Resenha: Psicose, de Robert Bloch

Os fãs de suspense e Hitchcock conhecem bem esta palavra! A cena de chuveiro mais vista de todos os tempos! Mas nem todo mundo sabe que a icônica obra do cineasta é fruto do escritor Robert Bloch, um prolífico autor de ficção científica, eternizado por sua obra psicótica de suspense.

O livro
Robert Bloch se baseou em um famoso assassino em série, Ed Gein, para criar a mente doentia e psicótica de Norman Bates, o protagonista deste clássico do terror e suspense. Enquanto no filme ele é visto como um homem magro e jovem, no livro é descrito como um homem gordo, que usa óculos, um genuíno "filhinho da mamãe", se formos nos basear no esterótipo. Ele e sua mãe gerenciam um motel em uma estrada cujo movimento caiu bastante nos últimos anos e, assim, contam com pouquíssimos hóspedes. Norman não entende a insistência da mãe, que grita e berra em seu ouvido com frequência sobre sua incrível incompetência.

Resenha: Psicose, de Robert Bloch

Numa noite, chega uma hóspede. Mary Crane, que sonhava se casar com seu noivo o mais rápido possível, acaba cometendo uma loucura: rouba 40 mil dólares do chefe e dirige para longe da cena do crime. Mas estando cansada demais e tendo pegado uma estrada estranha, ela resolve parar para descansar no Bates Motel. Mary conhece o gerente, Norman, que foi simpático o bastante para lhe dar um quarto muito bom e convidá-la para um jantar rápido em sua casa, atrás do motel. Fica sabendo também que sua mãe é muito doente e que Norman parece quase obcecado por ela. É então que, em seguida, temos a famosa cena do chuveiro.

O enredo alterna entre a visão de Norman Bates e a busca da irmã, Lily e do noivo de Mary pela moça desaparecida. Tudo parece apontar para o Bates Motel como sendo o último lugar em que Mary aparece no mapa, mas nem o delegado parece convencido o suficiente para dar uma batida no motel. Norman é um almofadinha, no melhor termo que se pode tirar dele, ele nunca seria capaz de fazer qualquer mal a alguém, nem à uma mosca. Muitos assassinos perigosos também tinham essa "carinha de anjo".

Um detetive está atrás do dinheiro desaparecido e faz contato com Lily. Mas ele também desaparece algum tempo depois. O que pode haver neste Bates Motel que a todo momento aparece na trilha das pessoas desaparecidas? Lily é impulsiva, não se conforma com a lentidão das investigações a respeito de sua irmã e sabe que as pistas que apontam para longe dali estão erradas. Algo que muito sinistro acontece naquele Motel pacato de beira de estrada.

Eu li este livro em poucas horas, incapaz de parar a leitura. Ele é pequeno, mas muito bem acabado e a leitura flui muito rápida. Quando menos vi, às 3 da manhã, eu virei a última página. O enredo é simples, enganosamente simples, o que pode levar muita gente a pensar que o livro é ruim. Ledo engano. O próprio Hitchcock ficou tão espantado com a narrativa que comprou todos os 3 mil exemplares do livro, para que ninguém tivesse acesso ao final da trama e assim, se tornasse uma surpresa.

Minha edição é de capa comum, foi traduzida por Anabela Paiva e conta com alguns erros bobos de revisão, que não chegam a atrapalhar a leitura. Já existe uma edição em ebook para quem preferir os livros digitais.

Bates Motel


Ficção e realidade
Eu nunca assisti ao clássico de Hitchcock, então o livro foi uma completa surpresa para mim. Depois que li Serial Killers, Louco ou Cruel?, da Ilana Casoy, descobri que o assassino em série Ed Gein era a inspiração para Norman Bates. Foi só aí que entendi a profunda psicopatia de Norman e como ele se relacionava com sua mãe controladora.

Quem não tiver estômago, não leia sobre a história de Ed Gein, porque é muito sinistra e violenta. Ele era obcecado pela mãe, assim como Norman e sua casa era um show de horrores quando a polícia chegou lá pela primeira vez. Gein exumava cadáveres de cemitérios locais e fazia troféus e lembranças com ele. Sua mãe também era controladora, a ponto de não deixá-lo interagir com as outras crianças na escola. Augusta Gein era uma luterana fervorosa e dizia aos filhos que o mundo era um sítio imoral, que a bebida era demoníaca e que todas as mulheres eram prostitutas e instrumentos do diabo. Exatamente a mesma maneira com que a mãe de Norman falava com ele.

Robert Bloch

Robert Albert Bloch, foi um conceituado escritor norte-americano, conhecido pelo seu romance de horror Psicose, eternizado como o filme de mesmo nome, dirigido por Alfred Hitchcock.

Pontos positivos
Tenso
Sinistro
Norman Bates
Pontos negativos

Acaba rápido


Título: Psicose
Título original: Psycho
Autor: Robert Bloch
Tradutora: Anabela Paiva
Editora: DarkSide
Páginas: 240
Ano de lançamento: 2013
Onde comprar: Amazon

Avaliação do MS?
Depois de anos fora das prateleiras brasileiras, eis que a DarkSide traz o clássico psicótico de volta! Este é aquele livro obrigatória nas prateleiras, especialmente se você não curte muito os filmes de Hitchcock. Narrativa simples, direta, intensa, com personagens cativantes, o livro é tenso do início ao fim. Cinco aliens para ele e uma forte recomendação para que você também leia.


Até mais!

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