Resenha: Homem de Aço (2013)

Eu não deixei os livros de lado, é que achei que alguns filmes mereciam resenhas ou algum tipo de destaque. Homem de Aço é mais um filme da franquia do Super-Homem, ou Superman, a ir para os cinemas. Devo dizer que pela primeira vez eu apreciei assistir a um filme dele, pois até então eu o achava um herói brega e exaustivamente explorado pela indústria, sem que algo de novo pudesse ser feito.




O filme
Jor-El se encontra em uma situação difícil. Sua sociedade está ruindo, seu planeta está para ser destruído e ninguém lhe dá crédito. Ele sabe que apenas uma grande mudança na sociedade de Krypton pode salvar a todos eles, o que o Conselho teme profundamente. Seu filho nasceu de maneira natural em séculos e isso é uma ofensa aos princípios da sociedade, cujos indivíduos são todos projetados geneticamente para os mais variados fins.


O General Zod e seu séquito, temendo as implicações das falas de Jor-El e temendo o que ele fará ao mandar seu filho embora de Krypton, resolvem tentar um golpe. Seu plano falha, a nave leva Kal-El embora e Zod acaba exilado com seus seguidores, jurando ir atrás do filho de Jor-El, que contém a chave para reconstruir Krypton. Enquanto, isso na Terra, Kal-El é criado como humano, por dois humanos, e tenta compreender seus poderes. São várias as cenas em que o pequeno Clark Kent tem que aprender a controlar seus poderes, cenas de brigas com outros colegas, problemas na escola, onde o menor ruído o desconcentra da aula. Vemos que sua adaptação ao ambiente terrestre não foi fácil e que é necessário muita concentração para não se abalar.

Já adulto, Clark tem problemas em lidar com as pessoas. Ele luta entre a serenidade e a vontade de quebrar na porrada os folgados que mexem com as pessoas de quem ele gosta. Ele também não compreende a plenitude de seus poderes e temos uma das cenas que nos remetem aos primeiros quadrinhos do Superman: ele dando grandes e gigantescos saltos ao invés de voar. Quando ele finalmente assiste o que seu pai deixou como legado é que Kal-El compreende o que é e como é. Mas Jonathan Kent, seu pai adotivo, sempre o avisou que o mundo talvez não estivesse preparado para ele. O mundo o temeria, assim como teme tudo o que é diferente.

Henry Cavill é Kal-El/Clark/Superman

Lois Lane, com sua capacidade investigativa, fica intrigada com o estranho homem que salvou sua vida e parte à sua procura. É então que ela descobre sobre a presença de Kal-El na Terra e entende que talvez o mundo não esteja preparado para ele. A vida de Clark, em especial o que aconteceu a seu pai adotivo e a dor que isso representava a ele, deixaram claro que os humanos o tratariam apenas como um alienígena, uma figura diferente e assim, o temeriam. Ela concorda em guardar seu segredo.

Mas assim como a chuva chega para estragar o feriado, Zod chega à Terra à procura de Kal-El. Seu ultimato é simples: entreguem Kal-El e fica tudo bem. Mas Kal-El é esperto o suficiente para saber que tem algo mais além deste pedido. Ele se entrega a Zod e então sabe de seus planos cruéis.

Até este filme, eu nunca tinha apreciado assistir a Superman. Eu cheguei a assistir alguns episódios de Smallville, de Lois & Clark, vi os filmes do Reeve e até Superman, o Retorno. Mas este me chamou a atenção por tratar dos dilemas mais profundos de Kal-El e como ele foi encarado não como o salvador da pátria, mas como uma ameaça. Também curti muito a nova roupagem dada à Krypton, aos pais do Superman e ao que houve ao planeta.

Contudo, nem tudo são flores. As cenas de ação são looooooooooongas, excessivamente longas. E se passássemos mesmo por um evento como este, as economias do planeta entrariam em colapso, especialmente a dos Estados Unidos (que já tá fodido), por causa das cenas de luta entre Kal-El e os invasores, onde eles destroem tudo por onde passam. São demais mesmo, exageraram na dose, já que o começo do filme é muito bom.

Ficção e realidade
O governo mostra preocupação com Kal-El. Tem uma cena que achei muito irônica, onde ele é algemado e escoltado por policiais militares. Ele diz que assim todos se sentem mais seguros. De fato, se olharmos o histórico do Superman, vemos que, se ele não fosse uma boa pessoa, com caráter, ele poderia ter feito o que quisessem desse planetinha e de todos que estão aqui. Kal-El tem uma preocupação genuína, ele sabe que o mundo não está preparado para ter um alienígena vivendo aqui. Tememos o diferente e o que é mais diferente do que um alienígena humanoide com super força e super poderes?

Russel Crowe é Jor-El. Aliás, ele ficou ótimo. 

Além disso, também mexe com a questão do alienígena do passado, de novo, com civilizações alienígenas poderosas lá fora que podem, por alguma razão chegar aqui. É um clichê batido, mas o que faríamos no lugar dos militares que recebem o ultimato de Zod? Com certeza, iríamos entregar qualquer alien super poderoso em nosso poder, mesmo que isso não resolvesse nada. O medo é um poderoso motivador para as ações humanas.

Pontos positivos
Nova roupagem
Grandes efeitos visuais
Foco na vida de Kal-El e em seus dilemas pessoais
Pontos negativos
Cenas longas de ação
Clichês mal usados

Título: Homem de Aço
Título original: Man of Steel
Lançamento: 2013
Direção: Zack Snyder
Onde assistir? Em todos os cinemas.
Página oficial: Homem de Aço

Avaliação do MS?
Homem de Aço é mais um filme de Superman, mas um filme que o mostra por um outro viés, abandonando o que foi feito nos filmes com Christopher Reeve e dando-lhe uma nova roupagem. Vemos como foi difícil a adaptação na Terra e todo o medo que gira ao redor dele e o que representa. Infelizmente, ele não é um filme ótimo. É um filme que achei muito bom, pois me fez gostar de um filme de Superman, mas que é estragado pelo excesso de cenas de ação, que cansam do meio para o final. Vale à pena assistir, mesmo assim.


Até mais!

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