O ser humano é o único animal capaz de criar ficção, pois ficção é uma obra imaginária. Ela é baseada na nossa vida, nos nossos costumes, mas ela não existe de fato. Foi algo criado da cabeça de alguém para transparecer um ar de realidade. Normalmente, quando lemos um livro, ele é descrito como um romance, como é o caso de O Código Da Vinci, mas na verdade não deixa de ser uma obra de ficção. O fato central da obra é uma suposição, algo que não foi provado, criado a partir da mente do autor Dan Brown. Esta é uma obra de ficção, com personagens fictícios, lugares reais, mas que foi tão bem amarrada que fez explodir críticas pelo mundo a fora de pessoas que não entenderam a proposta dele. Se Jesus e Maria Madalena eram um casal de fato, talvez nunca saibamos, mas todos os eventos, as pessoas que aparecem no livro são ficcionais. Esta é uma obra de FICÇÃO. Outros exemplos são O Cliente e A Firma, ambos de John Grisham.
A ficção científica, por sua vez, tem o caráter imaginativo no seu enredo, com pessoas que não existem de fato, em locais que podem ou não ser verdadeiros, mas seu princípio básico é a ciência, seja real ou não, mas este "não" pode significar que ela não é possível hoje, na atualidade. As obras de ficção científica costumam ter em comum a aplicação da ciência, tanto para o bem, quanto para o mal e os autores conseguem extravasar ou não estes limites científicos impostos pelas leis da natureza, como viajar mais rápido que a luz ou construir um homem com partes de cadáveres, por exemplo. Um bom exemplo disso é 2001 Uma Odisseia no Espaço, que se utiliza da ciência espacial, alienígenas, inteligência artificial, todos eles sendo fruto da ciência experimental. Se vai acontecer uma viagem como essa de fato, ainda não sabemos, mas esta é uma obra de FICÇÃO CIENTÍFICA. Outros exemplos são Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley e O Homem do Castelo Alto, de Philip K. Dick.
Já a ficção fantástica também se enquadra em um universo ficcional, ou seja, criado a partir da mente de alguém, porém é um universo que não tem condições de se tornar realidade e essa é a diferença primordial entre ficção científica e fantástica. Magia, criaturas mitológicas, deuses e deusas são comuns neste universo. Como estes elementos não existem de fato, estas obras são consideradas além da realidade, portanto são fantásticas. Um bom exemplo disso é o fenômeno mundial A Guerra dos Tronos. Por mais que o enredo seja plausível do ponto de vista político e social, sabemos que dragões não existem, mortos não andam e as estações do ano duram apenas três meses. Estes eventos não podem ocorrer nem hoje, nem futuramente, portanto são obras de FICÇÃO FANTÁSTICA. Outros exemplos são Harry Potter e As Crônicas de Nárnia.
A ideia da postagem é apenas exemplificar e mostrar as diferenças entre os gêneros, para que não sejam feitas mais confusões. As observações aqui são puramente pessoais, mas acho que deu para entender a diferença básica entre os três. Sei que existem N livros para exemplificar, tentei pegar títulos conhecidos para poder ajudar no entendimento. Muitas vezes os gêneros se encontram e se confundem, mas não quer dizer que sejam inclassificáveis. Se tiver algo a acrescentar, por favor, comente.
Até mais!
Olá, Professora!
ResponderExcluirBom dia!
Coordeno um grupo de debate literário e vamos fazer um encontro com essa temática.
No entanto, tenho uma dúvida à respeito dos livros do tipo "utopia" (Ex: Jogos Voragez, Maze Runner, Divergente). Eles se enquadram em qual desses gêneros?
Desde já, grato!
Oi, Johnattan!
ExcluirOlha, essa é uma discussão de longa data. Ela é certamente uma ficção. Mas dependendo da utopia, ela pode ser tanto uma fantasia quanto uma ficção científica.
Ela é uma ficção especulativa, uma ficção que abraça todos os gêneros. Mas por exemplo: O Sonho da Sultana é uma utopia amparada pela ciência e pela tecnologia, daí ela seria uma ficção científica.
Utopia, de Thomas More, já seria apenas uma ficção especulativa, pois não se enquadra nem em fantasia, nem em FC.
Essa é a minha visão, pelo menos, pois os gêneros e sub-gêneros literários são permeáveis entre si, eles sempre carregam um componente de um e de outro.
Gostei muito de sua explicação. É bastante esclarecedora!
ResponderExcluirLegal ficou bem esclarecido
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