Uma das perguntas mais fundamentais do século XXI para a qual 42 não serve como resposta é se estamos sós no universo. Toda uma cultura pop se voltou para isso, com filmes, séries de TV, livros, quadrinhos, pseudociência, vários recursos sendo empregados para tentar preencher este estranho vazio que parece acometer a raça humana. Temos até mesmo um programa voltado para a busca de vida extraterrestre inteligente (SETI). Mas o quão sós nós estamos?
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Uma das grandes questões do nosso tempo é: "Será que estamos sozinhos?". Muito mais que uma pergunta puramente científica, ela também é uma questão filosófica e existencial. Acharmos que existe vida pelo universo, além da vida na Terra é uma coisa. Comprovar isso, cientificamente, é outra. Esta não é uma questão de simples resposta, com sim ou não. É muito provável que o que encontrarmos pelo cosmos durante a exploração do espaço seja sem precedentes, totalmente não familiar e, possivelmente, impossível de classificar. Não há como sabermos que o que aconteceu na Terra é um padrão ou uma exceção. Podemos nunca responder a essa questão.
Mas a pergunta continua no ar, certo? E o que ela mudaria para a nossa vida aqui no nosso cantinho do cosmos se pudemos observar e provar que há vida pelo universo além da Terra? Vai depender do tipo de vida. Uma bactéria já seria uma grande descoberta, o que dirá de um organismo multicelular? Ou um animal superior, como os mamíferos? E quem sabe até um ser com capacidade de raciocínio lógico e capacidade de criar cultura e civilização? Certamente são passos demais para dar, mas o universo teve tempo de sobra para fazer isso.
Uma bactéria sob o gelo de Europa ou nos lagos de Encélado é incrível, mas não responde à nossa pergunta. Isso porque a busca por vida lá fora se faz baseada na busca por um igual, por seres que, como nós, puderam transcender sua biologia e criar tecnologia capaz de partir para o espaço. Até mesmo um planeta com biomas tão complexos quanto os nossos ainda deixaria a questão em aberto, pois satisfazer a curiosidade e a necessidade de encontrar vida inteligente além da nossa é muito mais subjetiva e pessoal do que a ciência pode provar.
Se extrapolarmos o princípio copernicano, onde planetas rochosos e pequenos, que circundam suas estrelas em uma faixa habitável onde pode existir água líquida não são raros, já era para termos encontrado ETs inteligentes, certo? Nem sempre. É preciso pensar na questão da simultaneidade entre as civilizações para que possamos observar e contactar outra raça alienígena que esteja não apenas em um passo evolutivo semelhante ao nosso como também tenha a mesma disposição para contato como a gente. Uma diferença de 1 milhão de anos que seja, ou menos até, 500 mil anos, já inviabilizaria o contato. Ou seja, é um tiro no escuro longo demais para dar certo.
Só para termos uma noção de tempo e espaço, vamos ver a jornada do nosso próprio planeta e da vida que aqui surgiu:
Se nos sentimos tão sós no universo, não deveríamos buscar união enquanto raça e civilização para tentar tapar esse buraco? Será que 7 bilhões de seres humanos em um planeta não são motivos suficientes para tentar transcender os problemas e continuamente melhorar a nós mesmos? Do jeito que a coisa anda, uma raça alienígena não teria muitos motivos para estabelecer e manter contato conosco.
Já vimos o quanto a janela que busca achar uma civilização alienígena avançada o suficiente para poder estabelecer contato conosco é pequena. Não deveríamos nos sentir tão solitários por não encontrar ETs evoluídos que falam e constroem naves. Deveríamos nos sentir satisfeitos por gerarmos civilização e criarmos comunidades, mas ao invés disso a raça humana se esforça mais em guerras do que em períodos de paz. Não há como prever se estaremos extintos em breve ou se em 1 milhão de anos, mas pode ser que lá fora tenha apenas gases e poeira. E quando uma civilização desenvolver tecnologia suficiente para visitar a Terra, pode ser que encontre apenas nossos ossos e se pergunte se aqui viveu animais inteligentes.
Existem duas possibilidades: ou estamos sozinhos no Universo ou não. Ambos são igualmente aterrorizantes.
Arthur C. Clarke
Até mais!
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