Resenha: Europa Report (2013)

O espaço é um ótimo lugar para locações de filmes de suspense. Nem sempre o encontro dá certo, mas o estilo tem sido redescoberto nos últimos anos, com a realização de filmes com ares de documentário, dando um ar de realidade à tudo aquilo. Mas mesmo que muita coisa possa ser implausível (?), fica um alerta para os riscos de ir ao espaço e a outros corpos celestes.




O filme
Quatrocentos anos depois de Galileu observar os quatro principais satélites naturais de Júpiter, uma missão tripulada é enviada à Europa, um dos mais misteriosos, porém animadores corpos do sistema solar. Acredita-se que abaixo de sua grossa e rachada camada de gelo exista água em estado líquido por conta da atividade vulcânica e, por consequência, vida.


Seis astronautas, de vários países com programa espacial, altamente especializados em suas devidas áreas foram escolhidos para a missão na nave Europa One. Ela possui um módulo giratório central para dar a sensação de gravidade e conta com uma tecnologia não muito bem explicada que os leva com alguma rapidez até a órbita de Europa.

O modo como o filme foi feito o faz parecer um documentário. A grande maioria das cenas é de câmeras fora e a bordo dos módulos da nave, mostrando as rotinas, o desconforto dos tripulantes, o funcionamento dos sistemas e nas vistas de fora pode-se ver o módulo giratório, o Sol ao fundo e Júpiter engrandecendo pelas escotilhas.


Os problemas começam quando a nave perde a comunicação com o controle da missão. O clima na nave fica tenso depois da perda de um tripulante e os problemas de convivência vão ficando mais claros. Mesmo assim, eles precisam continuar com os procedimentos de órbita e pouso em Europa, já que estavam tão perto. O módulo de comando consegue, com sucesso, pousar na superfície gelada e o deslumbramento dos tripulantes com o ambiente dura pouco quando mais problemas começam.

Este tipo de filme é aquele que não insulta a inteligência do espectador. A ciência que ele apresenta é plausível, a nave tem a forma familiar para os fãs da exploração espacial, os efeitos especiais foram sabiamente utilizados para compor o visual de Júpiter e Europa. É um clima claustrofóbico o tempo todo, mas ao mesmo tempo batendo de frente com a curiosidade dos tripulantes (e de quem assiste) em querer caminhar pela superfície de Europa.



Ficção e realidade
Quando assisto a filmes deste tipo (Apollo 18 é outro que segue essa linha) é inevitável pensar nos riscos que as missões espaciais trazem. Além da ciência, é a curiosidade pura e simples e a vontade de superar seus próprios limites que leva a raça humana a este ambiente tão hostil. Uma viagem à Europa pode acontecer num futuro próximo, mas vai exigir muito de nossa capacidade técnica e financeira para acontecer.

Além disso, o preparo dos tripulantes para uma viagem longa e perigosa como essa deve ser feito com muito cuidado para que eles não sucumbam à pressão de estar longe da Terra, da família e possam colocar os colegas em perigo. Os tripulantes da Europa One tinham um senso de dever que muitos podem não ter em tal situação estressante.



Pontos positivos
Ficção científica, centrada na ciência atual
Não ofende o espectador
Efeitos visuais ótimos
Pontos negativos

Algumas coisas ficam sem explicação


Título: Europa Report
Lançamento: 2013
Direção: Sebastián Cordero
Onde assistir? Via iTunes ou na estreia, em agosto.
Página no Facebook: Europa Report


Avaliação do MS?
Europa Report é um prato cheio para quem curte uma ficção científica plausível, cientificamente coesa e com um suspense crescente até o final. Ele não entrega o jogo logo de cara, mesmo começando tenso e deixando claro que algo muito errado aconteceu na missão. Vale à pena assistir.


Até mais!

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