acima do Véu é um belo exemplo de distopia nacional feita por uma autora nacional. E o melhor: com protagonista feminina.
O que restou da população humana se refugiou nos topos dos prédios. Arranha-céus tornaram-se os refúgios e cidades conectadas. Mas a névoa tóxica acabou tendo um efeito colateral nas pessoas: mutações genéticas. As crianças nascidas depois da névoa apresentam características como capacidade de saltar longas distâncias, super visão e até de teletransporte. Beca, a protagonista, é uma saltadora. Trabalha com o pai adotivo e o irmão resgatando artefatos nos prédios. Tudo fica mais difícil no alto dos prédios. Como cultivar comida para todo mundo? Como manter a manufatura?
Rebecca, ou Beca para os íntimos, mora com a família em Rio-Aires, cidade controlada pela Torre. A Torre fornece proteção e comida e controla todos os outros edifícios sob a figura poderosa do Emir. O pai de Beca faz alguns trabalhos para a Torre, mas em geral trabalha para contratantes independentes. Beca é experiente, esperta e muito ágil. É ela quem invade prédios abandonados em busca dos mais variados produtos, tendo que encarar desde de matilhas raivosas de cães até os Sombras, criaturas que surgiram depois da névoa tóxica.
É em uma missão que parecia ser de rotina que Beca descobre como a Torre opera e que nem tudo é tão idílico quanto ela achava que era. E além de ter que lidar com Sombras, cães e concorrentes, Beca também tem que lidar com as paqueras imbecis de Leon e adora tomar umas biritas no bar. Foi muito bacana ler uma personagem forte, independente, que não fode o enredo por causa de um crush, diferente de livros como Eva, de Anna Carey, onde a protagonista é uma completa imbecil.
O futuro de A Torre Acima do Véu fala de megalópoles, megaedifícios e de uma junção entre culturas. Vemos isso pelos nomes e sotaques em "portunhol" de alguns personagens. Uma das coisas que senti falta na obra foi um mapa que mostrasse a disposição dos edifícios e a forma como as pessoas transitam entre um e outro. Pode ser uma ideia para uma segunda edição do livro, pois a noção de espaço fica prejudicada só com a descrição. Também vi problemas de revisão, com cacofonia e repetição excessiva de termos em alguns capítulos.
Ao vermos as grandes cidades notamos o padrão verticalizado da maioria delas. Morar em prédios e trabalhar em prédios tornou-se padrão para muita gente nas metrópoles. Não é tarefa fácil imaginar estes prédios tornando-se cidades-estado, onde você não pode descer ao chão.
Roberta Spindler nasceu em Belém/PA e é graduada em Publicidade e Propaganda. Nerd confessa, adora quadrinhos, games e RPG, e trabalha como editora de vídeos. Escreve desde a adolescência e é apaixonada por literatura fantástica.
Protagonista feminina
Não tem romancezinho
Pontos negativos
Problemas na revisão
Título: A Torre Acima do Véu
Autora: Roberta Spindler
Editora: Giz
Ano de lançamento: 2014
Páginas: 272
Onde comprar: na Amazon
O livro
Uma estranha névoa toma conta da superfície do planeta. As pessoas sufocam quando em contato com ela, a pele arde. Os locais altos, especialmente os arranha-céus, se tornam os lugares mais seguros e as pessoas se acotovelam para entrar e pegar os elevadores. Mas nem todo mundo tem essa sorte. E log um tapete de cadáveres se estende pelas ruas, calçadas e pelos saguões dos prédios.O que restou da população humana se refugiou nos topos dos prédios. Arranha-céus tornaram-se os refúgios e cidades conectadas. Mas a névoa tóxica acabou tendo um efeito colateral nas pessoas: mutações genéticas. As crianças nascidas depois da névoa apresentam características como capacidade de saltar longas distâncias, super visão e até de teletransporte. Beca, a protagonista, é uma saltadora. Trabalha com o pai adotivo e o irmão resgatando artefatos nos prédios. Tudo fica mais difícil no alto dos prédios. Como cultivar comida para todo mundo? Como manter a manufatura?
