É complicado tentar traçar a origem das cidades. Há muitas questões em jogo: segurança, o sagrado, a produção de alimentos. Mas podemos falar de como as cidades estão neste momento. A postagem de hoje é sobre as cidades no presente, o agora.
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Viver nas cidades se tornou o padrão nas últimas décadas e elas estão inchando e crescendo. A nossa rotina urbana é tão automática que não percebemos suas formas e sequer pensamos em viver sem as facilidades dela. A gente já conhece seus ritmos, sua rotina, seus problemas, suas virtudes.
As cidades hoje são evoluções de formas passadas. Tomando a cidade de São Paulo como exemplo, um assentamento de jesuítas na beira do rio Tamanduateí se tornou um imenso assentamento com mais de mil quilômetros quadrados. Temos municípios conurbados com a mancha urbana, um vai e vem frenético de gente, mercadorias, capital e veículos.
O fato de as cidades serem um padrão de povoamento nos dias atuais tem causado o inchaço que muitas regiões metropolitanas vêm sentindo. Se até o início dos anos 2000 nós tínhamos Nova York, Tóquio e Cidade do México como expressivas aglomerações populacionais, hoje temos Mumbai, São Paulo, Lagos, todas sem preparo para absorver população e com problemas de expansão, criminalidade e miséria.
Mega cidades, inchadas e sem planejamento se tornarão ainda mais comuns. Mesmo aquelas que possuem um certo planejamento como Belo Horizonte, Brasília e Curitiba hoje sofrem com a descontinuidade destes processos. Elas agem como polos concentradores de serviços o que também atrai novos moradores que na maioria das vezes não têm onde morar e incham as periferias pobres. Os dados mostram que São Paulo, por exemplo, possui mais moradias vazias do que famílias sem casa para morar. É a especulação imobiliária que vende a paisagem do lugar ao invés do imóvel e que deixa áreas da cidade quase desabitadas, como é o caso do centro. Basta ver os apartamentos com vista para o mar e os que não têm. Qual tem o maior valor?
Além de todas as questões sociais, a questão ambiental é ainda mais preocupante. A poluição do ar causada pelos automóveis e a retirada da cobertura vegetal tornam as metrópoles lugares insalubres. Retificação de rios como o Tietê e o Pinheiros e seus córregos, a impermeabilização das ruas, a ausência de mata nativa são responsáveis pelas enchentes de todos os anos na grande São Paulo, cuja resolução envolve muito investimento e vontade política.
Duas coisas caracterizam as cidades de hoje:
- acentuado processo de verticalização - construção acelerada de prédios e condomínios.
- aceleração do tempo - quem sai de uma cidade grande e vai para uma cidade pequena percebe a desaceleração, nota como tudo parece andar devagar.
Ambas são consequência do processo globalizante, que ao diminuir as distâncias e trazer as pessoas perto das outras, acarreta numa maior ocupação do espaço e na consequente compactação do tempo. Cidades pequenas não sofrem tanto com isso pois elas perdem mais habitantes que recebem, e acabam não sendo totalmente integradas a este ritmo frenético.
Seja grande ou pequena, a cidade é hoje o padrão de ocupação e de evolução da civilização. Onde você estiver, ela é um marco da sociedade e da raça humana. Temos apenas que encontrar o equilíbrio e uma maneira de sanar os problemas.
E você? Onde você mora? Você sente essa aceleração do tempo na vida cotidiana? Não deixe de comentar, até mais!
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