Rebecca, ou Beca para os íntimos, mora com a família em Rio-Aires, cidade controlada pela Torre. A Torre fornece proteção e comida e controla todos os outros edifícios sob a figura poderosa do Emir. O pai de Beca faz alguns trabalhos para a Torre, mas em geral trabalha para contratantes independentes. Beca é experiente, esperta e muito ágil. É ela quem invade prédios abandonados em busca dos mais variados produtos, tendo que encarar desde de matilhas raivosas de cães até os Sombras, criaturas que surgiram depois da névoa tóxica.
É em uma missão que parecia ser de rotina que Beca descobre como a Torre opera e que nem tudo é tão idílico quanto ela achava que era. E além de ter que lidar com Sombras, cães e concorrentes, Beca também tem que lidar com as paqueras imbecis de Leon e adora tomar umas biritas no bar. Foi muito bacana ler uma personagem forte, independente, que não fode o enredo por causa de um crush, diferente de livros como Eva, de Anna Carey, onde a protagonista é uma completa imbecil.
O futuro de A Torre Acima do Véu fala de megalópoles, megaedifícios e de uma junção entre culturas. Vemos isso pelos nomes e sotaques em "portunhol" de alguns personagens. Uma das coisas que senti falta na obra foi um mapa que mostrasse a disposição dos edifícios e a forma como as pessoas transitam entre um e outro. Pode ser uma ideia para uma segunda edição do livro, pois a noção de espaço fica prejudicada só com a descrição. Também vi problemas de revisão, com cacofonia e repetição excessiva de termos em alguns capítulos.
Ficção e realidade
Universos distópicos são sempre uma ótima maneira de se criticar a sociedade. As pessoas precisam se reinventar e reestruturar uma sociedade, praticamente, do zero depois de um desastre de proporções globais. Seja um impacto de um asteroide, seja uma invasão alienígena, seja uma névoa tóxica, o mundo como conhecemos acaba. E pensar nisso pode ser bastante perturbador para muita gente. Pois muitos dos confortos do mundo de hoje simplesmente acabarão num pós-apocalipse. Você estaria preparado?Ao vermos as grandes cidades notamos o padrão verticalizado da maioria delas. Morar em prédios e trabalhar em prédios tornou-se padrão para muita gente nas metrópoles. Não é tarefa fácil imaginar estes prédios tornando-se cidades-estado, onde você não pode descer ao chão.
Roberta Spindler nasceu em Belém/PA e é graduada em Publicidade e Propaganda. Nerd confessa, adora quadrinhos, games e RPG, e trabalha como editora de vídeos. Escreve desde a adolescência e é apaixonada por literatura fantástica.
Pontos positivos
Megacidades e edifíciosProtagonista feminina
Não tem romancezinho
Pontos negativos
Problemas na revisão
Avaliação do MS?
A Torre Acima do Véu é uma grata surpresa. A autora construiu um mundo muito interessante, com uma personagem forte, inteligente e decidida, cujo interesse é estar junto da família e garantir a comida na mesa. A vida de Beca sofre uma reviravolta e ela se vê imersa na névoa e nos mistérios que ela contém, enquanto descobre um pouco mais sobre si mesma e sobre as pessoas ao seu redor. Procurando uma obra nacional? Escrita por uma mulher? Com protagonista feminina? Então não perca tempo e compre logo! Quatro aliens e uma forte recomendação para que você leia também.Até mais!
Gostei bastante desse livro também. A narrativa em alguns trechos podia ser melhor, mas gostei muito da caracterização mais cinzenta da protagonista! Li a segunda edição e achei que ficou bem legal, com um mapa e algumas ilustrações.
ResponderExcluirAbraço!